O BIG Festival 2023 mostrou o quanto o desenvolvimento de games brasileiro evoluiu
O BIG Festival 2023 trouxe, entre os dias 28 de junho e 2 de julho, muita coisa envolvendo games independentes de qualidade. E, felizmente, o evento honrou o I de seu nome, fazendo uma festa “Big”, que apesar de celebrar as várias formas de se curtir games atualmente, não perdeu o foco de seu objetivo principal: trazer o melhor dos jogos independentes, sejam eles brasileiros ou estrangeiros.
Tudo bem que o evento dividiu espaço com estandes de produtoras grandes, como a “trindade” PlayStation, Xbox e Nintendo, além de nomes como Ubisoft e SOEDESCO, além de contar com a Twitch e toda a sua estrutura de streamers influenciadores da plataforma, ou organizações de eSports, como a Team Liquid ou a Furia, que levaram suas lojas e seus talentos. Mas ainda assim, era possível ver muito jogo, mas muito jogo mesmo, disponível no festival, como deve ser.
De forma interessante, o Panorama Brasil, local onde jogos brasileiros que não participaram da premiação, mas que foram selecionados pela organização, estava localizado logo na entrada do evento, em um local completamente privilegiado, e que permitia que todos vissem logo quando chegassem, a nossa indústria representada nos jogos ali expostos. Ao lado, mais jogo brasileiro, desta vez com estandes de produtoras que pegaram um espaço para divulgar seu trabalho.
No centro do evento, junto do palco que trazia vários temas sobre o mundo dos videogames, mais jogos interessantes, desta vez sendo os indicados às premiações do BIG Awards. Também em localização interessante, foi o ponto reservado para o público conhecer os melhores jogos independentes, em seus vários ramos: arte, gameplay, multiplayer, e até jogos feitos por estudantes, ou jogos que buscam trazer impacto social.
O BIG cresceu, tá mais “big”. Tivemos no evento lançamento global da Atari, a presença de Takashi Tokita, produtor da Square Enix que trabalhou em clássicos como Chrono Trigger, e de Chance Glasco, co-fundador da Infinity Ward, e que esteve envolvido na “era de ouro” de Call of Duty. Além de uma grande presença de países com seus órgãos de negócios e tecnologia, como Finlândia, Canadá, Argentina ou Chile, sem contar os representantes de consulados de outras nações, que circulavam pelo local.
Mas a sua essência, que é a de valorizar e incentivar os jogos independentes, essa segue intacta. Inclusive, o BIG serviu para mostrar como que o nosso mercado evoluiu. Um grande exemplo foi o estande da Epic Games, que se no passado seria apenas “mais uma gigante” expondo seu Fortnite, por aqui ela era, na verdade, a Aquiris que conhecemos de Horizon Chase, ou seja, um grande representante do nosso cenário.
Os jogos brasileiros disponíveis no festival também se mostraram variados. Por lá joguei roguelike, um jogo que lembra Paperboy, um outro que tem inspirações nos jogos de aventura do Nintendo 64, um game de gincana simples, mas viciante, um Metroidvania e um Beat ‘em Up, entre vários outros jogos, com várias temáticas. É jogo 3D, 2,5D e pixelizado em 2D da mais alta qualidade, que mostra a nossa evolução e a nossa criatividade.
É claro que falta muito na nossa jornada, e isso não envolve só os games em si, como também uma evolução do entendimento do desenvolvimento de games como um todo, o que envolve a parte dos negócios, de divulgação e outros elementos que fazem parte de uma indústria criativa como essa. Mas, ao menos na produção em si, saí do BIG completamente satisfeito de ver tanta coisa boa, pelos dias que andei pelo festival.
O BIG Festival 2024 já tem data para acontecer: 26 a 30 de junho de 2024. E pelo andar da carruagem, podemos esperar uma evolução ainda maior do nosso cenário de desenvolvimento, pronto para quebrar alguns preconceitos que ainda existem, e para mostrar que temos tanta qualidade como nas indústrias de games de outros países.
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