Nossa opinião sobre o caso AciGames X Steam

26 de abril de 2012

Nossa opinião sobre o caso AciGames X Steam

Hoje, nós gamers brasileiros, acordamos com uma batata quente nas mãos: as polêmicas declarações de Moacyr Alves Jr., o presidente da AciGames, sobre o serviço Steam. Como nossa entrevista com o Moacyr Alves Jr. – que foi publicada na edição 33 da Revista Arkade – foi mencionada no caso, resolvemos nos manifestar.

O caso veio a tona após Moacyr Alves Jr. fazer algumas declarações polêmicas sobre a distribuição digital de jogos em uma entrevista ao programa Checkpoint. Assunto este que já havia sido debatido na entrevista que Moacyr concedeu para a gente, na edição 33 da Revista Arkade.

O caso ganhou mais visibilidade depois que sites como o Kotaku Brasil e o TechTudo falaram sobre o assunto. Como nossa entrevista com Moacyr foi mencionada por estes veículos, resolvemos dar o nosso parecer sobre a questão.

De acordo com o que foi dito por Moacyr em ambas as entrevistas, a Valve não planeja instalar um escritório do Steam em nosso país pois nós, gamers brasileiros, já compramos jogos pelo serviço de qualquer jeito, não havendo necessidade de localizar o serviço.

A proposta da AciGames seria criar uma versão nacional do Steam, com um “imposto de 5%” sobre qualquer transação feita na loja virtual, um SAC para atendimento ao consumidor, e outras ferramentas que gerariam trabalho e renda para o nosso país.

A ideia é boa, porém, devemos lembrar que  já pagamos um imposto por estes jogos comprados digitalmente.

O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras, mais precisamente o Imposto sobre Operações de Crédito) está embutido em qualquer compra feita com um cartão de crédito – seja esta compra física ou digital – logo, o fato de adquirirmos um jogo pelo Steam não significa que ele já não seja taxado pelo governo brasileiro.

Sempre que fazemos uma compra de jogo – seja ela pelo Steam, pela Xbox Live ou pela PSN – 6,3% do valor da compra é IOF e vai para o governo. Independente se você usa a Xbox Live gringa ou a brasileira, este imposto já está embutido no seu pagamento.

Ou seja, não há nada de ilegal em se comprar um jogo pelo Steam, pois já estamos pagando imposto ao governo, independente do fato de o jogo ser mais barato do que em uma loja.

Gostaríamos de salientar que a revista Arkade é uma filiada da AciGames, pois acredita que a associação pode – e deve – trazer benefícios para o público gamer brasileiro.

No entanto, não somos obrigados a compactuar com as opiniões divulgadas pela associação.

Não apoiamos uma taxação extra sobre os games comercializados digitalmente via Steam, sendo que esta é uma das poucas ferramentas que atualmente nos permite pagar um preço justo por nossos jogos.

A Arkade apoia o mercado nacional de games, mas, como gamers, apoiamos também o gamer brasileiro, que já é suficientemente explorado pelos impostos abusivos praticados em nosso país.

Dada toda a repercussão do caso, a AciGames publicou uma carta aberta em seu site, onde apresenta sua versão dos fatos.

E você, o que acha desta treta?

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