Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

31 de janeiro de 2017

Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

É hora de morfar, caro leitor! Recentemente a Namco Bandai lançou um jogo dos Power Rangers, e é claro que a gente respondeu ao chamado do Zordon e salvou a Terra na base da porrada! Confira agora nosso review deste joguinho pra lá de nostálgico!

2017 parece que é o ano dos Power Rangers: em março chega aos cinemas um filme que reconta a origem dos heróis, e agora, em janeiro, chegou ao Playstation 4 e ao Xbox One o game Mighty Morphin Power Rangers: Mega Battle, beat ‘em up 2D pra lá de nostálgico que vai divertir especialmente os marmanjos!

De volta à Alameda dos Anjos

Eu já perdi as contas de quantas versões diferentes de Power Rangers existiram. Os que marcaram a minha infância (e a de muita gente da minha geração) foram os Rangers clássicos, que viviam em Alameda dos Anjos e foram recrutados por Zordon — e seu fiel auxiliar Alpha 5 — para acabar com os planos malignos da Rita Repulsa. Lembro que eu estudava de manhã, e quando chegava em casa era só isso que eu conseguia assistir da saudosa TV Colosso.

Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

Pois bem, eis que em pleno ano 2017, temos um jogo que traz exatamente a galera da série clássica de volta: Jason é o Ranger Vermelho/Tiranossauro, Billy é o Ranger Azul/Triceratops, Zack é o Ranger Preto/Mastodonte, Trini é a Ranger Amarela/Tigre Dentes de Sabre e Kimberly é a Ranger Rosa/Pterodáctilo. Tommy também marca presença, tanto em seu traje de Ranger Verde como em sua mais estilosa versão Ranger Branco! E, apesar do visual cartunesco meio cabeçudinho, os desenhos até que lembram as feições dos atores da série!

Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

A história do game meio que resume o início do seriado, da origem dos Rangers até o surgimento do terrível Lord Zedd, passando é claro pelos planos perversos de Rita Repulsa — que inclusive foi quem deu poderes ao Tommy, criando o Ranger Verde do Mal”… que logo saiu do transe maligno e se aliou aos heróis. Tudo isso é recontado aqui, bem rapidamente. Até a atrapalhada dupla Bulk e Skull (lembra deles?) dá as caras no game!

Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

O jogo é tão nostálgico que tem até uma fase que parece saída diretamente do clássico Turtles in Time, das Tartarugas Ninja, olha só:

A verdade é que Mighty Morphin Power Rangers: Mega Battle é saudoso em todos os sentidos: a história é contada através de cutscenes estáticas, como em um legítimo jogo de Super Nintendo. Temos 6 fases que se subdividem em 3 partes cada, e ao final geralmente temos um chefe gigante para ser derrubado com o poder do MegaZord!

Pancadaria nostálgica

Não é só em sua história que o game dá um banho de nostalgia: o gameplay é simples, e remete aos beat ‘em ups clássicos da geração 16-bits. No início de cada fase controlamos os personagens humanos, e precisamos surrar alguns bonecos de massa (lembra deles?!) com combinações simples de um botão só (quadrado) até encher o medidor de energia que nos permite “morfar”.

Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

Quando vestimos o traje Ranger, ganhamos um botão de ataque com arma (triângulo) e uma pistola laser (círculo). Aí até rolam uns air combos e combinações mais elaboradas, mas no geral o gameplay continua super simples, lembrando Golden Axe e outros beat ‘em ups das antigas. Também é possível agarrar os inimigos, se defender e esquivar.

A dinâmica de jogo é aquela mesma de qualquer game do gênero: siga para a direita espancando inimigos e destruindo elementos do cenário para conseguir power ups e itens de energia. Aqui não temos frangos assados dentro de lixeiras ou pneus, mas orbes que podem recuperar sua saúde (as verdes) ou recarregar a munição de sua pistola (as azuis). Os inimigos eliminados também dropam pequenas orbes alaranjadas, que você usa para evoluir. A cada novo nível, seu Ranger ganha um número de Ranger Coins, e pode trocá-las por novos poderes e habilidades na lojinha do Alpha.

Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

Se estiver jogando de galera, todos precisam comprar os golpes em grupo para eles funcionarem.

O jogo possui cooperativo local (só local, nada de online) para até quatro jogadores, e jogando “de galera” vale a pena investir nos upgrades que liberam ataques em equipe. Esse é o tipo de jogo que até pode ser finalizado jogando sozinho sem problemas, mas ele sem dúvida fica mais legal se jogado com amigos, especialmente se cada um escolher o Ranger que “era” nas brincadeiras de infância!

O poder dos Zords

Ao final de cada fase, surge um dos monstros comandados por Rita Repulsa ou Lord Zedd. As batalhas contra chefes geralmente se dividem em 3 momentos: primeiro você enfrenta o bicho no mano-a-mano, depois encara uma versão gigante dele  a bordo do seu robô Zord, em um estilo “acerte tiros nos pontos fracos destacados”. Tipo assim, ó:

Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

Sim, o Goldar também marca presença no game! =D

Por fim, temos a batalha de gigantes, com todos os robôs juntos formando o MegaZord e caindo na porrada em grande estilo… ou não, pois na última etapa da batalha não rola pancadaria direta, como em um jogo de luta: a batalha consiste em pequenos QTEs seguidos que você deve cumprir para se esquivar dos ataques do monstro e desferir seus golpes. Ao fim da luta, ele explode e seu MegaZord faz pose, como nos velhos tempos.

Confira um pouco de gameplay cooperativo abaixo, com direito a uma boss battle completa ao final do vídeo:

A simplicidade do jogo não é necessariamente um ponto negativo, pois é evidente que ele tenta emular aquele feeling dos beat ‘em ups dos anos 90. Alguns chefes até dão um pouco mais de trabalho e logo pintam inimigos que demandam ataques específicos para abrirem a guarda, mas no geral o que temos aqui é uma experiência linear e old school, que pode ser finalizada em pouco menos de 5 horas.

Audiovisual

Mighty Morphin Power Rangers: Mega Battle tem um visual cartunesco simpático, que manter reconhecível a identidade visual dos personagens e de seus trajes. Não há lá muita variedade de inimigos, e as animações de golpes são simples (e até um pouco repetitivas), mas o gameplay flui bem na maior parte do tempo.

Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

Quase não há vozes — embora Rita dê uns gritos e Alpha solte seu famoso “Ai ai ai ai ai” na tela de Game Over — mas a trilha sonora traz como destaque o tema clássico “Go Go Power Rangers” (impossível não cantar junto), e ele chega acompanhado de outras músicas com uma pegada bem rockeira.

Acho válido deixar registrado aqui que o jogo ocasionalmente não respondia corretamente aos comandos: vez ou outra os direcionais simplesmente não respondiam, e alguns comandos pareciam “travar” outras ações temporariamente. Foram casos isolados, e nada que um patch não resolva, mas acho válido deixar todo mundo avisado.

Conclusão

Mighty Morphin Power Rangers: Mega Battle é um jogo com um público-alvo bem específico: a criançada dos anos 80 e 90, que cresceu assistindo Power Rangers e hoje em dia gasta seu rico dinheirinho consumindo games, filmes, roupas e action figures dos heróis que marcaram a sua infância.

Análise Arkade: é hora de morfar com o nostálgico Power Rangers Mega Battle

Sem ser ousado nem agregar nada efetivamente novo ao gênero, o jogo oferece doses satisfatórias de pancadaria e nostalgia que podem render uma boa tarde de diversão descompromissada, seja sozinho, ou com seus amigos. Deixe a criança que está dentro de você gritar “hora de morfar” e salve Alameda dos Anjos na pele do seu Ranger favorito!

Mighty Morphin Power Rangers: Mega Battle foi lançado em 17 de janeiro para PS4 e Xbox One. O jogo está 100% em inglês.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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