Análise Arkade – Star Wars Outlaws traz ação e exploração na dose certa

26 de agosto de 2024
Análise Arkade - Star Wars Outlaws traz ação e exploração na dose certa

Star Wars e videogame tem tudo a ver. São décadas de jogos e mais jogos que exploram não só os filmes clássicos, como também inúmeras aventuras na rica galáxia distante, muito distante, cheias de povos, planetas e muita aventura. E como estamos falando de mundos imensos, nada como a Ubisoft, e seu vasto “império” de mundos abertos, fazer a sua aposta com uma aventura original basta na saga.

Assim, tivemos Star Wars Outlaws, game que chegou repleto de expectativas, afinal era um game original sobre uma saga muito popular, mas vindo de uma empresa que tem os seus famosos jogos “iguais”, os famosos “Ubisoft: The Game”. Entretanto, em um ano no qual a companhia francesa variou o seu cardápio, com um Prince of Persia “Metroidvania” e o XDefiant, o que esperar deste novo game?

Jogamos Star Wars Outlaws, para conferir o que esperar desta jornada espacial, e todas as novidades que o game tem para oferecer. Já garanto que, se você gosta de Star Wars e seu universo, você já pode observar este game com bons olhos, mas vamos prosseguir, para você saber mais sobre ele.

É Mundo Aberto sim, mas não tanto

Análise Arkade - Star Wars Outlaws traz ação e exploração na dose certa

Talvez a maior dúvida entre quem esperava este game era sobre se teríamos apenas um “Assassin’s Creed” ou um “Far Cry” disfarçados de Star Wars. E felizmente, a resposta é “não”. É claro que muito da essência da Ubisoft está lá, como o seu sistema de navegação, as várias atividades pelo mapa ou os vários locais para se explorar. Mas é possível sentir que houve cuidado e os mundos do game, seja no planeta ou na galáxia, são lapidados neste sentido.

Outlaws se posiciona entre os Episódios 5 e 6, sendo mais uma história canônica, daquelas que trazem mais conteúdo e tempero entre os acontecimentos dos filmes originais da saga. Mas o ponto de vista vem através de Kay Vess e Nix, a sua criatura de estimação que é bem útil no game, servindo de abertura de locais inacessíveis até trapaça em jogos de cartas. Juntos, eles vão explorar aventuras no ponto de vista de uma ladra, que vai conhecendo organizações criminosas, Império e Rebeldes, enquanto exploram muitas aventuras.

Análise Arkade - Star Wars Outlaws traz ação e exploração na dose certa

Temos, no game, cidades, vilarejos, esconderijos, bases e galáxia, que podem ser explorados a pé, em uma Speeder Bike ou na Trailblazer, a nave que a protagonista “acha” por aí e se torna o seu veículo espacial. E um elemento interessante aqui, talvez emprestado do mesmo The Division da Massive Entertainment, é que algumas regiões estarão tranquilas para você ou bem hostis, de acordo com o seu relacionamento com as facções. Você tem que estar em paz com elas para andar em paz em regiões controladas, senão é tiro para todo lado e perseguição. E para isso, terá que equilibrar pratos fazendo escolhas “tipo Bethesda“, que agradarão uns mas deixarão outros bravos.

Existe sim um mundo aberto, mas tudo aqui é mais “trabalhoso” e menos linear do que outros jogos da franquia. Se por um lado o mapa demora um pouco para aparecer, após a introdução, por outro não temos tanto ícones na tela e muitos dos locais precisam de uma boa observada no cenário antes de serem encontrados, diferente da exploração mais frenética dos jogos da empresa. A exploração é cadenciada, e agradável para quem quer encontrar cada coisa do game, com o jogo principal oferecendo uma aventura um tanto mais (e surpreendentemente) mais linear.

Quase que um Tomb Raider no espaço

Análise Arkade - Star Wars Outlaws traz ação e exploração na dose certa

No espaço, você tem navegação e combates até que interessantes, mas em terra o gameplay é mais interessante. Obviamente, temos uma boa dose de Assassin’s Creed aqui, mas sem sair pulando de qualquer lugar e sem águias te ajudando a ver coisas. Ao contrário, Kay é um tanto mais “humana” e precisa de equipamentos para sobreviver, uma outra boa coisa que a Massive trouxe de The Division. Outra coisa legal é a troca de tiros, que embora frenética, tem até um pouquinho de Gears of War, como a recarga da blaster, que usa o mesmo sistema do clássico de Xbox. Isso sem falar na Adrenalina, que é um recurso meio como o de Red Dead Redemption, ou de Splinter Cell, para atingir vários alvos.

Mas, realmente, as boas influências para esta aventura vieram de Tomb Raider e Uncharted. Apesar do mundo aberto, o game tem um quê de “jogo linear”, com missões que te fazem esquecer que tem um mundo vasto para explorar. Kay pode andar, correr, se esconder e escalar (sem os exageros de Assassin’s Creed), em missões que lembram, e muito, um jeito Lara Croft de se explorar. E quanto você está livre nas cidades do jogo, também é possível observar a vida naquele local, ouvindo conversas, buscando pistas e conhecendo vendedores, trapaceiros e demais figuras do submundo de Star Wars.

