Kratos quase foi cortado de God of War, revela o diretor Cory Barlog
God of War foi lançado em 2018 para o Playstation 4 e se tornou um sucesso instantâneo, reinventando uma das mais populares franquias de Playstation e chegando a superar o número de 10 milhões de cópias vendidas e ser escolhido como Game of the Year de 2018 (além de um de nossos Melhores do Ano). Mas sabia que inicialmente o game seria bem diferente? E que nem mesmo teria Kratos como protagonista?
Cory Barlog, diretor do último game da série, participou de uma entrevista na Gamelab em Barcelona, em que comentou sobre a produção do game e em como muitas coisas mudaram ao longo do caminho, sendo a maior delas ao que surgiu logo no início da criação do game: O pessoal da Sony Santa Monica não queria mais trabalhar com Kratos.
Nas palavras de Barlog: “No início das discussões, o pessoal dizia que devíamos nos livrar do Kratos. Era tipo, ‘ele é chato, ele já era’.” O diretor então seguiu comentando que Kratos iniciou sua vida como um anti-herói numa época em que anti-heróis eram escassos, que ele foi criado para ser antipático, o que fazia sentido em 2005, mas alguns membros da equipe do último game sentiam que o personagem já tinha percorrido seu caminho e devia ser retirado.
Durante as reuniões para definir o conceito do game, alguns membros chegaram a argumentar que Kratos não é o elemento chave de God of War, mas sim a mitologia, sugerindo então um novo protagonista para tocar a série ao invés do Fantasma de Esparta. Barlog comentou então que foi trabalhoso convencer a equipe a seguir trabalhando com Kratos: “Eles realmente não gostavam do personagem. Eles queriam um novo personagem. Foi preciso muito convencimento para fazê-los pensar que seria uma boa ideia”. (Referindo-se a sua sugestão de manter Kratos e contar uma história de redenção para o personagem)
Porém, essa não foi a única pedra no caminho. Após convencer o estúdio a continuar trabalhando com Kratos, o problema agora foi convencer todo mundo a trabalhar com Artreus, o filho de Kratos e o pontapé na transformação do personagem na aventura. A recusa em se trabalhar com o “garoto” partiu de três frentes: tempo e recursos, fazer Artreus funcionar e dar um filho a Kratos.
Trailer do documentário sobre a produção do game, que ainda será lançado
Durante a produção do game, quando os trabalhos estavam em cerca de 50% de conclusão, Artreus quase foi cortado inteiramente do game, pois os animadores e programadores estavam com muita dificuldade em fazer com que a ideia de Artreus fizesse sentido dentro do game, enquanto tempo e recursos já estavam ficando bem apertados. Outra razão pelo estúdio não querer usar o personagem era o medo do game se tornar uma imensa missão de escolta, algo que ninguém gosta nos video games. Para convencê-los, Barlog usou The Last of Us como exemplo de como criar um game com um sidekick que não serve apenas como peso morto para embarrigar a aventura e a narrativa.
E apesar das dificuldades, Cory Barlog conseguiu fazer com que sua visão prevalecesse e God of War é o que é atualmente, um dos grandes títulos do Playstation 4, além de um excelente exemplo de que aventuras Single-player tem relevância total, diferente do que muitas produtoras tentar fazer parecer. E no fim, fica a pergunta, será que um God of War sem Kratos faria sucesso? Deixe aí sua opinião!
(Via: Eurogamer)