Análise Arkade: RWBY Grimm Eclipse é um hack ‘n slash morno para jogar com os amigos

28 de janeiro de 2017

Análise Arkade: RWBY Grimm Eclipse é um hack 'n slash morno para jogar com os amigos

Se os jogos do gênero hack ‘n slash já andam meio sumidos, o que dizer dos hack ‘n slashes com multiplayer online? Para suprir esta enorme lacuna, o canal Rooster Teeth colocou nas prateleiras (digitais) RWBY: Grimm Eclipse. Confira nossa análise do game!

Contextualizando

RWBY: Grimm Eclipse é um game inspirado em uma web-série animada, RWBY (dica: pronuncia-se Rubi, como a pedra preciosa), produzida pelo canal Rooster Teeth. A animação se passa no mundo de Remnant, que é habitado por forças sobrenaturais e criaturas sombrias.

Grupos de caçadores e caçadoras se formam para caçar estes monstros e devolver a paz ao mundo de Remnant. Um destes times é o RWBY, formado por quatro garotas: Ruby RoseWeiss Schnee, Blake Belladonna e Yang Xiao Long. Juntas, elas usam armas estilosas e habilidades acrobáticas para destruir as criaturas do Grimm.

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Confesso que nunca vi um único episódio da animação, e tudo o que escrevi aí em cima extrai diretamente da Wiki do jogo. Não chega realmente a ser descaso, simplesmente porque o jogo é muito focado na ação e não perde tempo com narrativas elaboradas, cutscenes, nem nada. Pois é, mesmo sendo baseado em uma animação, não há sequer uma ceninha animada aqui. Triste.

Assim, boa parte da história em si é desenvolvida através de diálogos entre personagens, que usam comunicadores para conversar. Porém, eles têm o péssimo hábito de bater papo durante a ação, de modo que é simplesmente impossível conseguir prestar a devida atenção ao que eles dizem. Ou seja, a história acaba ficando em segundo plano, e o que rege o jogo é simplesmente escolher um personagem e sair por aí…

Descendo a porrada em todo mundo

RWBY: Grimm Eclipse segue um esquema de botões bem em comum em jogos do gênero: temos um botão de ataques rápidos (quadrado), outro de ataques fortes (triângulo). Misture os dois para formar combos. Não há defesa, apenas um movimento de parry que não funciona tão bem quanto deveria. Ao encher o medidor específico, é possível realizar um ataque especial. Não espere a qualidade de um Bayonetta ou de um Devil May Cry: aqui não há muito timing nem muita variação, de modo que, na prática, ele logo se torna um button mash.

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As diferenças ficam mesmo por conta dos diferentes personagens e formas de ataque, que inclusive também podem atirar projéteis, que são bem fracos servem mais para atrasar os inimigos do que causar dano de fato. Quando um ícone aparece na cabeça de um inimigo enfraquecido, pode-se eliminá-lo com um golpe específico. Nada super estiloso ou gráfico, é simplesmente um golpe diferente.

A dinâmica de jogo de RWBY: Grimm Eclipse se mostra um tanto quanto repetitiva. Explore um pouco, enfrente alguns inimigos, explore mais um pouco, derrote mais alguns inimigos. Nem há muito o que explorar, na real, visto que, salvo umas “peças de xadrez” escondidas que lhe concedem XP, não há muito o que catar.

Confira 15 minutos de gameplay multiplayer abaixo:

Como você deve ter reparado, o jogo também adora criar situações onde você deve vencer hordas contínuas de inimigos para poder prosseguir. Geralmente são 5 ondas seguidas, e se você acabar morrendo na última, terá que recomeçar desde a primeira. Uma coisa que ajuda um bocado é que a energia se recupera sozinha, algo bem pouco comum neste gênero.

O brilho do multiplayer

Jogar RWBY: Grimm Eclipse sozinho logo se mostra um erro: ele fica chato, repetitivo e bem difícil. Por exemplo: em uma determinada fase, você deve manter um carrinho de mina em movimento (buscando mais combustível sempre que necessário) enquanto evita vários inimigos simultâneos… e ainda deve chegar ao objetivo com o carrinho dentro de um tempo especificado, ou ele explode e é Game Over.

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Felizmente, ele possui multiplayer online (só online) para 4 jogadores, o que deixa tudo mais divertido. Não há nenhum tipo de ataque combinado nem muito elaborado — como nos jogos das Tartarugas Ninja, por exemplo — mas jogar de galera, batendo um papo pelo headphone simplesmente torna a experiência menos monótona. E mais fácil, também, pois caso um aliado caia, pode ser revivido por alguém do time.

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RWBY: Grimm Eclipse possui ao todo 10 fases, bem como um modo horda, onde você deve proteger bases de ondas de monstros. Um detalhe curioso é que o max level para todos os personagens é 10, mas jogando direitinho você chega ao máximo ali pela metade da campanha. Talvez isso tenha sido pensado para estimular a troca de heróis (é possível mudar no início de cada fase), mas como todos têm poucas habilidades destraváveis, acaba sendo mais lógico manter um personagem devidamente “upado” até o final.

Audiovisual

Ainda que mantenha uma estética muito semelhante à da animação, RWBY: Grimm Eclipse não é necessariamente um jogo muito inspirado, visualmente falando. As protagonistas até são bem modeladas e possuem animações bacanas, mas fora isso, há pouca variedade de inimigos, e os cenários até são bonitos, mas parecem vazios e no geral são um tanto genéricos. A técnica cel shaded concede algum estilo, mas ela sem dúvida já foi melhor empregada em outros games.

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Um detalhe interessante é que todo o time de dubladores do anime marca presença no game. Isso sem dúvida agrega valor ao jogo e ajuda a unificar o universo como um todo, visto que os fãs certamente já estão familiarizados com as vozes, trejeitos e maneirismos de cada personagem. A trilha sonora também é bacana, misturando música incidental com uns rockzinhos. Ah, e o jogo está todo legendado em português, mas, como eu já disse, no frenesi das batalhas você dificilmente irá conseguir acompanhar as legendas com a devida atenção.

Conclusão

RWBY: Grimm Eclipse é um jogo que, embora seja de um gênero popular, provavelmente só vai agradar realmente quem é fã da série animada. Para quem (como eu) cair de paraquedas aqui, falta empatia pelas personagens, o gameplay é repetitivo e o jogo não parece se esforçar muito para oferecer nada além do básico.

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Apesar disso, existem tão poucos hack ‘n slashes multiplayer no mercado atualmente, que esse aqui se faz uma das poucas opções, caso alguém esteja a fim de fatiar uns monstros com os amigos. Ele oferece umas 5 ou 6 horas de campanha, e ainda há o modo horda para jogar depois, se ainda tiver pique.

Em resumo, RWBY: Grimm Eclipse só é recomendável para a galera que é fã da animação, ou para jogar online de galera (lembrando que não há multiplayer local). Jogando sozinho ele é bem difícil de engolir, mas os servidores estão surpreendentemente movimentados, caso você não se importe de jogar com gringos aleatórios.

RWBY: Grimm Eclipse foi lançado para Playstation 4 e Xbox One em 17 de janeiro. Antes disso, ele já estava disponível na Steam.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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