Melhores Jogos do Ano Arkade 2017: Batman – O Inimigo Interno
Tudo bem que o jogo ainda está em andamento e não é tão simples assim tirar conclusões definitivas do arco completo. Afinal, do total de cinco episódios, foram lançados três deles, deixando mais portas abertas do que respostas definitivas. Mas também é fato que o game tem se mostrado um grande acerto da Telltale em abordar o homem-morcego de uma forma jamais vista nos videogames e pouco trabalhada em outras mídias, como animações, filmes e até mesmo nos quadrinhos – a dualidade entre o Batman e Bruce Wayne.
Deste modo, Batman: O Inimigo Interno (ou Batman: The Enemy Within no original) está na nossa lista de Melhores do Ano por trazer — ou continuar trazendo, já que é a segunda temporada dessa sub-franquia — um equilíbrio interessante entre o ícone, o símbolo incorruptível, como ele mesmo gosta de falar sobre si, e o homem cheio de falhas e âncoras sociais quando ambos se veem envolvidos em esquemas e tramas intrincadas do sub-mundo de Gotham City, a cidade-personagem viva de toda essa história.
Ao mesmo tempo, o game, uma auto-intitulada narrativa interativa, experimenta mecânicas interessantes de investigação e exploração de cenários de crime, bem como traz um fator mais desafiador para os seus padrões na resolução de puzzles. Afinal, não é spoiler nenhum dizer que o Charada é parte importante de toda a trama, já que eles está em todos os materiais de divulgação do primeiro episódio. Mesmo que a Telltale continue apostando na tradição de seu formato narrativo, é bom ver que ela pode ir um pouco além.
Como um todo, é muito bom acompanhar essa releitura do que seriam as origens deste que, provavelmente, é um dos personagens mais importante da história dos super-heróis. Seus conflitos, suas relações com mocinhos, bandidos e outros não tão maniqueístas assim. Afinal, já descemos o braço em muitos dos vilões mais famosos do panteão do morcego na aclamada série da Rocksteady Batman Arkham, mas poder acompanhar como todos aqueles caras se tornaram o que são, participando diretamente das escolhas morais que os fizeram assim, é motivador e intrigante.
Ser o Batman é quase sempre a abordagem do marketing para jogos do Cavaleiro das Trevas. Mas poucas vezes nos preocupamos com o contrário, com o ser Bruce Wayne, para além do disfarce clichê do playboy bilionário. O legado de sua família, as pessoas a sua volta e todos os sacrifícios que essa persona precisa fazer estão lá como parte fundamental da trama de Batman: O Inimigo Interno. A construção moral das duas faces dessa moeda (sem trocadilhos infames com o Duas Caras) é o que de melhor a Telltale poderia trazer para esse universo. E o faz muito bem.
Aproveite que está aqui e confira nossas análises do Primeiro, Segundo e Terceiro capítulos do game!