Primeiras Impressões: Exoprimal é intenso e divertido, mas carece de personalidade
Exoprimal é a mais nova IP da Capcom, apostando em uma experiência multiplayer que mistura elementos PVP e PVE em partidas dinâmicas. O pessoal da Capcom nos convidou para participar do teste alfa do jogo em primeira mão e hoje vamos te contar sobre o que vimos (e jogamos) em nossos testes!
Ambientado no futuro (nem tão distante) de 2043, o game apresenta uma realidade na qual vórtices misteriosos estão se abrindo e liberando milhares de dinossauros em pleno mundo futurista. Com uma mistura bem peculiar de exoesqueletos cheios de cores, habilidades únicas, dinossauros infectados multidimensionais e muita informação em tela, Exoprimal é, sem dúvida, um jogo peculiar.
Criando um recruta
Após uma breve introdução (meio confusa) a respeito da história do game, somos convidados a criar nosso personagem. Nosso recruta é um recém-chegado ao batalhão dos Exofighters, os soldados que vestem exotrajes a fim de enfrentar os vórtices multidimensionais que estão “dropando” dinossauros por aí.
Esses vórtices ainda não foram devidamente explicados, bem como a inteligência artificial (um tanto sinistra) que aparentemente controla a sociedade. Esperamos que esses temas sejam aprofundados na versão completa do game, para engajar o jogador durante as partidas e missões cumpridas online.
Durante os testes alfa, tivemos acesso a um único modo de jogo: Dino Survival. Nesse modo, dois times de cinco jogadores precisam enfrentar hordas de dinossauros simultaneamente em várias etapas de missões. Os dois times disputam entre si — indiretamente — durante a maior parte da partida, sem que um time possa atrapalhar diretamente o outro. Assim, vence o time que for mais eficiente na matança de dinos.
Dependendo do mapa, o final da partida pode levar a dois caminhos distintos: em algumas arenas, chegamos a ter embates diretos com o time adversário, e aí podemos atrapalhar (e ser atrapalhados) por eles. Mas também existem mapas que trazem hordas de dinos cada vez maiores, e aí o objetivo é unir forças com os adversários para que todos consigam sobreviver pelo tempo necessário até os vórtices se fecharem.
Vista sua classe
Pegando um pouco a ideia de Warframe e até do finado Anthem, Exoprimal traz sua divisão de classes por meio de armaduras chamadas Exo Suits. Até o momento, foram divulgadas dez armaduras que se divide, em classes que a gente já conhece bem: tanque, dano e suporte. Porém, nem todas as armaduras estavam disponíveis para jogar durante os testes.
Nos testes consegui experimentar a Roadblock (tanque), o Deadeye (dano), o Barrage (dano) e o Witchdoctor (suporte). Como no já citado Warframe, cada exotraje possui suas habilidades próprias, com itens e armas que podem ser equipados dependendo da classe escolhida.
Um ponto interessante que difere Exoprimal tanto de Anthem quanto de Warframe é a possibilidade de trocarmos de armadura durante os combates.
Isso abre possibilidades estratégicas interessantes para o combate, com o time podendo se adaptar às necessidades do momento de forma orgânica e coordenada. Porém, este recurso depende dos jogadores se familiarizarem com uma boa quantidade de trajes e suas habilidades, o que foi humanamente impossível de se fazer nas poucas horas de jogatina que tivemos.
Mesmo assim, é possível ver o potencial estratégico e competitivo que o jogo carrega com essa característica. Mas é importante ressaltar também que, tal como Warframe, é difícil dizer que as armaduras estão totalmente equilibradas entre si. Talvez só com o jogo lançado que poderemos avaliar balanceamento de classes e outras questões mais competitivas.
Quem explode mais dinossauros?
Exoprimal, ao menos em seu teste alfa, traz um ritmo de jogo bem prazeroso e divertido. Porém, para ele “funcionar” de fato, vai precisar criar e engajar uma comunidade, para que seja fácil encontrar jogadores online para as partidas — algo que já se provou arriscado em outros projetos não tão grandiosos assim. Talvez um sistema de bots ou partidas privadas possa ser implementado para evitar problemas.
No geral, as partidas online se mostraram leves e dinâmicas, com muitos dinossauros em tela e ao mesmo tempo, nenhum bug ou problema de performance observável. Os testes rolaram nos PCs, onde o jogo se mostra bonito e, ao mesmo tempo, acessível para máquinas não tão potentes. O tempo todo temos muita coisa acontecendo em tela, mas tudo é bem orgânico e fácil de aprender.
Com duas ou três partidas eu já estava dando conta de dominar as principais habilidades da armadura que gostei mais, ao ponto de vencer a partida com jogadas até bem interessantes. Nesta fase alfa, os mapas disponíveis não eram tão variados assim, tampouco os tipos de inimigos disponíveis.
Os raptores são os minions mais básicos do jogo, com duas variações mais especializadas: uma que explode após alguns tiros e outra que serve de sniper, atirando de longe. Além deles, também temos alguns inimigos especiais situacionais. Os triceratops são como uma espécie de mini-boss, com habilidades próprias e bastante vida. Existem também hordas de pteranodontes, que dão um pouco mais de trabalho por serem voadores. Por fim, temos o emblemático tiranossauro rex, com uma variação ainda mais poderosa, infectada e cheia de poderes. Estes foram os dinos que pude ver enquanto testava o jogo.
Já vi isso em algum lugar…
Exoprimal possui algumas mecânicas interessantes, isso é inegável. Existe uma mecânica de controle de tiranossauro, que permite ao jogador controlar um dino contra o time inimigo por um breve período. O recurso de trocar de armadura sempre que quisermos também é uma adição bem-vinda, que deve impactar diretamente na dinâmica das partidas.
Porém, após passar algumas horas testando o jogo, é fato que Exoprimal meio que lembra diversos outros jogos já conhecidos, como se fosse uma colcha de retalhos. A lista é grande e bem bagunçada: Ark Survival Evolved, Anthem, Warframe, Overwatch e Dino Crisis são só alguns dos títulos que me vieram à mente enquanto eu jogava.
Talvez falte um pouco de personalidade própria ao game, uma vez que, misturando tantas mecânicas e estéticas, ele acaba passando a imagem de algo um tanto genérico… mas ainda é cedo para avaliar. Como disse, só pude experimentar uma fração do jogo, e torço para que o produto final tenha mais identidade e muito mais conteúdo!
Exoprimal ainda está em desenvolvimento e é previsto para chegar no início de 2023 para PC (via Steam), Xbox One, PlayStation 4, Xbox Series S/X e PlayStation 5. Para esta análise, rodamos o game em um notebook gamer com processador i5-9300, 24GB de memória, placa de vídeo GTX 1650 (4GB) e SSD de 512gb.
*Agradecimentos à Capcom por disponibilizar uma chave para o teste alfa fechado de Exoprimal.