Análise Arkade: Sword of the Guardian, um beat ‘em up que honra os clássicos do gênero

22 de setembro de 2018

Análise Arkade: Sword of the Guardian, um beat 'em up que honra os clássicos do gênero

Os beat ‘em ups definitivamente estão em alta novamente. Integrando uma boa safra de games que revisitaram o gênero, Sword of the Guardian chega trazendo uma nostálgica vibe de Golden Axe, confira nossa análise!

Um jogo de um homem só

Sword of the Guardian é um jogo indie raiz: ele foi praticamente todo produzido por uma única pessoa — Billy Chan, do Billy Chan Studio — ao longo de mais de 4 anos. E, nosso amigo Billy sem dúvida cresceu jogando beat ‘em ups, pois seu jogo de certa forma presta homenagem aos clássicos do gênero.

O roteiro é um bocado clichê: a história acompanha a jornada de um Espadachim sem nome contra o exército de um tirano opressor que dizimou o vilarejo em que ele cresceu e aprisionou seu povo. Ao lado de seus dois companheiros — um Anão e um Monge guerreiro –, vamos sair na porrada com soldados, monstros e guerreiros variados em busca de vingança.

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A história é simples, mas bem contada, e pontuada por diálogos bacanas entre os personagens. Nada épico, ou grandioso, mas ei, Final Fight e Streets of Rage não são necessariamente lembrados por suas excelentes narrativas, não é?

Saindo na porrada

Em termos de gameplay, Sword of the Guardian é um beat ‘em up bastante sólido: nosso objetivo geralmente é ir da esquerda para a direita, descendo o sarrafo em qualquer um que cruzar nosso caminho. Para cumprir esta nobre missão, temos as armas principais de cada guerreiro — que, no caso do Monge, são seus punhos, mesmo –, e uma grande variedade de objetos arremessáveis (bombas, facas, machados) e magias elementais.

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O que difere um pouco Sword of the Guardian dos jogos mais tradicionais do gênero é que ele incorpora alguns comandos típicos de jogos de luta em suas mecânicas: coisas como “meia lua pra frente” ou “frente, trás + golpe” funcionam aqui, e são responsáveis pelas melhores habilidades dos guerreiros.

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Tipo assim

Confira um pouquinho de gameplay do Anão abaixo:

Assim, por mais que ele remeta a Golden Axe em diversos aspectos, seu combate é muito mais fluido e cadenciado, com possibilidade de construir combos extensos misturando as diferentes habilidades de cada guerreiro. E, vale ressaltar, ele comporta jogatina local para 3 jogadores e, claro, possui sua leva de chefes gigantes!

Por mais que traga estas mecânicas um tanto mais elaboradas, senti falta de alguma forma de upgrade: não temos melhorias, árvores de habilidades, novas armas, nada. Do jeito que começamos a jornada, iremos até o final, e só o que muda em nosso arsenal são as armas arremessáveis. Ok, isso é coerente com os clássicos do gênero, mas os videogames evoluíram um bocado, e beat ‘em ups modernos podem se beneficiar de uma camada extra de profundidade e customização — algo que Guacamelee! 2 faz muito bem.

Capricho e Simplicidade

Como já dito, Billy Chan produziu Sword of the Guardian praticamente sozinho, e não se pode negar que no geral ele fez um ótimo trabalho. Há uma simplicidade, uma crueza latente e algumas limitações aqui e ali, mas nada parece simplesmente mal feito, e fica evidente que houve capricho na concepção do game.

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As animações são muito legais — embora a corrida do Monge me pareça meio “manca” –, há uma boa variedade de inimigos e cenários. Alguns ambientes trazem efeitos de névoa e e água muito bons. Olha como são bonitos os reflexos na água deste trecho (aproveite e repare na corrida estranha do Monge):

A trilha sonora e os efeitos estão no mesmo barco — possuem certa simplicidade, mas cumprem seu papel. O game não foi localizado para o nosso idioma, mas sua história simples demanda um conhecimento básico de inglês para ser compreendida.

Conclusão

Billy Chan é um sujeito de fibra. Produzir um jogo não é fácil, e ele conseguiu fazer isso sozinho, cuidando de praticamente todos os aspectos da produção — até o email que recebi veio diretamente dele, não há sequer alguém cuidando do marketing ou da assessoria de imprensa. Ele não é a primeira pessoa a fazer isso e provavelmente não será a última, mas sempre é bom reconhecermos o trabalho destes profissionais que são “pau pra toda obra”.

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Dito isso, classifico Sword of the Guardian como um bom beat ‘em up. Não é um jogo memorável, mas é bom o bastante para oferecer diversão sem compromisso ao longo de sua campanha, e honrar o legado dos clássicos. Já jogamos coisa pior produzida por equipes muito maiores, e apesar de sua simplicidade, Sword of the Guardian entrega o que se propõe.

Um jogo fácil de recomendar para quem cresceu jogando Golden Axe, os beat ‘em ups de Dungeons & Dragons, ou qualquer outro game de pancadaria com temática de fantasia medieval. Reúna seus amigos, e relembre como é bom seguir sempre para a direita descendo a porrada em incontáveis inimigos!

Sword of the Guardian chegou ao Nintendo Switch em 18 de setembro. O jogo também está disponível na Steam.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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