Análise Arkade: Tails of Iron 2: Whiskers of Winter traz ainda mais ação e brutalidade

Tails of Iron foi uma grande surpresa lançada lá em 2021, misturando Metroidvania e Souls-like em um mundo de animais antropomórficos que está muito longe de ser um conto de fadas, nos apresentando a um mundo medieval incrivelmente brutal. Tails of Iron II: Whiskers of Winter, que foi lançado no fim de janeiro, segue a tradição, mas adiciona ainda mais brutalidade!
Um novo reino e muitos novos perigos

Tails of Iron 2: Whiskers of Winter é ambientado anos após os eventos do primeiro game e tem como protagonista Arlo, filho bastardo do Rei Rattus, que foi deixado na fortaleza do Limiar Invernal para ser criado por seu Guardião a pedido do Rei, que queria esconder seu filho ilegítimo.
Tendo uma infância alegre no Limiar Invernal, tudo seguia em sua normalidade até que repentinamente os morcegos, antigos inimigos dos ratos que acreditava-se que haviam sido completamente derrotados no passado, retornarem com força total para atacar a fortaleza, matando o pai adotivo de Arlo e quase extinguindo completamente a vida nas terras do norte.

O jovem Arlo, testemunhando a morte de seu pai de frente, não tem outra escolha a não ser assumir o posto de Guardião, com a missão de preparar-se para novos ataques dos morcegos e planejar sua vingança. Assim, acompanhamos Arlo enquanto ele reconstrói as Terras do Norte, resgata a esperança de seu povo e forma alianças com outras espécies, como Sapos, Toupeiras e Peixes-Gato, para formar um exército para atacar os morcegos, enquanto impede que eles ataquem as terras ao sul.
Assim como no primeiro game, Tails of Iron 2 possui uma história pesada, sem economizar na violência. Seja durante o gameplay ou durante cutscenes, as mortes são brutais, não apenas visualmente, mas também no contexto da história sendo contada. Testemunhamos famílias de ratos sendo massacradas por morcegos, sapos sequestrando peixes inocentes, pássaros cultistas voltando-se contra seu próprio povo e etc.

Apesar de ser um game relativamente curto, ele leva seu próprio tempo para avançar, pois é totalmente focado em sua história, de forma que cada personagem que encontramos e cada lugar novo que visitamos contribui para a história, que é inteiramente narrada por Doug Cockle, ator que imortalizou a voz de Geralt of Rivia na série The Witcher!
O mesmo gameplay, com algumas adições
Se você jogou o primeiro Tails of Iron então não terá qualquer dificuldade para se habituar. O game é o mesmo em termos de gameplay. Apesar de no inicio do texto eu ter mencionado que o game era um “Souls-like”, ele não necessariamente segue esse modelo, sendo mais uma aproximação.
Arlo pode ser equipado com três tipos de armas: Armas leves, armas pesadas e armas de longo alcance. Mais um escudo, usado tanto para defesa quanto para aparar ataques. Não há barra de stamina aqui, mas cada arma possui combos finitos. Ou seja, você não conseguirá atacar sem parar até matar seus inimigos. E isso já seria impossível por os inimigos podem e vão se esquivar e até aparar os seus ataques.

A diferença é que agora todos os equipamentos: Armas, escudos e armaduras, possuem propriedades elementais, bem como cada inimigo possui uma afinidade. Não há pontos de experiência aqui, de forma que o poder de Arlo é calculado inteiramente com base no equipamento que você usar. Os morcegos, por exemplo, possuem afinidade de gelo. Assim, se você usar uma armadura com proteção de fogo ou veneno, por exemplo, receberá dano extra de seus ataques.
O mesmo para os ataques. No menu de pausa do game, há um bestiário com todas as criaturas que você encontra, mostrando suas forças (com qual elemento elas atacam) bem como suas fraquezas (qual a fraqueza elemental delas). Assim, esse é um game em que você não poderá focar em uma armadura ou arma preferida, pois precisará trocá-las constantemente, inclusive durante lutas.

Arlo ainda pode conjurar magias, que ele aprende ao interagir com estátuas de ratos espalhadas pelos mapas. Ao todo, temos quatro magias diferentes: Eletricidade, Fogo, Veneno e Gelo, ao atacar inimigos, medidos individuais para cada magia vão enchendo e você pode usar esses poderes durante as batalhas, causando enorme dano aos inimigos.
Em termos de dificuldade, Tails of Iron II: Whiskers of Winter continua sendo bem desafiador. Apesar de não possuir barra da stamina, cada batalha, seja contra um inimigo, três ou contra chefões, é cadenciada e demanda estratégica para atacar, defender e esquivar, com timing sendo de imensa importância. Assim como no primeiro game, ataques inimigos com uma marca vermelha precisam ser esquivados e ataques com marcas amarelas podem ser aparados, abrindo a defesa do inimigo para ataques críticos.

Eu joguei o game da dificuldade máxima, o que significa que mesmo o ataque de inimigos fracos tirava de 50 até 90% da minha barra de vida em um único golpe. Jogando nessa dificuldade pude compreender bem como funcionam as afinidades elementais, e quando enfim pude evoluir meus equipamentos, tudo ficou bem mais fluído, mas não menos desafiador!
Um ponto de crítica, que foi mantido inalterado desde o primeiro game, é o item de cura. Diferente de um fracos de Estus ou de Lágrimas Carmesins, aqui você bebe de seu cantil e sua vida vai se recuperando lentamente enquanto bebe. Quando sua barra de vida está no tamanho máximo, seu cantil não consegue recuperar sua vida completamente.

