Gran Turismo 5 (PS3) – Review: Nem uma Ferrari, nem um Ford T
Último a “largar” na disputa dos simuladores de corrida, Gran Turismo 5 passou mais de cinco anos em desenvolvimento, um período que parecia não terminar nunca para os fãs da série. No entanto, a espera acabou neste final de 2010, quando finalmente a Polyphony Digital e a Sony lançaram o game.
Gran Turismo 5 é um jogo de proporções absurdas: não bastassem os já mencionados cinco anos de desenvolvimento, são mais de 1000 carros disponíveis dentro do game e 75 pistas diferentes espalhadas ao redor do globo: de Tóquio às 500 Milhas de Indianápolis e de Madri à Daytona. Até mesmo a instalação de GT5 no console leva um tempo absurdo: são 45 minutos esperando o disco descarregar todos os 8Gb de conteúdo – caso opte por não esperar, aí você estará sujeito a telas de loading também irritantemente longas.
Esta primeira impressão de GT5 ainda permanece por um tempo. Ao começar o modo carreira, chamado de GT Life, você não pode escolher o carro de uma das inúmeras marcas que o jogo traz. Ao invés disso, você só pode escolher um carro usado de uma loja virtual e ainda assim baseado numa quantia limitada de dinheiro e no seu Driver Level (que obviamente começa em zero) – o que prejudica bastante a experiência inicial. Não bastasse só isso, a interface do usuário ainda por cima é fraca e antiquada.
A sorte é que esta situação melhora rápido, já que é bastante fácil ganhar as primeiras corridas. Assim que seu Driver Level vai aumentando, seu “poder de compra” cresce junto, permitindo ao jogador colocar as mãos (virtuais) em carros melhores, os chamados carros Premium. Estes automóveis (cerca de 200 veículos diferentes) são os melhores e mais detalhados do jogo, mas além de representar um lado bom, eles revelam um ponto negativo: os outros 800 carros são muito inferiores, tanto graficamente quanto em performance. Por exemplo, a inédita visão do cockpit só é permitida nos carros Premium, ou seja, em apenas 1/5 dos automóveis, enquanto que as texturas e modelos dos carros “normais” parecem ter sido retiradas do PlayStation 2 de tão antigas e inferiores.
Aliás, esta alternância entre pontos altos e baixos é o que marca Gran Turismo 5. Até mesmo nos circuitos é observada essa inconstância: enquanto que Madri e Paris são pistas excelentes, Daytona e Indianápolis não receberam o devido cuidado. O áudio, por sua vez, alterna entre o realismo dos motores e dos sons dentro da corrida e as péssimas músicas de rock e jazz escolhidas para comporem a trilha sonora de GT5. Além disso, os veículos literalmente não amassam. Você pode capotar, bater de frente, de lado, causar um verdadeiro caos com o seu carro que ele continuará intacto – no máximo terá um arranhão ou outro.
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