Pocket GO: Ainda vale a pena possuir o pequeno videogame em 2022?
Durante a década passada, produtos que buscavam trazer games antigos em formato portátil começaram a ganhar força. Em meados de 2017, este universo começou a se aquecer mais com o GPD XD, um videogame nos moldes do 3DS, mas que rodava Android e emuladores, e o BittBoy, uma versão muito pequena do Game Boy, com alguns emuladores.
Neste meio tempo, surgiu o Pocket GO, uma evolução do BittBoy que trazia a mesma portabilidade, por ser um dispositivo muito pequeno, e suporte a emulação de mais consoles, como o Super Nintendo, Mega Drive, e até a promessa de rodar games de Playstation.
Hoje em dia, um dispositivo destes é facilmente encontrados, a preços mais em conta do que soluções mais modernas e atuais. Mas ainda vale a pena investir em um aparelho que já ficou para trás, pelo menos em tecnologia, no dinâmico e acelerado mercado de consoles portáteis? É sobre isso que vamos conversar agora.
Especificações e design
Como evolução do BittBoy, o Pocket GO surgiu com a intenção de atualizar ou melhorar algumas questões. O primeiro desafio era de melhorar sem ampliar o dispositivo. E isso foi feito muito bem, pois o portátil tem apenas 12,3 cm de largura, 5,6 cm de altura e espessura de 1,4 cm. Isso o deixa menor que um iPhone X, e seja cerca de 60% menor do que um 2DS.
Sim, o Pocket GO literalmente cabe no bolso, sem ocupar espaço exagerado. E como o game tem sistema de save state em todos os emuladores, é perfeito para pequenas e rápidas jogatinas, onde for possível levar o pequeno com você. Para rodar melhor os novos sistemas, botões L e R foram adicionados, assim como quatro botões de ação, start, select e o R, que aciona os menus dos emuladores. O volume é acessado do lado direito do aparelhinho.
As especificações do aparelho são as seguintes:
- CPU: Allwinner F1C100S
- RAM: 32MB
- Tela: 2.4″ IPS 320×240 (vidro temperado)
- SDCard: supported up to 128GB
- Botões: L, R, the volume dial, switch on/ off, Reset
- Saídas: Headphone Jack, Micro SD card slot
- Bateria: 1000mAh
- Dimensões: 12.3cm x5.6cm x 1.4cm
- Peso: 100G
Por padrão o PocketGO tem emuladores de:
- NES
- Game Boy / Game Boy Color
- Game Boy Advance
- Super Nintendo
- Mega Drive
- Master System / Game Gear
- PC Engine / Turbo Grafx
- Neo Geo
- MAME / Arcade
- PS1
- Atari 2600
Mas é possível adicionar mais emuladores, em atualização de firmware customizado, que somam emulação de Neo Geo Pocket, Commodore 64, MSX e mais. Além disso, há outros games que vem junto com o portátil, como jogos de DOS como Doom e Wolfenstein, adaptados para o controle do dispositivo, versões hacks de The King of Fighters, até um ótimo Streets of Rage Remake, versão melhorada e ampliada não-oficial do clássico da SEGA.
Funcionamento, na prática
Há a possibilidade de trocar o sistema operacional, e adicionar mais emuladores. O processo é simples, mas é indicado apenas para quem tem maior facilidade com particionamento de discos e souber o que está fazendo. Mas, no geral, não faz tanta diferença, pois o essencial está presente no Pocket GO, independente do sistema.
O BittBoy era um dispositivo focar em emular Game Boy, e isso ele segue fazendo com maestria, com um emulador novo que permite vários recursos, incluindo jogar com uma tela simulando a tela do portátil. Além do funcionamento pleno do Game Boy, o portátil também roda muito bem o Game Boy Advance, com raríssimos problemas. No meu uso, apenas GTA Advance travou no início do jogo.
Já para emular os 16-bits, temos duas situações distintas. O Mega Drive roda de forma plena, inclusive com a possibilidade de configurar o controle para o modelo de seis botões. Toda a biblioteca, incluindo hacks de games, funciona extremamente bem. O que não é o caso do Super Nintendo. O emulador também funciona corretamente, porém alguns jogos em específico, como Top Gear ou International Superstar Soccer Deluxe, rodam com lentidão. Mesmo mexendo no emulador, com dicas da comunidade, não consegui melhorar nada. Mas a maioria dos games rodam bem.
Master System / Game Gear e NES também rodam plenamente, o que não é nenhum segredo, assim como o PC Engine. Surpreendentemente, jogos de Neo Geo também rodam muito bem por aqui. Mas é bacana mencionar a emulação dos computadores dos anos 80, como o Commodore 64 ou ZX Spectrum, que contam até com uma emulação de teclado, necessário para iniciar os jogos. Tudo isso, vale lembrar, em uma telinha IPS que mostra sempre muita qualidade, apesar de algumas pequenas falhas, observadas com mais atenção apenas por pessoas mais exigentes.
Enquanto isso, o Playstation, como era de se esperar, não roda de maneira decente a maioria dos seus games. O que é esperado de um portátil com configurações mais limitadas. Entretanto, alguns games do 32-bits da Sony, em especial os 2D, rodam bem. Assim, a regra é bem simples: Mega Man 8 vai rodar bem, mas esqueça querer jogar Crash Bandicoot no aparelhinho. Com um consumo de bateria razoável, é possível curtir os games em uma média de quatro a oito horas, dependendo do game e brilho de tela, o que é satisfatório para quem quer apenas jogatinas casuais.
Mas e aí, vale a pena?
Quem responde a pergunta é você, mas é claro que vou deixar minhas impressões, para te ajudar em sua decisão. Vamos falar do que eu queria ao procurar o Pocket GO: um dispositivo muito pequeno, para levar no bolso para qualquer lugar, e ter acesso a jogos mais antigos, especialmente o de Game Boy Advance, console o qual, apesar de ter tido duas unidades, foi por pouco tempo e conheci muito pouco a sua biblioteca.
Há, atualmente, soluções melhores disponíveis, neste mesmo sentido, mas o Pocket GO é mais barato, além de se mostrar bem resistente e de qualidade. E, como não queria uma emulação plena, cumpriu sua tarefa de entreter com jogos antigos. Agora, se o seu interesse é por maior qualidade, obviamente o Pocket GO não é o aparelho que você procura. Os aparelhos da Anbernic, como o RG351V, que falamos recentemente, contam com muito mais recursos e qualidade.
Por isso, como sempre digo, o “melhor” é, no final das contas, aquilo que vai atender as suas necessidades, seja ela por desempenho, funcionalidades e preço. O Pocket GO ainda tem muita lenha para queimar, desde que a busca por exigência e qualidade não seja prioridade, e seus recursos como seu tamanho diminuto e a boa capacidade para rodar games mais antigos seja o suficiente. Se estiver satisfeito com o que o portátil oferece, você terá grandes chances de ficar satisfeito, como eu fiquei após todos estes meses.
