Jogar poker no video-game e na internet é a mesma coisa?

18 de setembro de 2014
Jogar poker no video-game e na internet é a mesma coisa?

Afinal de contas, jogar poker no PlayStation é a mesma coisa que jogar contra humanos?

Você e seus amigos estão na praia. Naturalmente, esperam por sol e querem passar o dia na areia. Só que algo vai contra seus planos: a chuva. É aí que surgem ideias e passatempos para dias chuvosos em férias de verão. Um deles com certeza já fez parte de sua vida: os jogos carteados. Buraco, rouba-monte, truco e o poker.

A grande vantagem deste último é que é um jogo no qual várias pessoas podem participar – ao contrário do buraco e do truco, nos quais apenas 2 ou 4 jogadores podem entrar. Assim, acaba sendo o passatempo ideal dos dias chuvosos no litoral. Ou então o substituto para a o futebol de fim de semana com os amigos – uma mera desculpa para reunir os colegas e falar besteira.

Para muitos, porém, o poker é coisa séria. É cada vez maior o número de brasileiros que se profissionalizam na modalidade e tomam o caminho dos torneios. Mas como isso aconteceu? Como isso se explica? Como muitas coisas, a internet é a causa e o meio da popularização de um esporte.

O meio virtual como meio principal

Os primeiros sites de poker surgiram ao final da década de 1990. Hoje são centros para os quais jogadores profissionais e amadores convergem, havendo neles, inclusive, apostilas de como jogar. Sua origem vem daquelas jurássicas salas de bate-papo, o mIRC. Como o poker online não precisava de recursos gráficos avançados – senão um algoritmo que embaralhe as cartas e que determine vencedores com base em hierarquia de mãos – sua programação não foi de todo difícil e não requeria capacidade gráfica avançada. Até hoje o sistema gráfico dos softwares é simples.

Mas foi exatamente com essa gênese – a possibilidade de se jogar no meio virtual sem precisar da chuva na praia para reunir os amigos – que as empresas de vídeo game começaram a apostar na modalidade.

Jogar poker no video-game e na internet é a mesma coisa?

A grande aposta da indústria dos games foi a de simular campeonatos – não o esporte propriamente dito

A coqueluche do poker no mundo dos games

Em meados da década passada, pipocaram vários títulos de poker para PlayStation 2, GameCube e XBOX – a chamada “quinta geração de consoles”. A ideia principal dos desenvolvedores era se aproveitar da crescente indústria do multiplayer online – afinal de contas, o poker já era uma febre no computador entre jogadores.

Contudo, os títulos acabaram se tornando simuladores de torneios de poker mais do que jogos de poker propriamente ditos. Tomemos o exemplo de World Poker Tour para PlayStation 2 (imagem abaixo). A engine do game, propriamente dita, levava a criação de uma personagem que se desenvolvia ao longo de uma carreira, jogando poker contra lendas. A questão era justamente esta: o jogo em si ficava em segundo plano.

Jogar poker no video-game e na internet é a mesma coisa?

Em primeiro, a carreira, os torneios e os milhares de torneios fictícios. O fator “replay’ do jogo, portanto, ficava severamente debilitado – afinal de contas, tudo acabava passando de uma repetição de um “mais do mesmo”. Além disso, a inteligência artificial (como na maioria dos jogos) acabava ficando previsível ao passar do tempo. Os blefes, idem. Com efeito, o jogo ficava sem graça; justamente o que não acontecem com o poker no PC, online.

Veredicto: humanos são sempre humanos

Por mais que filmes apocalípticos como Matrix e Exterminador do Futuro prevejam o fim do mundo através da inteligência artificial superando a humana e exterminando esta, a realidade atual é bem diferente. Os jogos de vídeo-game acerca do poker sempre serão previsíveis se compararmo-nos aos jogos de poker online entre humanos. Isso acabou sendo uma determinante para o fim da massificação de jogos de poker nos vídeo-games.

A exemplo dos musical gaming como Guitar Hero, RockBand e outros, os jogos de poker para os consoles acabaram sendo uma febre que passou. A versão online, mano-a-mano, continua forte como nunca.

Esta matéria é um guest post escrito por Sergio Carvalho

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