Mind Jack (PS3 X360) – Review: Boas ideias, mas péssima execução

21 de fevereiro de 2011

Mind Jack (PS3 X360) - Review: Boas ideias, mas péssima execução

Hoje em dia, jogos de tiro em terceira pessoa têm um padrão bastante alto a ser seguido depois do lançamento de séries como Gears of War e Uncharted. O problema é que ninguém avisou a FeelPlus e a Square Enix enquanto elas estavam desenvolvendo Mindjack, o novo e futurista TPS que, apesar de ter algumas boas ideias, peca pela péssima execução.

A história de Mindjack é, no mínimo, confusa: você é um agente especial chamado Jim Corbijn que tem a habilidade de “sequestrar” corpos e, ao lado da também agente Rebecca Weiss, tem como missão invadir a misteriosa corporação NERKAS e enfrentar os milhares de soldados sem rostos e utilizar motos que parecem ter saído de Tron. O problema é que os motivos para você invadir o lugar e as origens dos poderes sobrenaturais nunca são explicadas e o pouco que lhe é contado, é contado através de cutscenes pessimamente mal elaboradas e dubladas.

Aliás, o baixo nível de qualidade das cenas se alastra por todo o jogo. Os dubladores parecem estar lendo suas frases como se elas estivessem na última linha de um daqueles quadros que oftalmologistas usam para avaliar sua visão. Já os modelos dos personagens e iluminação são dignos dos melhores jogos do Wii, mas não do PlayStation 3 e do Xbox 360, consoles acostumados com um nível gráfico bastante superior ao do videogame da Nintendo.

Mind Jack (PS3 X360) - Review: Boas ideias, mas péssima execução

O núcleo do gameplay de Mindjack lembra bastante a jogabilidade de Gears of War: você pode buscar uma cobertura para se proteger, atirar às cegas (sem mirar), ataques corpo-a-corpo, etc. O porém é que ele não chega nem perto do nível de refinamento que a franquia da Epic Games tem: as batalhas são extremamente repetitivas e cansativas; algumas coberturas se extendem “invisivelmente” de modo que o jogador se vê atirando na cobertura ao invés de ao redor dela e os golpes corpo-a-corpo são altamente ineficazes, gerando mais frustração que alívio quando você se vê mano a mano com o inimigo e está sem balas.

A sorte de Mindjack é trazer um conceito novo que é o “sequestro de corpos”. Depois de derrotar um inimigo, você tem um curto espaço de tempo para dominar a mente dele e, consequentemente, assumir o controle dele. Desta forma, você consegue uma série de aliados ao invés de depender exclusivamente de si mesmo e de Rebecca. Esta habilidade ainda consegue ser extendida para máquinas e animais, o que garantiria uma diversidade boa para o gameplay se a FeelPlus não tivesse sido pouco criativa na hora do desenvolvimento.

Mind Jack (PS3 X360) - Review: Boas ideias, mas péssima execução

Não bastasse isso, as batalhas com os chefões são bizarras, pois algumas vezes não é necessário atirar em pontos fracos dos inimigos e sim apenas derrotar os lacaios dos chefões. Em uma das fases mais adiantadas, por exemplo, após gastar várias e várias balas e granadas em um mech particularmente ameaçador, nós descobrimos que a chave para derrotá-lo era matar os inimigos menores. Uma vez limpo o terreno, o mech se auto-destruiu em uma cutscene.

Onde não faltou criatividade foi no multiplayer, que permite que outros cinco jogadores possam invadir o jogo de um sexto gamer e participar como aliados ou inimigos da campanha dele. A ideia é bastante interessante, permitindo um nível único e exclusivo de dificuldade, mas não sem os mesmos problemas que afetam o singleplayer, tais como a repetitividade das batalhas e a lentidão na hora de invadir outros corpos.

Mindjack ainda traz outros problemas como sempre resetar as armas do jogador de volta à mísera pistolinha em cada fase e o sistema irregular de checkpoint, que faz com que o jogador tenha que reprisar até meia hora de jogo se morrer. Em suma, Mindjack tem boas intenções, mas de boas intenções a prateleira da sua loja de games favorita tá cheia. Gameplay sem criatividade, gráficos ruins e dublagem péssima acabam prejudicando este que tinha potencial para ser um bom jogo.

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