Melhores do Ano Arkade 2020: Final Fantasy VII Remake
O ano de 2020 foi incomum por muitos motivos. O mais óbvio, claro, é a pandemia do Covid-19. Para os gamers, porém, 2020 foi o ano que finalmente nos trouxe o lançamento de Final Fantasy VII Remake, um dos jogos mais esperados dos últimos anos, que já agita o inconsciente coletivo gamer pelo menos desde 2005, quando uma tech demo de PS3 foi mostrada na E3.
Final Fantasy VII Remake não é um jogo completo, mas a primeira parte de uma saga que não deve apenas recontar a mesma história que conhecemos do jogo de 1997, mas reimaginá-la, expandindo praticamente tudo o que já conhecemos.
Não por acaso, esta “parte 1” se passa totalmente em Midgar. O trecho — que mal durava 3 horas no jogo original –, aqui virou um jogo solo de mais de 40 horas, e reconta o início da jornada do ex-Soldier Cloud ao lado da Avalanche, grupo de “bioterroristas” que visa derrubar a Shinra, empresa que está, literalmente, drenando a força vital do planeta para transformar em energia.
Claro que a treta não para por aí: Sephiroth, um dos vilões mais icônicos do mundo dos games, tem seus próprios planos megalomaníacos, que irão colocá-lo em rota de colisão com Cloud, Barret, Tifa e seus amigos. É uma história grandiosa, que está ganhando novas camadas neste remake, que acrescenta muito mais lore e muito mais personalidade aos personagens, inclusive a NPCs secundários como Jessie, Biggs e Wedge.
Final Fantasy VII Remake é uma releitura incrível de um jogo que já era muito bom. O visual está incrível, com cutscenes cinematográficas, design de personagens primoroso, trilha sonora grandiosa e um sistema de batalha que mistura com muita competência a pancadaria em tempo real com a pegada mais estratégica do combate por turnos com barra de ATB. Diversos elementos do jogo são novos, mas familiares, criando uma sensação de nostalgia muito única.
O que há de mais interessante neste Remake, é a presença dos Whispers, entidades que parecem estar ali para manter a história nos trilhos e garantir que eventos importantes aconteçam como tem de ser. É possível encarar a presença deles de muitas maneiras, mas gosto da teoria que enxerga os Whispers como os fãs, que não querem que a SquareEnix altere uma vírgula da história que eles já conhecem e amam.
Mas a SquareEnix demonstrou que tem colhões, e deu indícios de que pode levar a história para novos rumos: o final desta “parte 1” deixa uma enorme página em branco para o futuro, que pode (ou não) levar o jogo para novos caminhos. Duvido que eles mexam DEMAIS no core da história — eles não querem desagradar seus próprios fãs, afinal –, mas é interessante ver o quanto eles estão dispostos a brincar com isso, misturando realidades e timelines de maneiras que ainda não estão muito claras.
A verdade é que Final Fantasy VII é muito mais do que apenas um jogo, e o remake parece querer unificar todo esse multiverso — que engloba spin offs, OVAs e até um filme em CG — de uma maneira coesa e arrojada. Ao mesmo tempo em que isso me empolga, também me deixa com um pouco de medo, porque, afinal, o jogo base é simplesmente um dos maiores clássicos dos videogames.
Baseado no que vimos neste primeiro jogo, Final Fantasy VII Remake é um grande jogo, e seu futuro é muito promissor. Amei as nuances que foram colocadas na história, os personagens e a jogabilidade. Que venha logo a sequência, pois eu mal posso esperar para reencontrar outros personagens queridos, reviver grandes momentos e, principalmente, ser surpreendido por eventuais novidades.
Enquanto esperamos, confira nossa análise completa de Final Fantasy VII Remake.