Análise Arkade: Shift Quantum traz ótimos puzzles e um gostinho de nostalgia

9 de junho de 2018

Análise Arkade: Shift Quantum traz ótimos puzzles e um gostinho de nostalgia

Prepare-se para encarar desafios cabeludos em um puzzle game que vai te obrigar a pensar fora da caixa: confira nossa análise de Shift Quantum, uma evolução pra lá de digna de um jogo que nasceu em Flash!

Pausa para uma retrospectiva

Há cerca de uma década, eu estava concluindo minha nem tão saudosa faculdade de Jornalismo. Para sobreviver ao marasmo de certas aulas, eu apelava para sites de joguinhos em Flash, daqueles que rodam direto pelo navegador.

Em um desses sites (Armor Games), conheci Shift. E viciei naquele jogo. Ele era estiloso, e tinha puzzles muito legais. Eu zerei Shift, joguei pelo menos duas de suas sequências e curti muito suas mecânicas simples, mas inovadoras. Sempre me pareceu que aquele modesto joguinho em flash tinha potencial para alçar voos mais altos.

Análise Arkade: Shift Quantum traz ótimos puzzles e um gostinho de nostalgia

Eis que agora, 10 anos depois, Shift Quantum chega aos consoles. E, embora esteja maior, mais bonito e arrojado do que antigamente, “no fundo” ele ainda é aquele joguinho em flash, criativo e desafiador como sempre!

O futuro não é promissor

Shift Quantum se passa em um futuro distópico e decadente, onde a humanidade busca conforto em diversões artificiais para tirar o foco das mazelas do mundo real.

Análise Arkade: Shift Quantum traz ótimos puzzles e um gostinho de nostalgia

O game já começa nos apresentando um pequeno questionário, onde uma IA busca descobrir que tipo de entretenimento você busca. Não sei até que ponto isso afeta o game, mas é fato que, depois de alguns minutos, somos atirados no psicodélico ambiente onde o game se passa, um “caixote” 2.5D onde puzzles insanos te aguardam.

Há uma historinha sendo desenvolvida envolvendo nosso protagonista e uma garotinha de cachecol amarelo, e ela é desenvolvida de forma criativa, ainda que meio subjetiva. Porém, o foco aqui são os puzzles, e se quiser ver o fim da história, vai ter que queimar a moringa em mais de 100 estágios!

A mecânica do Shift

Shift Quantum é um jogo de fases em que cada fase é um puzzle único e autocontido. Cada enigma do jogo demanda uma boa dose de raciocínio lógico, mas isso não é o bastante: você precisa “pensar fora da caixa” ao usar a mecânica que dá nome ao jogo, o Shift.

Análise Arkade: Shift Quantum traz ótimos puzzles e um gostinho de nostalgia

Ao invés de tentar explicá-la, prefiro que você veja na prática como ela funciona. Clique no play aí embaixo e confira a resolução de uma fase completa:

Sacou? Ao pressionar de um botão (no PC era Shift, daí o nome do jogo), o cenário gira, e o personagem preto fica branco, e passa a se mover no que antes era chão (ou teto), e vice-versa. É bem louco, e mais fácil de ver na prática do que de explicar.

A mecânica em si é simples, mas engenhosa, e ganha pontos pelo excelente level design. Resolver uma fase em geral mal dura 2 minutos… porém, até você descobrir COMO resolver o puzzle, pode demorar bem mais — especialmente se você planeja chegar ao fim com todos os colecionáveis.

Análise Arkade: Shift Quantum traz ótimos puzzles e um gostinho de nostalgia

O que temos aqui, então, é um puzzle game de plataforma que usa uma mecânica pra lá de criativa para levar o jogador ao seu objetivo. E quando você acha que está ficando bom, ele vai acrescentando novos elementos, como cubos que viram “buracos” após o Shift, ou elementos giratórios que não mudam de cor com o Shift.

Confira abaixo o gameplay de um estágio m pouco mais avançado, que mostra como os caixotes tornam as coisas ainda mais complicadas:

A campanha em si traz mais de 100 fases, e se isso for pouco para você, saiba que o game traz um level editor onde os jogadores podem criar e compartilhar suas próprias fases com a comunidade!

Audiovisual

Shift Quantum mantém a mesma estética preto e branco do Flash que eu jogava lá em 2008. Porém, o visual chapado dá lugar a gráficos em 2.5D muito estilosos, com um background urbano futurista que dá um tom de Blade Runner à jornada.

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Com poucas vozes, o destaque vai para a trilha sonora, que traz uma vibe conceitual futurística meio etérea que combina muito bem com o game. No geral, em termos de audiovisual, tudo aqui remete ao jogo em Flash, mas está bem mais caprichado, arrojado, e demonstra uma clara evolução que se mantém fiel ao conceito original.

Conclusão

Shift Quantum acabou tornando-se especial para mim por ter um gostinho de nostalgia. É um jogo que eu curtia muito nos tempos de faculdade, e continua sendo um game bem legal nesta nova versão.

Felizmente, ele não se limita a isso: se você nunca ouviu falar da série Shift, mas está atrás de um puzzle game criativo e desafiador, que te obrigue a “pensar fora da caixa”, Shift Quantum é um prato cheio para você.

Shift Quantum foi lançado em 29 de maio, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch. O game possui menus e legendas em português brasileiro.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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