Análise Arkade: Revisitando o divertido The Messenger, agora no Playstation 4
Ano passado, The Messenger foi lançado nos PCs e no Nintendo Switch, com sua divertidíssima e hilária aventura de um ninja tentando salvar a humanidade de poderosos demônios. E agora vamos para uma nova viagem no tempo, retornado a esse grande game, agora no Playstation 4!
A saga do Mensageiro e do Pergaminho
The Messenger conta a história do último refúgio da humanidade, uma pequena ilha habitada pelos últimos integrantes de nossa espécie, vivendo em um mundo que de tempos em tempos é invadido por um gigantesco exército demoníaco que quer aniquilar toda a vida do planeta. As esperanças do mundo estão no lendário Herói do Oeste, que aparece nesses momentos para impedir a destruição total.
E é aqui que a aventura começa, com um um ninja sendo visitado pelo herói no momento da nova invasão dos demônios e sendo incumbido de uma perigosa e importantíssima missão: Levar o lendário Pergaminho ao topo da montanha mais alta da ilha, onde três sábios o guiarão. E assim se inicia uma divertidíssima e hilária aventura pela ilha, pelo tempo e pelas gerações dos videos games!
Como já fizemos uma análise do game na época de seu lançamento, não abordaremos questões como gameplay, por isso, para ter uma visão melhor do game, dê uma conferida na nossa análise completa baseada na versão de Nintendo Switch. E com isso, podemos prosseguir com nossa revisita ao game.
O bom uso da nostalgia
Sacou a referência?
The Messenger deixa claro desde o começo qual é sua maior inspiração: O clássico Ninja Gaiden do NES. Tanto no visual como no gameplay o game é uma grande homenagem a esse clássico, mas mais importante, o game tem uma forte identidade própria, mesclando a nostalgia em uma aventura muito divertida.
O game é a prova de que certos games ou estilos são atemporais, por mais que hoje em dia talvez sejam considerado antiquados, a diversão proporcionada não diminuiu em nada. Isso não é algo apenas de Ninja Gaiden, afinal muitos jogadores de hoje em dia nunca tiveram a chance de jogá-lo, porém seu estilo, seu “legado” ainda permanece muito forte.
E se apenas uma forma de nostalgia é pouca, então que tal várias? Uma das coisas mais legais que o game faz é, além de ser um homenagem a um clássico, é também uma homenagem a duas grandes gerações de consoles, 8 e 16 bits! A partir de certo ponto da aventura, o game se transforma por completo, o que era apenas uma aventura por fases se transforma num Metroidvania, e as duas gerações literalmente se unem numa coisa só!
Nesse ponto da aventura, o jogador adquire a habilidade de viajar pelo tempo através de portais localizados ao longo dos mapas do game. Passar por esses portais transforma o visual do game de 8 para 16 bits, incluindo cenários, inimigos e até músicas, de forma incrivelmente fluída e bela. Uma das coisa mais legais do game é ver essa transição na frente de seus próprios olhos, sem que a ação seja pausada em nenhum momento.
Aqui vai um exemplo, de uma mesma área (em posições diferentes) nos dois visuais. Primeiro, em 8-bits:
E agora o mesmo lugar, mas em 16-bits:
Essas mudanças servem para abrir novos caminhos nos cenários, revelando locais que o jogador não podia acessar em sua primeira visita, o que abre as portas para o lado Metroidvania do game, com várias áreas novas e caminhos secretos para o jogador explorar, encontrando novos itens e upgrades. Com toda essa mistura, The Messenger se torna uma aventura única, que não se apóia na nostalgia para tocar o barco, mas a usa de forma inteligente para dar vida a sua própria identidade.
Muito bom humor e uma trama bem interessante
The Messenger é um game simplesmente hilário! Toda a trama do game gira em torno dos diálogos do Ninja com o Lojista, um simpático e misterioso personagem que vende upgrades e provê informações sobre o mundo do game, seus chefões e outros assuntos.
Os diálogos entre os dois personagens, e com todos os outros que aparecem eventualmente na aventura são recheados de bom humor, muitas quebras da quarta parede e até algumas referências aqui e ali. Se o gameplay de The Messenger já é bem divertido, seu enredo e diálogos tornam a experiência ainda mais legal.
Uma coisa legal do game é que não há Game Over (até o jogar iniciar o NG+). Sempre que você morre no game, um pequeno demônio chamado Sofismuto aparece e salva a sua vida, retornando você ao último Check-point. A presença desse personagem serve não só como uma explicação para o Respawn, pois uma parte importante da aventura e suas viagens no tempo é que se alguém morre, morreu de vez. E Sofismuto aparece pra não deixar isso acontecer.
Mas ele não salvará sua pele de graça, após ressuscitá-lo, ele acompanhará o jogador e consumirá os Cacos de Tempo (a moeda do game) que o jogador acumular até se encher e ir embora. E toda vez que o jogador morre Sofismuto faz alguma piada ou algum comentário engraçado, seja perguntando se o jogador é ruim de propósito a comentar um pouco sobre seu trabalho e vida.
Sofismuto e seus divertidos comentários
Tudo isso enriquece bastante a aventura, pois oferece bastante gameplay puro para quem só quer sair lutando, e também uma história interessante para quem quiser se inteirar mais. O game ainda oferece vários pensamentos e filosofias bem interessantes e inteligentes, mas você só as verá se encher muito o saco do Lojista, o que é altamente recomendado!
Definitivamente uma aventura que vale muito a pena
Se você não jogou The Messenger, então jogue! O game oferece uma aventura que atrai não só os nostálgicos, mas também quem só está entrando no mundo dos video games agora. Com uma aventura fácil de aprender, divertida e muitíssimo hilária.
Isso sem falar da excelente trilha sonora do game, que é um show a parte. E ela ainda se transforma junto com o visual, tendo versões em 8 e 16 bits de todas as suas músicas, cada uma melhor do que a outra e digna se dar uma pausa e deixá-las rolando.
A transição do game de fases para Metroidvania pode ser um pouco estranha para alguns, pois envolve bastante backtracking para abrir áreas novas, e para quem estiver atrás do 100% e quiser achar todos os itens. Pessoalmente isso não me incomodou, pois amo Metroidvanias. Porém, essa adição adiciona mais tempo e diversão ao game, ainda permitindo que o jogador explore livremente.
Mas se você der uma chance ao game, com certeza se divertirá bastante! O pessoal da Sabotage Studio fez um excelente trabalho com o game, transformando o fator nostalgia em algo que vai além de “fan service” e ajuda a criar uma identidade própria para o Mensageiro e todos a seu redor. Ah, e aproveite que está aqui e confira nossa análise original do game, que aborda mais questões técnicas do game, como gameplay e as mecânicas de sua parte Metroidvania.
The Messenger foi originalmente lançado em agosto de 2018 para PC e Nintendo Switch. E chegou no dia 19 de março para o Playstation 4. Em breve o game receberá novos conteúdos através de uma DLC gratuita, então fiquem ligados!