Epic Mickey (Wii) Review – Nem tão épico quanto imaginávamos

8 de dezembro de 2010

Epic Mickey (Wii) Review - Nem tão épico quanto imaginávamos

Em um tempo onde novos ícones e heróis dos videogames surgem a toda hora, Mickey Mouse, o famoso ratinho da Disney, acabou ficando um pouco esquecido. Para marcar o seu retorno aos consoles, a Disney Interactive convocou a novata Junction Point (encabeçada pelo veterano Warren Spector, de System Shock e Deus Ex) para criar Epic Mickey, uma aventura que pretende não somente recolocar Mickey no rol de heróis dos games como também resgatar personagens esquecidos da Disney.

A história é assim: todas as criações de Walt Disney que não fizeram sucesso e caíram no esquecimento foram parar num lugar chamado Wasteland. Lá, elas viviam suas vidinhas monótonas até o dia em que o próprio Mickey, em um rompante de curiosidade, despeja tinta e, inadvertidamente, criar o Mancha Negra. Ao tentar apagá-lo, Mickey despeja solvente e causa um verdadeiro caos em Wasteland. O ratinho então larga tudo antes que seja descoberto, mas, meses depois, o Mancha o atrai de volta para Wasteland e, sem poder voltar, Mickey agora tem que recuperar o local. Para isto, ele tem que enfrentar Oswald, o Coelho, um personagem que tem inveja do sucesso de Mickey.

Epic Mickey (Wii) Review - Nem tão épico quanto imaginávamos

Logo de cara, Epic Mickey impressiona pelo seu belíssimo estilo gráfico. Mesmo sabendo das limitações de hardware do Nintendo Wii, a Junction Point conseguiu criar um jogo bonito, que mescla não somente partes 3D como fases 2D inspiradas em animações antigas da Disney. Até mesmo um estúdio a parte, chamado Powerhouse Animation, foi contratado para criar as cinemáticas retrô, em 2D, que introduzem missões e novos mundos. Estas animações estão entre as mais belas já feitas para um videogame (e porque não, para televisão e cinema).

Outra coisa que fica bastante escancarada desde o começo do game é a preocupação que a Junction Point teve em recuperar o status de herói de Mickey. Sua caracterização é perfeita, mostrando toda a coragem e carisma do ratinho. Tudo isto ainda é colaborado pelos personagens secundários da trama, em especial Oswald, que é o coadjuvante mais marcante de todos que Mickey encontra no decorrer das 15 horas de Epic Mickey.

Epic Mickey (Wii) Review - Nem tão épico quanto imaginávamos

O problema é que nem mesmo uma história interessante, gráficos impressionantes e caracterização perfeita salvam a pele do jogo. O gameplay de Epic Mickey é muito falho – e não falamos isso apenas por ele ser do Wii. A Junction Point afirmava que toda a Wasteland supostamente poderia ser modificada com tinta ou solvente, mas apenas alguns pedaços do cenário podem ser modificados, o que limita bastante as opções do jogador. Além disso, o jogo não grava as mudanças feitas no cenário. Se você dissolveu uma ponte no começo do jogo, por exemplo, ela estará de volta quando você tiver que passar pelo lugar de novo. Como Epic Mickey força o jogador a retornar constantemente para cenários anteriores, isto acaba prejudicando o game.

Mickey também é feito de tinta, então isso quer dizer que ele é literalmente escorregadio, o que torna os controles do jogo bastante chatos, principalmente nas seções em 2D, onde o jogador tem que ser preciso. Não bastasse isso, a câmera mais atrapalha do que ajuda durante a aventura: não são poucas as vezes em que ela trava e o jogo não deixa você mudá-la de posição. Nos combates, então, a coisa piora, pois a função de lock-on torna tudo muito confuso ao invés de facilitar a vida do jogador, sempre travando no inimigo mais longe ou parando na posição errada.

Epic Mickey segue a linha dos jogos bonitinhos, mas ordinários: ele traz uma belíssima apresentação, com inúmeros personagens e cenários da Disney, mas que acabam sendo prejudicados pelo gameplay e pela câmera. Warren Spector e companhia fizeram o mais difícil, que era resgatar os personagens e torná-los interessantes para o público, mas falharam no básico dos videogames, que é a jogabilidade.

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