Análise Arkade - Star Wars Outlaws traz ação e exploração na dose certa

Essa mescla de mundo aberto com algo mais linear funciona bem aqui, deixando o jogador livre para sair zerando o jogo sem se preocupar com “chatices” para quem não gosta muito de mundos abertos, ou permitindo uma vasta exploração, mas sem ser cansativa em excesso, como muitas das reclamações de alguns jogadores de games da Ubisoft.

Essa mescla de mundo aberto com algo mais linear funciona bem aqui, deixando o jogador livre para sair zerando o jogo sem se preocupar com “chatices” para quem não gosta muito de mundos abertos, ou permitindo uma vasta exploração, mas sem ser cansativa em excesso, como muitas das reclamações de alguns jogadores de games da Ubisoft.

Um mundo bem interessante

Análise Arkade - Star Wars Outlaws traz ação e exploração na dose certa

Na galáxia, você tem o que é esperado em jogos assim: vários locais para ir, bases para se infiltrar e uma galáxia felizmente não tão grande para explorar. Pelo visto, a Ubisoft aprendeu a lição após AC Odyssey. Nos mundos abertos, há um grande vazio nos desertos, mas convenhamos que isso é o esperado em locais assim em planetas de Star Wars, certo? O game de Mad Max conta com a mesma questão, por motivos óbvios, e também é um bom jogo. Mas quando visitamos os locais do game, vemos uma riqueza de detalhes, dignos de um filme Star Wars.

São muitas vilas, mercados, sindicatos, e bases com NPCs variados vivendo suas vidas. A construção de confiança com as facções também são notadas nas cidades, com vendedores associados te dando desconto ou cobrando mais caro, de acordo com a sua amizade com determinada facção. E, como o jogo não tem a temida “chuva de ícones”, explorar os locais é agradável, com ícones de oportunidade aparecendo, mas de forma mais minimalista.

O que falta de detalhes no mundo aberto, normal em se tratando dos desertos de Star Wars, sobra nos locais de interação. Realmente parece um filme da franquia, com tantos povos, idiomas, e locais para visitar, em especial os bares e casinos onde se encontram missões e confusão. O que colabora para um game com bons momentos de ação e aquela dose de cinema que só esta franquia pode receber.

Inclusive na ação, que pode fazer de você a ladra silenciosa ou o Rambo chutador de porta, que também mantém o jeitão Lara Croft / Nathan Drake de correr, atirar, socar e se proteger, o que deixa o game dinâmico, e também combina com o estilo de combate de Kay, que conta com Nix como um grande aliado, para roubar itens ou distrair inimigos. E o legal é que, mesmo quando você faz tudo na surdina, aquele “final” de etapa bem a cara de Star Wars, com tiro, explosão e aquela trilha sonora única, dão o toque no bolo que o fã merece.

O respeito que o fã de Star Wars merece

Análise Arkade - Star Wars Outlaws traz ação e exploração na dose certa

Star Wars Outlaws segue a tendência da Ubisoft de trazer jogos que não são “excelentes”, como a indústria e o público inventou com essa história de premiações e etc, mas que são divertidos e entregam, antes de tudo, um bom jogo de videogame. O respeito com a mitologia de Star Wars está presente em todos os momentos, desde o mundo do jogo, até coisas simples, como a transição de telas, idênticas aos filmes. Também dá pra fazer coisas divertidas no game, como correr ou jogar cartas.

Outra coisa que apareceu por aqui até com uma pequena frequência, mas creio que seja corrigido logo em sua estreia oficial, são os temidos bugs. Nada que atrapalhe a campanha de ninguém, mas tive inimigos invisíveis que não me deixavam prosseguir, personagens impossíveis de interação por estarem “enterrados” na pedra e coisas semelhantes. Além disso, outra crítica pode ser no formato das missões, com algumas secundárias exigindo deslocamentos desnecessários, talvez para desbravar melhor o mapa, e ativar os pontos de viagem rápida (que só precisam ser visitados para serem conhecidos).

No mais, temos um game divertido de se jogar, que conseguiu mesclar o melhor do mundo aberto de bons jogos de aventura e que não quer, em nenhum momento, ser “o melhor game de Star Wars de todos os tempos”. O que é bom, pois ele acaba sendo, “apenas”, divertido, que é o que queremos hoje em dia, com tantos jogos que querem ser “os melhores da história da semana”, e que esquecem do principal: do prazer de se jogar, se explorar, se divertir. Você terá um tempo semelhante ao de Assassin’s Creed Mirage, para campanha principal e exploração (cerca de 20 horas pra jogar só as missões e 50 para limpar o mapa) em um legítimo game Star Wars para se divertir.

Star Wars Outlaws chega no dia 30 de agosto, para Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PC.

O R36S é uma boa e barata opção para curtir os jogos clássicos, e você o encontra no AliExpress.

Confira nossas notícias diretamente no Telegram

E conheça nosso servidor no Discord

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

Mais Matérias de Junior

Comente nas redes sociais