Arkade VR: VR Ping Pong Pro é realmente tênis de mesa de profissional
Jogos em realidade virtual tem inúmeras possibilidades. Algumas bem ambiciosas e outras mais contidas. Entretanto, todas tem um potencial de imersão e diversão muito grande. Este é o caso de VR Ping Pong Pro, que chega como um game de nicho, voltado para a simulação da experiência de jogar tênis de mesa profissional.
Sendo uma espécie de sequência de VR Ping Pong, lançado em 2016, o jogo traz melhorias gráficas e de jogabilidade interessante. Entretanto, é importante dizer que o jogo possui um público muito restrito, já que a falta de elementos convidativos para novos jogadores e o nível de dificuldade bem elevado são impecílios significativos na experiência como um todo.
Vários cenários single player
Um fator interessante de VR Ping Pong Pro é a simplicidade de seu layout. Você acessa o menu, escolhe um cenário, sua dificuldade e pronto. Nada de tutoriais exaustitvos ou muita enrolação. O objetivo é simular o mais fielmente possível uma partida de tênis de mesa, e isso o game faz muito bem.
Assim, no que tange as partidas offline, temos várias opções de cenários e de dificuldades. A variedade de ambientes de jogo é bem confortável. Inclusive, temos um cenário ambientado nas favelas do Rio de Janeiro, além de um no Central Park em Nova York. Fora estes, temos alguns mais genéricos como um fliperama ou uma garagem.
Estes cenários, quando vencidos pela primeira vez, liberam skins temáticas para a sua raquete. Além disso, ajudam bastante na imersão durante o jogo, com direito a passarinhos cantando, carros passando na rua e até um rádio passando um jogo de futebol em português!
A física contra e a favor
Para o bem e para o mal, a física tanto das raquetes quanto da bolinha são muito realistas. Para o bem, pois a sensação é realmente realista. Assim, após termos o costume dos controles, ficamos muito imersos nas partidas. Entretanto, o problema da física ser tão realista são as diferenças entre uma raquete e um controle de videogame. Isso porque o peso de uma raquete de ping pong, bem como seu balanço, não são os mesmo de um controle de movimento do HTC Vive ou do PSVR, por exemplo.
Assim, a curva de aprendizado do jogo é relativamente longa e frustrante. Pois, dependendo da pessoa que estiver jogando, é possível que demore bastante para ela pegar o jeito dos controles. Não por serem complicados, na verdade, são muito simples! Mas o nível de realismo do simulador entra em conflito justamente com a “pegada” dos controles de movimento.
O resultado é, ao menos, uma a duas horas de muito xingamento e derrotas. Felizmente, como isso não é um problema de programação, mas sim um incômodo na relação entre virtual e real, conseguimos eventualmente se acostumar. Dessa forma, é possível observar a evolução do jogador através da sua prática. Bem como se estivéssemos jogando ping pong de modo totalmente analógico mesmo.
A jogabilidade de VR Ping Pong Pro
Para além da física simulada do jogo, temos uma jogabilidade bem fluida e afiada. Após o frustrante período de aprendizado, começamos a arriscar mais jogadas abusadas. E é aí que precisamos abrir mais espaço na sala para se jogar. Não se enganem, VR Ping Pong Pro pode ocupar tanto espaço da sua sala quanto Beat Saber, por exemplo.
Isso porque tudo que testei no jogo funciona. Raquetadas invertidas, em ângulos estranhos, jogar a bolinha bem para o alto, tentar usar as quinas da mesa ao seu favor… Sério, tudo que já tentei (e consegui) fazer na vida real jogando Ping Pong, consegui fazer durante o jogo também. Talvez a única exceção seja mergulhar na mesa para salvar a bolinha, por motivos óbvios não tentei essa.
Partidas online desertas
Infelizmente, não foi possível testar muito as partidas online de VR Ping Pong Pro. Isso por conta dos servidores do jogo encontrarem-se extremamente vazios, ao menos no PlayStation VR, plataforma na qual o jogo foi testado.
Para os amantes de embates multiplayer, isso pode ser um pouco decepcionante. Principalmente porque o jogo não tem um sistema de bots que substituem os jogadores em caso de ausência de oponentes. Algo que recentemente vimos que funciona muito bem, como foi em Wands.
Assim, o que mais se vê nas partidas multiplayer é o relógio de “carregando”. Seja nas partidas livres ou nas competitivas. Felizmente, o jogo não é decepcionante por conta disso, pois consegue entreter bastante mesmo para um único jogador.
Desafiador ao nível profissional
O “Pro” no nome do jogo não é a toa. VR Ping Pong Pro agrada bastante em seu modo single player principalmente pelo seu nível de dificuldade. Indo até cinco estrelas, as duas primeiras são para iniciantes e pessoas que nunca jogaram ping pong na vida. E estes níveis já serão bastante desafiadores para esse público.
Os níveis seguintes já chegam em dificuldades que beiram o profissionalismo do esporte mesmo. Com uma inteligência artificial muito bem construída combinada com a física realista que já citamos, temos aqui uma experiência de simulação primorosa.
Complementando este modo single player, temos também um modo arcade para os amantes de desafios. Neles você precisará fazer determinadas proezas com a raquete e a bolinha que vão ocupar bastante o seu tempo. Isso fora o visual pixelado bem legal que o jogo adquire neste formato.
Nem todos gostam de ping pong
Infelizmente, o tênis de mesa ou ping pong não é exatamente popular entre esportes. Quem dirá então entre jogos de videogame de esportes. Junte a isso mais o fato de ser um jogo em realidade virtual, que já é um nicho menor do mercado e aí temos o motivo de servidores tão vazios.
Entretanto, mesmo que seu público seja bem reduzido, VR Ping Pong Pro é um título competente em vários aspectos. Sua diversão, simplicidade, controles afiados (na maior parte do tempo) e desafios podem ocupar os amantes do esporte por bastante tempo. Infelizmente, seu nível de dificuldade, escassez de multiplayer e curva de aprendizado lenta podem afastar outros jogadores.
VR Ping Pong Pro foi lançado no dia 12 de novembro de 2019 e está disponível para o PlayStation VR, HTC Vive, Oculus Rift e Valve Index.