Os PCs estão mortos? Diablo III diz que não!
Se você não está vivendo debaixo de uma pedra, com certeza sabe que Diablo III foi lançado. Depois de muito tempo e muita antecipação finalmente o jogo saiu, e desta vez a antecipação foi compensada com o jogo (talvez não tanto graças ao Erro 37 e outros bugs), diferente de certos outros que demoraram mais tempo e não funcionaram (estamos olhando para você, Duke Nukem Forever).
E Diablo III deixou uma coisa bem clara: em tempos de rumores sobre Playstation 4 e Xbox 720, os PCs estão mais vivos do que nunca!
Diablo III vendeu (até agora) aproximadamente 6,5 milhões de cópias ao todo, isto é adicionando as cópias de pré venda, da primeira semana e do Passe Anual dado pela Blizzard caso você comprasse um ano inteiro de World of Warcraft. Esta é uma soma e tanto para um jogo que é exclusivo dos PCs.
Se considerarmos o eterno debate sobre qual console é o melhor, a briga sempre vem entre os consoles Xbox 360 e Playstation 3, enquanto o PC é chamado de uma parte impossível de lucrar por causa da pirataria e que “não existem tantos jogadores fazendo uso desta plataforma”.
Aí vem vem a grande questão: como uma plataforma “fracassada” conseguiu ter tantos gamers de uma hora para outra?
Existem várias respostas potenciais para isto, uns podem dizer que o motivo é por Diablo III ter mais de uma década de espera. Podemos lembrar que dez anos atrás a indústria de videogames era diferente, os PCs estavam reinando e Diablo II era extremamente famoso. Tudo isso pode ter feito uma massa de gamers que agora usam consoles voltarem para o amado PC.
Mas se isto fosse verdade Max Payne 3 estatisticamente teria vendido mais que Diablo III, afinal os dois jogos foram lançados simultaneamente, e Max Payne 3 saiu para duas plataformas simultaneamente em uma semana que nenhum jogo importante para os consoles saiu (a versão para PCs de Max Payne 3 só sai esta semana), ou seja, a via para ele ser um sucesso estava aberta.
Mas não, Max Payne 3 vendeu “somente” a metade da cifra que Diablo III conseguiu pelo mundo inteiro, então este argumento não é válido. Sim, a “comunidade Diablo” pode ser muito mais hardcore que a “comunidade Max Payne”, mas ainda os fatos são que um jogo tinha menor disponibilidade que o outro, mas mesmo assim conseguiu literalmente o dobro que o segundo jogo.
Então, de onde vieram todos estes gamers?
Talvez no fim a nostalgia prevaleça, para fazer até as pessoas que usam consoles voltarem rapidamente para o PC e entrar no vício que é Diablo III.
Além disso, estamos em um momento onde esta plataforma consegue maior potência, visto que quando o console começa a envelhecer, suas limitações começam a aparecer. Daí a escolha certa dos mais exigentes é o PC, que com um upgrade esporádico não envelhece, mantendo-se sempre atualizado enquanto os consoles vem e vão.
E este ciclo está começando: o Xbox 360 e Playstation 3 estão com mais de seis anos de vida e a necessidade de avanço das empresas é vista nos jogos que estão sendo lançados: Total War: Shogun 2, Portal 2, Elder Scrolls V: Skyrim são somente alguns dos jogos que ganharam vários prêmios e números estelares em críticas no ano passado, com destaque para suas versões nos PCs.Tudo bem que alguns jogos são adiados sem nenhum motivo aparente: Rayman Origins, Sonic Generations e L.A Noire, por exemplo, todos demoraram meses para seu lançamento nos PCs, mas quando chegaram, conseguiram vender bem, podendo até ser tecnicamente melhores do que suas contrapartes nos consoles.
O PC pode ter vários problemas relacionados a pirataria, World of Goo perdeu tanto dinheiro com seu modo de negócio em “pague o quanto quiser”, que mesmo podendo pagar um dólar as pessoas preferiram piratear.
Além de Crysis, The Witcher e diversos outros jogos da Ubisoft, que tiveram perda significante de jogadores e grandes consequências com DRM, tanto é que as empresas prometeram caçar quem as roubou.
Para reverter este cenário, o Steam teve um grande impacto: a Valve e seus preços extremamente baratos fizeram a pirataria diminuir consideravelmente, pois jogos finalmente eram possíveis de ser comprados sem machucar o bolso graças às promoções feitas constantemente, e o suporte da Valve ao serviço faz o investimento valer a pena.
Também não podemos esquecer dos gigantes MMOs que são lançados para PC. World of Warcraft, da Blizzard, conseguiu o marco impressionante de 10 milhões de inscrições em 2011, sendo o MMORPG com maior número de usuários no mundo.
Outro gênero muito famoso, o MOBA (multiplayer online battle arena), de títulos como League of Legends e Dota também arrastam multdões; o primeiro conseguiu a marca de 32.5 milhões de usuários.
Jogos free-to-play como Tribes Ascend também conseguem fazer esta plataforma tão atraente quanto os consoles, pois estes jogos são extremamente divertidos e competitivos.
Com tudo isso, o PC consegue oferecer uma interação virtual com uma base sólida de jogadores, muitos bons serviços de distribuição digital (barata) de games, ótimos títulos exclusivos e o benefício de permanecer atual, enquanto os consoles envelhecem.
Os PCs estão mortos? Não, muito pelo contrário, estão em seu ponto mais alto desta geração. Podem existir alguns problemas com a pirataria e algumas empresas que não curtem a plataforma… talvez eles até fiquem um pouco ofuscados com a chegada da E3 e a possibilidade de anúncios de novos consoles.
Mas quando a “nova geração” ficar velha os PCs estarão sempre lá, firmes e fortes.
Este artigo foi escrito por nosso colaborador Henrique Gonçalves.