Longas retas e curvas exigentes: a pista do Sambódromo na Formula E é demais!
A Formula E está em São Paulo, estreando não só a categoria no país, como um novo traçado. É verdade que a Indy já correu no mesmo lugar na década passada, mas o traçado utilizado pelos pilotos na corrida de hoje é diferente, uma vez que a categoria dos EUA também utilizava a Marginal Tietê como parte do traçado.
Utilizando apenas as dependências do complexo do Anhembi mais parte da avenida Olavo Fontoura, a “reta” onde as escolas de samba costumam desfilar no Carnaval, mais a reta da avenida renderam uma pista muito, mas muito veloz!
Mesmo com Interlagos à disposição, São Paulo seguiu a tendência da categoria em levar suas corridas para as ruas, mesmo que não seja “tão rua assim”. Mas é que a categoria prefere corridas neste formato, pois as tecnologias aplicadas nos carros de hoje, podem ser testadas e levadas para carros de passeio no futuro.
Até por isso, Interlagos neste mesmo final de semana acabou servindo como casa de shows, com o Lollapalooza.
Mas, vamos voltar para a “avenida do samba”. Na sexta, estivemos no circuito para conferir o primeiro treino dos carros. E este primeiro treino era especial por um motivo óbvio: era a oportunidade de ver como os carros e os pilotos se comportariam nela, para entender melhor como será a corrida de hoje.
Antes, é importante ressaltar que o circuito teve pouco tempo para ser preparado, com as obras de adaptação começando logo após o Desfile das Escolas de Samba no Carnaval, em fevereiro. Foram cerca de 20 dias e o trabalho entregue ficou muito interessante. Especialmente quando se trata de uma pista de estreia.
De qualquer forma, uma coisa é certa: será uma pista muito veloz. Com duas retas largas, tanto a do sambódromo como a oposta, os carros despejarão toda a sua potência, mas terão duas questões importantes para lidar: na Olavo Fontoura, há ondulações, onde Antonio Felix da Costa acabou dando um “salto” que viralizou através do Twitter da própria categoria:
Apesar dos pilotos já estarem acostumados com isso, não deixa de ser um desafio para eles. Mas há um outro elemento bem importante: a Curva 1. Logo após uma reta final muito veloz, onde os pilotos aproveitam a parte mais lisa do circuito para acelerarem, há esta curva bem fechada, onde Stoffel Vandoorne já fez o favor de batizar ela para mostrar que quem não tomar cuidado, vai dar de cara na proteção também:
Foi bem comum, até, ver pilotos “passando reto” por ali, o que mostra que essa curva deve ter a mais devida atenção por todos, até porque o Atack Mode fica logo em seguida, o que faz dela, além de uma curva que exige atenção, um ponto estratégico do circuito. Além, claro, de servir para recarregar energia, já que a frenagem é bem severa lá.
No mais, percebemos como o circuito é veloz: Sebastian Buemi foi o mais rápido nos primeiros treinos, atingindo 1:12:341 minuto na volta, e uma velocidade máxima de 266,5 km/h, além de uma média de 145,9 km/h. Ou seja: é uma pista realmente muito rápida.
E não foi só o suíço que andou rápido não, veja só as cinco maiores velocidades do dia:
Sobre os pilotos, é cedo para cravar qualquer coisa, até porque ontem eles andaram no traçado pela primeira vez. Mas a certeza que temos é que a pista de São Paulo já é uma das mais velozes do calendário da Formula E. Nos games, se aparecer em breve em algum que conta com a categoria, vai trazer muita diversão pra turma que gosta de uma pista veloz, mas desafiadora.
Pois ela segue uma tendência atual em circuitos de rua, como acontece também na Fórmula 1, em Baku ou em Jeddah: mesmo com pistas mais estreitas, e mesmo com todo o desafio das ruas comuns, como a ondulação e coisas do tipo, elas contam com largos espaços de aceleração, que vai de forma contrária a outros circuitos de rua famosos de outras épocas, como o “apertado” circuito de Mônaco, ou o traçado de Detroit na Indy, como era nos anos 90.
A Formula E terá hoje a sua qualificação e a sua corrida. Às 9h40, o grid de largada será definido, e às 14 horas será iniciada a corrida, em um traçado de 2.96 km de extensão, e 11 curvas. Os pilotos correrão um total de 31 voltas.