Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

26 de outubro de 2017

Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

A sequência de um dos jogos de terror mais diferentões e assustadores dos últimos anos enfim chegou! Yomawari Midnight Shadows chegou essa semana, trazendo terror japonês de qualidade aos PCs e consoles Playstation, confira nossa análise!

Antes de mais nada

É válido ressaltar que Yomawari Midnight Shadows é a sequência de Yomawari Night Alone, e tem muito em comum com o primeiro game. Se você não conhece o game, recomendo que dê uma conferida em nossa análise dele, que é um jogaço, aliás!

Leu? Então vamos em frente!

Terror em dose dupla

No primeiro game, acompanhamos a pequena Yui, garotinha que resolveu sair sozinha pela noite para procurar seu cachorro que desapareceu e sua irmã, que saiu para tentar encontrar o cachorro e não voltou para casa. Ela retorna neste novo jogo, agora acompanhada de sua amiga Haru.

Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

Haru e Yui, antes do pesadelo começar.

As duas amigas foram até o topo de um morro para ver uma queima de fogos, mas na volta, coisas estranhas começam a acontecer. Yui, mais experiente no assunto “eventos sobrenaturais” decide ir averiguar… e não volta. Haru então junta a lanterna da amiga e resolve sair para procurá-la.

Confira 15 minutos de gameplay abaixo:

Assim, nesta sequência temos meio que 2 histórias que acontecem em paralelo: de um lado, temos Haru explorando a cidade, mais ou menos como no primeiro game. Do outro, temos Yui, que foi raptada e levada para um lugar misterioso, e precisa tentar sair de lá. Sua missão é reunir as duas — e sobreviver a uma noite digna de pesadelo. Tem coragem?

Explorando um pesadelo

Mecanicamente, Yomawari Midnight Shadows é bastante semelhante ao jogo original. Você explora livremente os cenários, coletando pistas e itens que podem (ou não) ser úteis. Descobrir como destrancar portas, encontrar atalhos e desvios — há muitas ruas sem saída e bloqueios — compreendem o desafio básico do game.. isso e escapar dos monstros, claro. A principal mudança é que agora são 2 protagonistas em locais (geralmente) diferentes: Yui fica mais tempo em locais fechados, enquanto Haru tem a cidade toda para explorar.

Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

Essa liberdade de Haru nem é tão boa assim pelo simples fato de que a cidade está lotada de espíritos malignos, monstros e outras criaturas pra lá de bizarras. As meninas carregam apenas uma lanterna e são totalmente indefesas: basta uma criatura encostar em você que é morte certa, rápida e sangrenta.

Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

Tipo assim.

Ah e lembre que este é um jogo sem saves automáticos ou checkpoints, então guarde suas moedas para oferecer a toda estátua de Jizo que encontrar, e salve seu progresso sempre que precisar. Vale ressaltar que as estátuas Jizo também servem como fast travel, o que é uma mão na roda depois que você já encontrou várias espalhadas pela cidade.

Siga seu coração (e esconda-se)

Pois é, seu coração continua sendo um grande aliado nesta jornada: os batimentos cardíacos das garotas vão se acelerando quando há perigo por perto (mesmo quando você não consegue vê-lo), então “siga seu coração” se quiser evitar perigos. Como nem sempre é possível “contornar” os fantasmas, fique ligado em arbustos, placas e caixas que podem servir de esconderijo.

Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

As manchas vermelhas mostram a movimentação dos monstros próximos.

Caso tenha que passar perto de alguma criatura, seja rápido (ou não, pois há bichos que só te seguem quando você corre), e tente criar distrações atirando pedras ou chutando latas. A barra de stamina das menininhas se esvazia MUITO rápido quando elas estão assustadas e/ou sendo perseguidas, então o lance é distrair os bichos ou se esconder.

As novidades

Ainda que tenha muito em comum com seu antecessor, Yomawari Midnight Shadows arranja espaço para inserir algumas novidades: há certos itens que funcionam como amuletos, e você pode equipá-los para ganhar pequenos buffs — como um aumento na barra de stamina, ou a possibilidade de carregar mais itens. Também há colecionáveis cuja única função é decorar o quarto de Haru.

Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

A cidade em si é essencialmente a mesma do primeiro game, mas ela está maior, e agora podemos entrar em certos prédios para explorá-los. O terror em espaços confinados e corredores apertados fica ainda mais latente, e aumenta ainda mais a tensão do game. Fora isso, agora as meninas também podem empurrar certos objetos (como escadas ou caixotes), o que pode conceder acesso a novas áreas.

Audiovisual

Ainda que as protagonistas tenham um visual super bonitinho não se engane: Yomawari é um jogo de terror extremamente tensoimersivo e perturbador. Ele é o tempo todo escuro, e a ausência de música potencializa os efeitos sonoros que realmente importam: o som dos seus passos, o cricrilar dos grilos, o sopro do vento, os sussurros, gritos e barulhos hediondos dos monstros… e as batidas do seu coração, claro!

Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

O mapa da cidade continua sendo praticamente o mesmo do primeiro jogo: é vasto, mas não tem muita novidade. Alguns monstros e espíritos também foram “reciclados”, mas para compensar há muitos bichos novos, com comportamentos diversos: alguns só se movem quando você está com a lanterna acesa, outros te seguem deixando sinistras pegadas de sangue pelo caminho. O facho da lanterna revela a presença de (quase) tudo, mas acredite: pior que um monstro que você pode ver, é um que você NÃO pode ver!

Uma coisa que me impressiona em Yomawari é a imprevisibilidade dos monstros. E falo não só de padrões de comportamento, mas de design, mesmo. Jogos de terror costumam ter os “monstros comuns genéricos” que são parecidos e se repetem bastante, mas aqui isso praticamente não acontece: de estátuas japonesas a rostos gigantes, passando por sombras de olhos vermelhos e amontoados de membros rastejantes, há muita variedade aqui, indo do “quase bonitinho” ao “pra lá de sinistro” com muita fluidez.

Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

Que diabo é isso?! Acho melhor nem saber…

Destaque para essa garota sinistra que cai do nada e pode te esmagar se você estiver no lugar errado na hora errada:

Um ponto negativo é que o game não foi localizado para o nosso idioma, então quem quiser curtir esse pesadelo ao lado de Haru e Yui terá que se virar com os menus e legendas em inglês.

Conclusão

Yomawari Night Alone foi um dos jogos mais assustadores que joguei nos últimos tempos, e Midnight Shadows consegue manter o alto nível do primeiro game. Esta sequência pode não trazer lá muitas novidades, mas sem dúvida acerta a mão ao manter o clima obscuro, tenso e opressivo tão característico da franquia.

Análise Arkade: Yomawari Midnight Shadows parece bonitinho, mas é horripilante

Em tempos onde jogos de terror em primeira pessoa dominam o mercado, é bom jogar algo diferente, para variar. E Yomawari é exatamente isso: diferente. Um pouco bonitinho e muito assustador esse é o jogo perfeito para você jogar de madrugada, com a luz apagada e um bom par de fones de ouvido.

Yomawari Midnight Shadows foi lançado na última terça (24/10). O game está disponível para PC, Playstation 4 e PS Vita.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

Mais Matérias de Rodrigo

Comente nas redes sociais