Análise Arkade – O melhor do Game Boy te espera em Wild Dogs
Nos tempos do Game Boy, existiam alguns cartuchos com coletâneas, onde era possível jogar os mais variados games na famosa telinha monocromática esverdeada do portátil. Com isso em mente, a 2ndBoss junto da QUByte trouxeram Wild Dogs, um game que traz o que o passado portátil tinha de melhor, enquanto brincam livremente com tudo o que era “mania” naquela época.
A história segue fielmente os motivos de jogos de ação do passado: temos um mundo tomado por alienígenas, e um soldado maluco o suficiente para ir sozinho lidar com a ameaça. Bom, sozinho não, pois Frank W. está acompanhado de Teddy, seu parceiro de quatro patas que vai junto para a ação.
Lutando em uma base de alienígenas, resta o básico de todos os jogos daquela época: vá para a direita, atirando em tudo o que se mexe. E tudo acontece como um legítimo game de ação de Game Boy, com direito a filtro esverdeado e gráfico monocromático. E, falando em jogo da época, é melhor voltar a se acostumar com a busca de pontos.
Mas há em Wild Dogs algo bem interessante, que não temos no passado: uma brilhante variedade de gameplay. Se Contra é o mesmo Contra do início ao fim, aqui nós temos quase que de tudo: fases de ação, shoot ‘em ups, e até momentos nos quais controlamos Teddy, com uma real e honesta variedade na forma de se jogar.
O game também oferece vários upgrades, com a opção de manter dois slots e alternar as armas, seja para escolher a melhor para determinado momento, ou para “guardar” a melhor possível para usar em momentos específicos, já que a morte aqui leva junto a sua arma atual.
E tudo isso em um gameplay que é sim um tanto frenético, mas é justo. Games do gênero, lá no passado, são conhecidos por serem insanamente difíceis, mas em Wild Dogs as coisas são um pouco mais justas. Não fáceis, mas justas. Se o jogador tiver domínio e experiência na ação do passado, não terá grandes problemas aqui. Mas jogadores menos experientes ainda conseguirão se desenvolver no game, já que aquela coisa de “dar dois passos e morrer e voltar pro começo de tudo” não acontece por aqui.
Aliás, quem tiver um pouco mais dificuldade no game, pode apelar para as boas e velhas dicas. Assim como no passado, basta pausar o game e fazer “cima, esquerda, direita, baixo, cima e baixo”, para desbloquear o menu de cheats, que trará recursos para ajustar a dificuldade, incluindo também modos para deixar o game ainda mais difícil, pra quem achou tudo tranquilo demais.
Mas em seu formato original, é o típico game que te fará perder algumas vidas, mas que com um pouco de dedicação, será possível entender a ação do jogo, estudar os movimentos dos inimigos e ir evoluindo no game sem tanto sofrimento.
Apesar de ter o estilo Contra, senti algo mais “Mega Man” no desenvolvimento das fases, incluindo a primeira, cujo cenário lembra o contexto da fase de introdução de Mega Man X. Elas são um tanto longas, e contam com subchefes entre seus espaços, até a luta contra o verdadeiro Boss. O próprio Teddy, que tem um pouco de Rush no game, ainda pode “pegar emprestado” elementos de Metal Slug e pilotar mechas em determinada parte do game.
A 2ndBoss acertou em cheio nesta variedade, pois o game continua honrando o legado dos jogos do passado, mas não se torna monótono como alguns destes games podem parecer hoje em dia. Tudo bem que jogos do passado devem ser jogados como eles realmente são, mas para um game atual, algo mais repetitivo poderia afastar novos jogadores.
Mas o público alvo principal do game, os adeptos de games do passado, estarão satisfeitos. Pois terão acesso a um game do tipo Contra, que do nada vira um R-Type e depois um Galaga, tudo em uma só aventura. Ainda poderá mudar cores e filtros de tela, deixando a ação do jeito que mais achar adequado, e ainda entrega uma aventura bem nostálgica, mesmo que seja em um monitor ou TV moderna, ao invés da pequena tela de um tom de cor, movida a pilhas.
Wild Dogs já está disponível, com versões para consoles PlayStation, consoles Xbox, Nintendo Switch e PC. Vale também lembrar que parte da renda será entregue para a ONG Cão Sem Dono e a ONG Amigos de São Francisco, ambos responsáveis por resgatar animais em situação de rua, e garantir a adoção responsável dos bichinhos.
