Análise Arkade – Stealth, puzzles e cyberpunk o aguardam em Foreclosed

12 de agosto de 2021
Análise Arkade - Stealth, puzzles e cyberpunk o aguardam em Foreclosed

Desde o sucesso de Comix Zone, os games que contam com influências diretas ao formato de quadrinhos sempre chamou atenção. Apesar de poucos jogos seguirem este estilo, é sempre divertido ver a ação mudando como uma boa e velha mudança de páginas em um gibi.

Foreclosed usa deste recurso não só para contar a sua história, mas também para fazer sábias transições em seus modos de jogo variados. O game, da Antab Studio, e publicado pela Merge Games (que já havia trazido o também competente Cloudpunk), traz uma história Cyberpunk, na pele de Evan Kapnos, personagem que adentra ao universo do game para descobrir uma conspiração em meio a sua obscura identidade.

Análise Arkade - Stealth, puzzles e cyberpunk o aguardam em Foreclosed
O clima de quadrinhos ajuda a contar a história

Três em um

A história, no caso, apesar de trazer mistérios e deixar muito do contexto para a imaginação do jogador, não é um elemento dos mais fundamentais por aqui. Os quadrinhos, apesar de trazer a imersão desejada na história, funcionam mais como transições entre as várias formas de se jogar o game.

Em um momento, você está em visão isométrica, precisando resolver puzzles simples, ou encontrar dispositivos escondidos, enquanto anda sorrateiramente, se escondendo nos elementos dos cenários, para ser pego. Em outro, precisa atravessar locais monitorados por guardas, no melhor estilo stealth, usando seus implantes para ajudar no abate silencioso.

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E, ainda, há momentos de muita ação, em um esquema que chega a lembrar, mesmo que de forma distante, Superhot. Como Kapnos tem implantes que o ajudam a ter mais habilidades, é possível atirar com tiros teleguiados, usar um escudo temporário, jogar inimigos no chão ou para o ar, e ainda melhorar a sua arma. Você pode usar seus hacks, porém corre o risco de sobrecarregar e ficar temporariamente sem ação, por isso, sempre é bom ver o medidor do seu chip e nunca sobrecarregá-lo.

O sistema de upgrades é simples, também. Mas eficiente. Você adquire experiência, de forma bem rápida, e ganha, a cada nível, um ponto extra, que pode ser usado na compra de melhorias, para seu implante, ou sua única arma. Não chegam a vinte o número total de upgrades, mas todos são eficazes, sendo acionados de maneira simples apertando botões do controle enquanto você mira.

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O game é bem balanceado quanto as suas três formas principais de se jogar. Porém entrega tudo de uma maneira bem simples. Sim, tudo funciona muito bem e é divertido. Mas não espere nada de surpreendente. Isso, para deixar claro, não é uma crítica. Mas sim um aviso de que o game cumpre seu objetivo essencial, mas não passa disso.

Tá bom, mas poderia ter mais

Também senti falta de maior interação com o game. No início, o personagem interage com o ambiente, dando a entender que o game apresentaria muito neste sentido. Mas depois, o que temos são apenas itens escondidos para serem detectados e alguns objetos específicos. Além da possibilidade de hackear, através de comandos no direcional, alguns objetos. Poderia ser melhor explorado este elemento.

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Além disso, é um game bem curto, também. Destes que, em um fim de semana, você consegue terminá-lo sem maiores dificuldades. Apesar de não possuir escolha de nível de dificuldade, trata-se de um game simples de se fechar, prestando atenção apenas em aprender como lidar com cada situação.

O game é linear, funcionando no famoso estilo “em trilhos”, mas com uma interessante liberdade de cenários, em alguns casos. Apenas senti falta de mais, pois como disse, o gameplay do game é bem simples. A sensação que tive é a de que mais elementos poderiam ter sido incluídos, para deixar o game ainda mais interessante.

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Que ainda capricha no visual, apostando no cel-shading, mas com tons pastéis, embora obscuros. Lembrei, além de Comix Zone, como já mencionei, de games como No More Heroes, e, principalmente, XIII. O visual encaixa bem com o contexto apresentado, e traz um pouco de variedade a jogos de ação recentes tão iguais.

Uma interessante aventura Cyberpunk

Não há o que reclamar de Foreclosed. Apenas é preciso encará-lo como um jogo simples, não esperando tanto dele. Seu gameplay diverte, seus puzzles, embora limitados, divertem, e os momentos de ação também cumprem seu papel. Só fica aquela sensação de que o game tinha condições de oferecer mais, inclusive em sua história. A expectativa, claro, é de que, com o sucesso do game, a Antab Studio consiga coletar informações e recursos suficientes para entregar uma continuação com ainda mais elementos interessantes.

Foreclosed chega hoje, em 12 de agosto, para Xbox Series X|S (onde o game foi jogado), Xbox One, Playstation 4, Playstation 5 (que promete boas interações com o Dual Sense), Nintendo Switch, PC e Google Stadia.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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