Gaúcho and the Grassland tem um pouco de Zelda, um pouco de jogo de fazenda e muito da cultura gaúcha

9 de agosto de 2024
Gaúcho and the Grassland tem um pouco de Zelda, um pouco de jogo de fazenda e muito da cultura gaúcha

A Gamescom Latam nos deu a oportunidade de olhar de perto muitos games interessantes. Entre eles, o curioso Gaúcho and the Grassland, feito pela Epopeia Games e que estava sendo apresentado junto com o Zeenix, no espaço da Tec Toy.

E, além de conferir o game, também pudemos conversar com Pedro Gabriel, COO do estúdio brasileiro, que comentou sobre elementos de seu game, além das óbvias referências aos gaúchos, sejam eles os do Rio Grande do Sul, como até uruguaios e argentinos.

Arkade: Vocês mencionaram que a principal inspiração de “Gaúcho” vem de Zelda, correto? A ideia foi pegar um tema familiar para as pessoas, mas trazendo algo mais regional?

Gaúcho: Exatamente. Nossa inspiração vem muito de Zelda. Estamos trabalhando no Farm 5, tentando fazer um mix com Adventure, e todo o nosso time é muito fã da Nintendo. Zelda é um dos principais jogos para nós, jogamos muito Ocarina of Time, além de outros títulos. Trouxemos muito da estética e de algumas ideias de Zelda para aplicar no Gaúcho, dando um toque de aventura. E é legal ver que, apesar das eras passarem, o brasileiro sempre gostou e continua gostando desse estilo de jogo da Nintendo.

Arkade: Como foi a recepção do público no evento, especialmente daqueles que cresceram com Nintendo ou que estão descobrindo agora através dos pais?

Gaúcho: A recepção tem sido maravilhosa. Eles estão jogando uma demo que não representa nem 20% do jogo total. Os mais velhos sentem a vibe Nintendo, com toda a qualidade e diversão. Já os mais jovens, que talvez não estejam tão ligados à Nintendo, estão achando o jogo divertido. Comentam que “Gaúcho” lembra um pouco Mario, por exemplo. Claro, não temos a qualidade exata da Nintendo, mas estamos sempre tentando chegar lá.

Arkade: O jogo se passa no sul do Brasil, uma região com uma cultura muito própria. O que o game traz dessa cultura para quem não é familiarizado com ela?

Gaúcho: O jogo traz muitos elementos culturais do sul, como as falas, o jeito de se comunicar, o churrasco e a erva mate. Por exemplo, no jogo, ao oferecer um chimarrão para um NPC, ele te dá um segredo ou uma dica importante, mostrando a parceria que o chimarrão representa. As expressões regionais, a forma de tratar as pessoas e até as paisagens, como a região serrana, pampa e litoral, são exploradas. Queremos que os jogadores aprendam e sintam a cultura gaúcha de uma maneira autêntica e divertida.

Arkade: Vocês incorporaram elementos de troca de itens e crafting no jogo, inspirados por Zelda. Como isso funcionará em “Gaúcho”?

Gaúcho: Temos itens que você pode craftar, evoluindo-os ao atingir determinadas regiões. Utilizamos elementos gaúchos para esses itens, e há também a possibilidade de trocar itens com outras pessoas. Isso adiciona uma camada de profundidade ao jogo, combinando a tradição gaúcha com mecânicas de adventure.

Arkade: A parte visual de “Gaúcho” tem uma vibe retro, reminiscentes do Nintendo 64. Qual foi a razão dessa escolha artística?

Gaúcho: Essa escolha faz parte da essência da nossa empresa. Nos identificamos com o estilo 3D estilizado, que remete aos jogos do Nintendo 64. Achamos legal a pixel art, mas não é a nossa identidade. Queríamos algo que capturasse a nostalgia e ao mesmo tempo fosse estilizado, mantendo nossa marca registrada.

Arkade: Com a influência da Nintendo, vocês já pensaram em criar uma versão demake de “Gaúcho” para consoles retro, como o Super Nintendo?

Gaúcho: Nossa abordagem é mais voltada para o mercado atual. Preferimos focar no Nintendo Switch, que gera mais receita e visibilidade. Não descartamos a possibilidade de um demake se houver demanda, mas nosso foco principal é lançar para plataformas que tragam um retorno mais imediato.

Arkade: E sobre a inclusão de elementos de outras culturas gaúchas, como as do Uruguai e Argentina?

Gaúcho: Sim, consideramos a cultura gaúcha como um todo, incluindo elementos do Uruguai e Argentina. Localizamos o jogo para os idiomas desses países e incluímos referências culturais relevantes. Queremos que os jogadores de toda a região se sintam representados no jogo.

Arkade: Para finalizar, o que os jogadores podem esperar de “Gaúcho” no futuro?

Gaúcho: Queremos agradecer a todos pelo apoio. A demo não representa nem 20% do jogo completo. Planejamos lançar até o final do ano, com várias atualizações e conteúdos novos. Esperamos que os jogadores adicionem “Gaúcho” à wishlist e sigam nossos canais para mais novidades. Após o lançamento, pretendemos expandir o jogo com updates e DLCs, mantendo-o sempre atualizado e interessante.

Junior Candido

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