Como curar-se é um processo bem lento, fazer isso durante as lutas as vezes é impossível, seja pela quantidade de inimigos ou a agressividade de um chefão, por exemplo. Por isso, o game exige muita habilidade do jogador em não tomar dano, pois parar e curar-se durante uma batalha, ainda que seja possível, é altamente arriscado.
Reconstruindo seu reino

Assim como no primeiro game, Tails of Iron II: Whiskers of Winter é focado em reconstruir o Limiar Invernal, progredindo através de missões que levam Arlo a diferentes locais para forjar alianças ou coletar materiais necessários para reconstruir seu reino. Dessa forma, reconstruímos o local ao evoluir quatro estruturas básicas: O ferreiro, a cabana de construção, a cozinha e a loja de itens. Quanto mais você evolui o limiar invernal, melhores equipamentos e itens ficarão disponíveis, bem como a criação de receitas que aumenta a barra de vida de Arlo.
Além das missões principais, cada região do mapa possui missões de caçada, que nos levam a eliminar chefões poderosos, que geram recompensas importantes para a reconstrução do Limiar Invernal e a evolução dos equipamentos de Arlo.

Todo o game progride através desse sistema de missões. Sendo possível revisitar todas as áreas visitadas para fazer novas missões conforme elas vão sendo desbloqueadas. Assim, ainda que a exploração livre seja possível, acaba não sendo vantajosa, pois mesmo que você encontre inimigos para enfrentar, e possa coletar recursos deles, não há XP para ser ganho. Tails of Iron II é um game que progride através de sua história inclusive em suas missões de caça.
Isso não significa que há pouco conteúdo no game. Após terminar a aventura, você ainda pode explorar o mapa livremente e refazer missões secundárias. O ponto é que o foco está em contar a sua história primeiramente, sendo um game de duração relativamente “curta” se comparado com outros Metroidvanias ou RPGs de ação. O que não é um ponto negativo, exceto para jogador acostumados a centenas de horas de jogatina.

No fim, o game possui um final com um cliffhanger que deixa bem claro que teremos mais no futuro. Com certeza o game receberá alguma DLC no futuro, mas além disso, o gancho na história deixa claro que muito provavelmente um Tails of Iron III esteja vindo aí no futuro.
Audiovisual

Assim como seu antecessor, Tails of Iron II: Whiskers of Winter possui um visual totalmente desenhado à mão, com seus cenários compostos por sprites 2D gerando o efeito parallax. Tudo é criado com incrível riqueza de detalhes, em cada cenário e cada NPC que encontramos, desde um simples rato camponês até corujas caçadoras e é claro, morcegos assassinos.
O segundo game, por ser ambientado em regiões mais ao norte, possui cenários com visual de inverno e outono, com bastante neve, chuva, brejos e florestas de folhas caindo. Os cenários do game são verdadeiramente muito belos e povoados por diferentes formas de vida, seja com NPCs andando ou trabalhando ao fundo, ou as vezes até inimigos e chefões simplesmente passando.

O nível de violência do game, como já dito, é bem intenso. Com muito sangue jorrando para todo lado, desmembramento de corpos e principalmente com os chefões ficando visivelmente feridos conforme suas barras de vida vão diminuindo. O nível de brutalidade das execuções está ainda maior, com eliminações bem intensas e cheias de ação ao derrotar chefões.
A trilha sonora é toda composta de músicas com temática medieval, que combina perfeitamente com o estilo do game. Apesar disso, a trilha sonora não é tão presente assim, aparecendo principalmente em momentos importantes e durante as batalhas contra chefões, mas algo bem legal é que ao visitar cidades ou vilarejos, ouvimos melodias simples de flautas ou outros instrumentos ao fundo, adicionando um pouquinho de “vida” a esses cenários.

E, é claro, temos novamente Doug Cockle, a voz de Geralt of Rivia de The Witcher, narrando todos os eventos do game com sua voz inesquecível. Sua narração é sem dúvida o ponto alto do departamento sonoro do game, pois ele consegue adicionar bastante peso a cenas intensas e tristes, e ser engraçados em cenas mais leves.
O game possui localização em português brasileiro em seus menus e legendas, com um ótimo trabalho de localização!
Conclusão

Tails of Iron II: Whiskers of Winter é uma compra certa para quem gostou do game original, pois entrega tudo o que já vimos antes junto de novidades bem vindas e uma nova história com muita ação, drama e brutalidade. O melhor de tudo é que se você não jogou o primeiro game, não ficará perdido aqui, mas é claro que se você tiver jogado, a experiência será completa, pois há muitas ligações e referências ao primeiro game aqui.
Apesar de inicialmente descrever o game como um Souls-like, essa não é a melhor descrição para o game. Trata-se de um Metroidvania, mas que também não mergulha a fundo nesse gênero, apesar de contar com backtracking. Talvez a melhor forma de descrever o game seja dizer que é um “Metroidvania-lite”.
No fim, tudo o que o game oferece é usado para cumprir sua principal missão, que é contar sua história, e isso é feito de forma excelente, pois sua história é pesada, envolvente e bastante surpreendente. E agora eu já estou no aguardo por Tails of Iron III, que espero muito que seja lançado em breve!
Tails of Iron II: Whiskers of Winter foi lançado no dia 28 de janeiro com versões para PC, Playstation 4 e 5, Nintendo Switch e Xbox One e Series X/S.
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