Começou Assim: Odyssey Aventura, a primeira revista de videogames do Brasil
Nos anos 80, o crescimento dos videogames em todo o mundo fazia com que todos quisessem conhecer a novidade do momento, além de conferir os grandes jogos que estavam a caminho, ou que já estavam na prateleira. A necessidade por informação fazia com que iniciativas de mídia começassem a observar o potencial de explorar mais o mundo dos games.
Atualmente, temos sites, canais no Youtube, podcasts e várias outras mídias que discutem o mundo dos games. Mas, antigamente, eram as revistas que cumpriam o papel de informar, levantar discussões e, lógico, “criar hype” para determinados lançamentos, mesmo antes deste termo existir. E, dentre todas as revistas brasileiras as quais quem viveu essa época lembra de todas com muito carinho, existiu a primeira, a que começou com este interessante legado.
Hoje falaremos da Odyssey Aventura, que em 1983, iniciou o legado das revistas de videogame no Brasil, que seria potencializado anos depois, com revistas como Ação Games, Super Game Power, Gamers ou Videogame.
Uma parte importante da história dos games no Brasil
O Odyssey iniciou sua trajetória no Brasil em 1983. A Phillips, buscando ter o seu espaço nos videogames em nosso país, assumiu a fabricação e venda do console, que seria o primeiro com uso de cartuchos vendido oficialmente dentro do território brasileiro.
Assim, surgiu uma nova demanda: a necessidade de saber quais jogos estavam chegando, quais eram as dicas para passar de muitas fases, e ter assunto em relação aos videogames. Para isso, surgiu em 1983, junto com o Odyssey nacional, uma nova revista, para servir como um guia para os novos compradores.
A Odyssey Aventura surgiu através da Mauro Ivan Marketing Editorial, com supervisão da Phillips brasileira. Ela era totalmente baseada na Odyssey Adventure, sendo uma versão brasileira da “irmã” dos EUA, em tiragem trimestral. Não era vendida em bancas, distribuídas apenas para os membros do Odyssey Clube. Até os tempos dos 32-bits, era comum as fabricantes manterem “clubes” oferecendo revistas, descontos e outros benefícios, que migraram para os programas de assinatura atuais.
A revista também poderia ser entregue em campeonatos promovidos pela Phillips, ou acompanhava Odysseys novos. Na revista, vinha um cupom que deveria ser preenchido e enviado para que o jogador se tornasse membro do grupo. Como um produto para o consumidor, o objetivo da revista era trazer conteúdo para que, no final, o leitor consumisse mais do videogame.
Assim, a Odyssey Aventura trazia matérias sobre os novos jogos, sobre os campeonatos, trazia dicas e apresentava os recordes de pontos dos jogadores, além de contar com a famosa seção de cartas, nas quais a revista respondia os leitores nas mais variadas perguntas.
O formato da revista, era bem colorido, para atrair a atenção e remeter a este novo universo, que trazia mais cores e novidades em um Brasil que aprendia ainda a amar os videogames. A revista teve oito edições, que foram de setembro de 1983 até junho de 1985, referente aos bons anos do Odyssey.
Atualmente é possível conferir as edições na íntegra, através do experienciaodyssey.com.br, um site de entusiastas do console, que resgataram todas as edições para quem quiser conhecer esta etapa da história dos games no Brasil.
O início de um legado
Após o Odyssey Aventura, várias revistas foram surgindo, com a Ação Games, da Editora Abril, se tornando o primeiro grande sucesso. Em sequência, houveram várias outras revistas, que cumpriram muito bem o seu papel de informar, oferecer dicas e preparar o jogador para as novidades, em tempos pré-Youtube e sua cultura do “hype”.
Hoje as revistas não existem mais, salvo projetos bem específicos, porém elas se mantém vivas nas memórias de quem viveu aqueles dias. E foram fundamentais para pavimentar um caminho de diálogo entre as empresas de games e os jogadores, assim como hoje acontece, em muitas outras mídias.