Arkade Speed – O GP da Áustria: Sua história em 2019 e na corrida de hoje
A Áustria é um dos palcos mais tradicionais da F1, com corridas desde 1964. E por causa disso, tem muita história pra contar. “Raiz”, a pista é bem veloz, tem bons pontos de ultrapassagem, e conta com três boas retas para acelerar. Entre suas histórias, temos o “hoje não, hoje sim” de Rubinho e Schumacher em 2002, a vitória em casa de Niki Lauda em 1984, e a briga na última volta de Rosberg e Hamilton, em 2016.
Como a Fórmula 1 comemora 70 anos em 2020, o Arkade Speed contará, através do F1 2019 (e posteriormente com o F1 2020), histórias dos circuitos, e suas corridas. E, como não poderia ser diferente, o circuito austríaco tem grandes momentos.
A Red Bull Ring
Uma pista gostosa de acelerar. Com o layout atual inaugurado em 2011, são dez curvas e três retas. Pra quem joga os games F1, pode ajustar o carro pra manter o carro o mais rápido possível, mas tomando os devidos cuidados com o último setor, que exige um pouco mais de resposta do carro, especialmente na última curva.
A pista tem dois ótimos locais de ultrapassagem. No fim da reta principal, antes da primeira curva, é o local ideal, para quem domina bem os freios. E na reta entre as primeira e segunda curvas, com direito a DRS, também surgem boas oportunidades. Mas até as curvas, para quem for mais arrojado, são bons pontos de ultrapassagem.
O setup indicado para esta pista, buscando valorizar os momentos de aceleração, mas garantindo algum controle nos pontos mais exigentes.
- Asa dianteira: 2
- Asa traseira: 8
- Diferencial aceleração ativa: 80%
- Diferencial aceleração inativa: 100%
- Cambagem dianteira: -2.50
- Cambagem traseira: -1.00
- Toe dianteiro: 0.05
- Toe traseiro: 0.20
- Suspensão dianteira: 5
- Suspensão traseira: 3
- Barra estabilizadora dianteira: 9
- Barra estabilizadora traseira: 6
- Altura frontal: 3
- Altura traseira: 4
- Pressão do freio: 82%
- Balanceamento dos freios dianteiros: 54%
- Pressão nos pneus dianteiros: 23.0 psi
- Pressão nos pneus traseiros: 21.1 psi
2019 – A vitória maiúscula de Verstappen
E um destes momentos históricos ainda está fresco em nossas memórias. Trata-se da vitória maíuscula de Max Verstappen, que garantiu a festa “em casa” para a austríaca Red Bull, e da torcida laranja, que acompanhou o jovem piloto holandês em suas corridas pela Europa.
Tá registrado aqui. Verstappen, que havia largado mal, caído para sexto lugar, fez uma corrida incrível de recuperação. Foi ultrapassando um por um de seus alvos, até chegar em Leclerc. O piloto da Ferrari, que havia sido pole na ocasião, seguia para o que seria a sua primeira vitória. O que não aconteceria naquele dia.
Nas últimas voltas, com uma distância de 5 segundos, Verstappen recebeu “sinal verde” da Red Bull para avançar e brigar pela vitória. Ele foi pra cima, tirou a diferença e, após não conseguir na primeira vez, foi bem agressivo na segunda e fez a ultrapassagem, partindo para a vitória e a alegria da arquibancada laranja.
A Honda também comemorou a vitória. Além de ser a primeira conquista do motor em 2019, Verstappen também quebrou a tentativa de recorde de maiores vitórias consecutivas de um motor em um mesmo ano. A Mercedes quase chegou lá, mas os japoneses seguem com este recorde, com a excepcional McLaren de 1988, de Senna e Prost.
Em “corrida maluca”, muitos abandonos, punições, vitória de Bottas e primeiro pódio de Norris
A boa surpresa nos primeiros dias de corrida foi a Racing Point. Cercada de expectativas por ser um “clone rosa” da Mercedes, o carro se mostrou muito bem. Lando Norris também fez um ótimo treino, colocando a sua McLaren em quarto no grid. Já as Ferraris, decepcionaram: Vettel nem foi para o Q3, ficando em décimo primeiro, e Leclerc largou em sétimo.
A corrida também marcou um momento importante. Os pilotos se manifestaram contra o racismo, em uma ação. Além disso, a Mercedes correu de preto, representando a luta contra o racismo.
Já a corrida, contou com algumas novidades. Adaptações para apoiar o distanciamento social foram feitas, como um “kit” para os três primeiros colocados com tudo o que precisam, incluindo álcool em gel, a ausência de torcida e a distância entre piloto e jornalista em entrevistas. Na largada, Bottas sumiu na liderança, enquanto Norris até tentou se impor contra Verstappen, mas no final acabou saindo de terceiro para quinto, sendo ultrapassado por Albon.
Hamilton, que havia perdido posições por uma punição, logo se viu em segundo, quando Verstappen, na volta 13, viu seu carro “apagar” e abandonou. Na volta 20, foi a vez de Ricciardo dar adeus à prova. Na volta seguinte, Stroll e sua Racing Point também saiu da corrida. Já na volta 26, Magnussen passou reto na curva, e abandou com a sua Haas, que já havia tido problemas com Grosjean, que também rodou anteriormente.
Tal acidente gerou o Safety Car, momento o qual as equipes aproveitaram para trocar os pneus, e gerou, assim, uma nova corrida, uma vez que todos se aproximaram novamente. Na relargada, Vettel já rodou ao tentar aproveitar uma briga entre Sainz e Leclerc. Norris não se deu bem na retomada, sendo ultrapassado por Perez. Na volta 43, Hamilton chegou em Bottas, mas a Mercedes pediu para que ambos guiassem “com cautela”, talvez tentando evitar a mesma situação de 2016.
Na volta 51, foi a vez de mais dois abandonos. Grosjean com sua Haas, e Russell, que fazia uma boa corrida, em meio as limitações da Williams, perdeu o motor, e que rendeu novo Safety Car, que gerou mudanças de estratégias das equipes. Albon trocou os pneus e retomou a terceira posição. Para, em seguida, nova entrada do carro de segurança: a Alfa Romeo de Raikkonen perdeu o pneu. E o piloto tailandês teve que devolver a posição para o mexicano. Mas, após revisão, e ainda com bandeira amarela, Albon ganhou o direito de se manter em terceiro.
Na relargada, Albon foi pra cima de Hamilton, por ter pneus melhores. Foi, tentou, pressionou, mas rodou. Hamilton levou 5 segundos de punição por isso. A briga pela terceira posição seguiu quente, pois foi Leclerc quem cresceu na nova relargada e passou Norris e Perez, assumindo a terceira posição. O mexicano também perdeu cinco segundos, por passar mais rápido na pitlane. Norris conquistou em seguida o quarto lugar. Na penúltima volta, Kvyat também abandonou.
E no fim, somada as punições e abandonos, tivemos um pódio bem diferente. Bottas, absoluto, venceu sem maiores dificuldades. Leclerc ficou em segundo, devido à punição de Hamilton, que também entregou o terceiro lugar para Lando Norris, o seu primeiro da carreira. A Mercedes segue forte, pois se não fosse a punição, teria seus dois carros na frente, de novo. A Ferrari vacilou no final de semana inteiro, mas Leclerc se recuperou, aproveitou os vacilos e beliscou o segundo lugar. E a McLaren se mostrou mais forte, e Norris, além do terceiro lugar, ainda cravou a volta mais rápida. Foi, também, a corrida com o maior número de abandonos, em tempos:
