F1 2019 – Correndo na “pista em forma de bota” de Monza, no GP vencido por Leclerc
Não há como negar. O GP da Itália é uma das provas mais cativantes da Fórmula 1. Se a corrida em si já chama atenção por ser a mais veloz do circuito, a tifosi ferrarista, que colore tudo de vermelho e faz uma grande festa durante toda a semana, dá um calor especial a uma corrida bem única.
Monza tem muita história pra contar. Foi na Itália, que Jochen Rindt, em 1970, faleceu após gravíssimo acidente na Parabólica. Mas mesmo assim, acabou se sagrando campeão da F1, sendo, então, o único campeão póstumo da categoria, até hoje. Dois anos depois, Emerson Fittipaldi venceria o primeiro título mundial do Brasil, no mesmo circuito.
Monza também quebrou uma hegemonia, que seria um recorde absoluto. Em 1988, a lendária McLaren MP4/4 ganharia todas as corridas da temporada. Menos na Itália. Prost abandonou, e Senna rodou, após se atrapalhar com um retardatário, a duas voltas do fim. Assim, Gehard Berger e Michele Alboreto fizeram uma dobradinha pela Ferrari, que ocasionou, obviamente, uma grande festa naquele dia.
Com o calor italiano, temos, então, uma corrida extremamente veloz. O formato atual, que dá ao circuito o formato de bota, característico ao espaço territorial italiano, é o palco das corridas desde 2000. São três retas longas e duas zonas de frenagem que exigem, de verdade, de um bom sistema de freios. Assim, tudo o que você precisa para mandar bem em Monza é de uma configuração que valorizem a tração, a velocidade máxima e a força de frenagem.
- Asa dianteira: 4
- Asa traseira: 9
- Diferencial aceleração ativa: 65%
- Diferencial aceleração inativa: 100%
- Cambagem dianteira: -2.50
- Cambagem traseira: -1.00
- Toe dianteiro: 0.05
- Toe traseiro: 0.20
- Suspensão dianteira: 4
- Suspensão traseira: 4
- Barra estabilizadora dianteira: 9
- Barra estabilizadora traseira: 6
- Altura frontal: 4
- Altura traseira: 4
- Pressão do freio: 83%
- Balanceamento dos freios dianteiros: 55%
- Pressão nos pneus dianteiros: 23.4 psi
- Pressão nos pneus traseiros: 21.1 psi
Leclerc segura a pressão das Mercedes e vence a segunda, desta vez na casa Italiana
Após o final de semana que teve a qualificação mais “pastelão” dos últimos anos, com 10 carros andando abaixo da velocidade máxima, e terminando com ninguém, exceto Perez, conseguir qualificar um tempo, Leclerc assumiu novamente a pole, assim como o fez na Bélgica. Mas, desta vez, com duas Mercedes no seu encalço.
Na largada, que contou com Verstappen machucando o seu bico de asa, a corrida foi sendo marcada por um festival de punições, e eventos malucos. Vettel rodou, e foi punido por voltar à pista de maneira perigosa. Stroll, que havia reclamado, dizendo que Vettel “voltou como um idiota”, fez o mesmo segundos depois, com Gasly precisando se jogar pra fora, para não se acidentar. Kimi Raikonnen foi punido também, por largar com pneus inadequados.
Enquanto isso, Leclerc e Hamilton seguiram juntos o tempo todo. Hamilton parou primeiro para trocar pneus, enquanto Leclerc foi em seguida. Voltando colados, o pentacampeão foi pra cima do monegasco, indo pra fora na volta 23, enquanto atacava. Por mexer o carro de maneira um tanto inadequada, Leclerc levou bandeira branca e preta, que é um sinal de advertência.
Hamilton seguiu na cola de Leclerc por muito tempo, sempre atrás na casa do um segundo de diferença. Na volta 36, outra investida do pentacampeão, com direito a um erro de Leclerc, que acabou por perder a chicane. Na volta 42, foi a vez de Hamilton errar no fim da reta final, que foi comemorado como um gol da Itália. Tal erro empurrou o piloto para terceiro, e com os pneus gastos, ele desistiu da briga. Dando, assim, a missão da busca pela vitória para Bottas.
Hamilton, assim, foi aos boxes, para trocar os pneus e garantir o ponto da volta mais rápida da corrida. A três voltas do fim, foi a vez da sorte cantar novamente a favor do piloto da Ferrari, com Bottas errando também na primeira chicane. Mesmo com a pressão constante das Mercedes, sempre em torno de um a dois segundos perto, Leclerc conseguiu, assim, vencer a sua segunda corrida seguida.
As Renaults se deram bem neste final de semana. Com todas as trapalhadas das equipes no final de semana, como resultado, Ricciardo terminou em quarto, e Hulkenberg em quinto. Verstappen também fez uma ótima corrida, largando em último e chegando em oitavo. Albon fez uma corrida regular com a outra Red Bull, chegando em sexto.
Lando Norris também fez uma boa corrida de recuperação e terminou em décimo, pontuando. Hamilton segue líder absoluto da temporada, mas Leclerc segue fazendo bonito em seu ano de estreia na Ferrari. A equipe italiana não ganhava em casa desde 2010, quanto Alonso cruzou em primeiro com o carro vermelho.
Singapura é a próxima etapa da F1. O país receberá seu Grande Prêmio no dia 22 de setembro, no já icônico circuito noturno de Marina Bay.