Análise Arkade: as loucas dungeons verticais de Vertical Drop Heroes HD
Vertical Drop Heroes HD mistura dungeon crawler com plataforma e uma pitadinha de RPG. E ainda tem mais: todas as dungeons do game são verticais! Confira na sequência nossa breve análise do game!
Contextualização e história
Vertical Drop Heroes é, tal qual Castle Crashers e Super Meat Boy, um jogo que começou nos navegadores, em sites de joguinhos em flash. Seu sucesso fez com que ele recebesse uma conversão melhorada para o Steam, e é esta versão HD do game que agora chega também aos consoles.
Bem humorado e metalinguístico, o game tira um sarro do conceito pra lá de batido da “Profecia do herói/escolhido” para colocar heróis variados em uma busca pelo Santo Santuário, lugar místico onde supostamente está guardado “o grande segredo da existência”.
Claro que nem todos os heróis estão aptos para cumprir esta missão e irão morrer no processo, mas este é um elemento que faz parte do jogo: em uma pegada meio Rogue Legacy (e outros rogue likes), você muda de personagem mas seu ouro vai se acumulando, permitindo que você compre upgrades e melhorias que irão beneficiar as “próximas gerações” de heróis.
Encarando as dungeons
No início do jogo, você pode escolher entre 3 heróis, que podem (ou não) ter características diferentes. Alguns usam lanças, outros machados, alguns possuem uma habilidade de “super pulo”, enquanto outros são capazes de criar clones de si mesmos. Há uma espécie de hub inicial onde você pode acompanhar seu progresso e comprar upgrades vitalícios de poder e saúde para seus heróis.
Escolhido o personagem, passe pelo portal para encarar a primeira dungeon. Você começa a fase no topo dela, e deve ir descendo até o fundo, onde um chefão te espera para um combate de vida ou morte. O simples ato de chegar até o fundo, porém, não é tão simples, pois o cenário está repleto de inimigos, armadilhas e outros perigos.
Ainda que você possa matar os inimigos no melhor estilo Super Mario (quicando na cabeça deles), isso logo deixa de ser uma tática eficiente. Além do ataque básico, cada herói possui um ataque de projétil — que pode ser um kunai, ou uma flecha –, bem como uma habilidade especial. Com exceção do pulo comum e do ataque básico, todas as suas outras ações consomem barras de energia específicas. Conforme elimina inimigos, você sobe de nível, o que melhora seus atributos.
Na prática, sua missão consiste em chegar ao final da dungeon e derrotar o chefe, o que libera o portal para a próxima fase. É praticamente impossível ir do começo ao fim do jogo com o mesmo herói, mas, como já dito, é possível comprar power ups que continuam valendo para os próximos personagens. Só não pense que isso vai realmente facilitar muito a sua vida, pois os novos heróis sempre começam no nível 1. Ah, e as dungeons são meio que geradas proceduralmente, de modo que não adianta você achar que pode “decorar” o layout de uma fase para se dar bem.
Salvando aliados e abrindo baús
Conforme “despenca” pelos dungeons, três coisas irão certamente chamar a sua atenção: temos baús com tesouros variados, portas trancadas (que podem servir como atalhos ou liberar acesso à áreas cheias de loot) e gaiolas, onde pobres NPCs encarcerados gritam por socorro. Para abrir tudo isso você precisa coletar chaves, que podem ser encontradas pela fase ou dropam de inimigos mortos.
É altamente recomendável que você abra principalmente os baús e as gaiolas. Os baús porque né, ouro nunca é demais. E as gaiolas, porque você liberta magos, cavaleiros, arqueiros, ladrões e outras classes de guerreiros, que irão ajudá-lo a derrotar os inimigos, e podem também lhe conceder escudos e outras habilidades.
Confira abaixo nosso gameplay de uma dungeon completa para entender melhor como o jogo funciona:
Esta foi só a primeira dungeon do jogo, e o nível de dificuldade vai crescendo a cada nova fase. Os ambientes seguem uma ordem específica (uma dungeon com tema floresta, outra com tema fogo, etc.), mas a forma com que elas são geradas é aleatória, o que sem dúvida agrega algum fator replay ao jogo — e ele tem New Game +.
Aliás, se quiser encarar um desafio realmente cabeludo, tente concluir as dungeons no modo Pacifista, sem matar diretamente nenhum inimigo. Seus aliados desengaiolados até podem (devem, na verdade) matar os inimigos, mas você não deve causar direto em nenhum inimigo. Vai encarar?
Audiovisual
Por ter sua origem no Flash dos navegadores, Vertical Drop Heroes HD tem um visual simples e cartunesco. Os heróis selecionáveis são bem diferentes entre si — mais em visual do que em gameplay, na real — e cada dungeon possui sua própria sorte de inimigos e armadilhas.
O gameplay é responsivo e foi bem adaptado aos controles. A trilha sonora é bacana, e em alguns casos até soa familiar, como se ela quisesse emular a mesma vibe de músicas famosas. O game foi traduzido para o português de maneira relativamente competente, ainda que rolem muitos textos que simplesmente não foram traduzidos e se mantém em inglês.
Um detalhe que acho válido mencionar: o jogo é crossbuy PS4/PS Vita e — não pela primeira vez — acho muito mais confortável jogar no portátil. É questão de gosto, pois o jogo em si é essencialmente o mesmo, mas fontes que parecem pequenas demais na TV ficam muito mais fáceis de ler na telinha do Vita.
Conclusão
Ainda que o gênero roguelike não seja o meu favorito, certos jogos do gênero me cativam. Rogue Legacy foi um deles, e Vertical Drop Heroes HD agora é outro. Eles são essencialmente simples, mas bem feitinhos, com mecânicas fáceis, desafios cabeludos e sacadas metalinguísticas muito bem humoradas.
Nem sei se hoje em dia ainda é possível encontrar a versão em Flash do jogo pela internet, mas para quem busca um joguinho simpático e simples, com bom nível de desafio e uma proposta um pouco diferente do convencional (dungeons verticais não são assim tão comuns, são?), vai encontrar alguma diversão aqui, seja na TV ou no portátil.
Vertical Drop Heroes HD chega ao Playstation 4 e ao Vita em 14 de fevereiro, e ao Xbox One no dia 17. O game já estava disponível para Steam.