Conheça o tumblr “O Controle é Meu”, uma mobilização contra o machismo nos games
“Era uma vez um grupo de garotas que jogam video game. A maioria joga desde pirralha. E todas estão extremamente cansadas de gente que em um minuto reclama de não conseguir arrumar uma namorada gamer e no minuto seguinte xinga toda garota que joga usando termos de baixo calão e diz que tudo que nós fazemos é pra chamar atenção deles“.
Pode parecer uma descrição simples e direta, mas há muito mais do que isso num genuíno movimento do que a vontade de externalizar certa repressão sofrida pelas mulheres ao longo de muitos anos na indústria dos games.
Para embalar a força e visibilidade que as mulheres estão angariando com o tempo no mundo dos joguinhos eletrônicos, gamers feministas iniciaram o tumblr “O Controle é Meu”. O site já tem pouco mais de um mês de vida, conta com apoio da Carolina Porfirio, desenvolvedora Kuupu e criadora da campanha “Fight Like a Girl”(que já citamos aqui no site) e possui uma perspectiva de crescimento como um bastião para gamers brasileiras que, por ventura, precisem externalizar certas frustrações.
Em protesto contra a objetificação das mulheres e o machismo dos homens no espaço dos videogames, as meninas protestam colocando controles, teclados e consoles em seus decotes, em suas pernas, e até mesmo propõem mastigá-los com brigadeiro se assim elas desejarem… Porque como diz título, os controles são delas, e são mesmo!
https://vine.co/v/OVdWbaLM05J
Carolina Porfirio autorizou o uso de seu vine neste texto.
Não é de hoje que discutimos sobre como ataques às mulheres parecem ser apenas reflexo do sexismo latente e institucionalizado que permeia a comunidade de games. Atitudes como essa podem ajudar a sanar um dos maiores problemas de se ter um grupo homogêneo calcado numa cultura machista e sem novas perspectivas. Como a própria página comenta de forma humorada:
“Se a gente posta foto sensualizando, é porque a gente acha legal. Do mesmo jeito que tem cara que gosta de postar foto na academia, ou outros adoram contar vantagem do número enorme de jogos que eles completaram com todos os achievements. A gente vive em uma era de compartilhar as coisas, e fazer brincadeiras faz parte“.
Obviamente nenhuma ação vem sem reação, diferente da Anita Sarkeesian que sofreu (e ainda sofre) ataques por ser um rosto conhecido, tornando-se um claro alvo à ameaças, elas optaram por tapar os rostos das colaboradoras, mas não por medo, como também explicam no tumblr:
“Infelizmente, no mundo geek tem havido uma reação horrenda contra mulheres que se mostram livres. Muito cara por aí parece não aceitar que a gente gosta das coisas que eles gostam e não faz isso só pra agradá-los. Vemos muitos ataques ridículos (e perigosos) contra mulheres que vão abertamente contra essa reação.
Os rostos não estão tampados por vergonha: temos muito orgulho do que fazemos. Eles estão tampados pra ajudar a proteger contra coisas deprimentes como gente descobrindo onde a pessoa mora, número de telefone etc e liberando online pra galera mandar ameaça de estupro ou de morte (em alguns casos tentativa real disso) ou outras infernizações de moleque que parece que tem medo da gente e tenta reagir fazendo a gente ter medo“.
E você o que acha? Fique a vontade para debater o assunto na área de comentários abaixo.
(Via: Geração Gamer)