Primeiras Impressões: Immortals Fenyx Rising esbanja cor e carisma

3 de dezembro de 2020
Primeiras Impressões: Immortals Fenyx Rising esbanja cor e carisma

Anteriormente conhecido apenas como Gods & Monsters, Immortals Fenyx Rising foi anunciado com um misto de impressões. Entre a curiosidade de uns e acusações de falta de originalidade de outros, enfim chegamos ao seu lançamento. O novo RPG em mundo aberto da Ubisoft ambientado na mitologia grega chega hoje (03/12) para várias plataformas e vamos falar um pouquinho dele nesse texto.

Antes de mais nada, vale lembrar que tivemos a oportunidade de experimentar uma demo do jogo há alguns meses, e fizemos um preview sobre o que vimos dele na ocasião. Já estamos com o jogo completo em mãos há alguns dias, mas a análise completa vai demorar um pouquinho ainda, visto que o jogo possui bastante conteúdo para ser visto.

Primeiras Impressões: Immortals Fenyx Rising esbanja cor e carisma

Mas como já pudemos ter algumas boas experiências com o título, que tal aproveitar a data de lançamento para falar um pouquinho das primeiras impressões com ele em mãos, não é mesmo? Então vamos lá.

Eu já vi isso em algum lugar…

É impossível começar a jogar Immortals Fenyx Rising sem lembrar de alguns outros títulos lançados nos últimos anos. Os dois mais obviamente atrelados à nova IP são Zelda Breath of the Wild e Assassin’s Creed Odyssey. E isso resume um ponto muito importante sobre Immortals Fenyx Rising: ele nem de longe é um jogo inovador.

Entretanto, nem só de jogos inovadores vive a indústria ou mesmo os bons jogos. Títulos como Horizon Zero Dawn, Sleeping Dogs e Ghost of Tsushima são ótimos exemplos de jogos que não são realmente inovadores, mas fazem um apanhado bem gratificante de mecânicas de jogo de sucesso. Immortals Fenyx Rising tem potencial para ser mais um membro dessa lista.

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Com mecânicas de Action RPG em um mundo aberto interativo bem colorido e deslumbrante, Immortals Fenyx Rising tem muito o que mostrar. O contexto grego “herdado” de Assassin’s Creed Odyssey tem uma roupagem completamente nova aqui, bem mais infantil e bem-humorada. Desse modo, mesmo que Immortals seja um apanhado de várias coisas que já vimos nos últimos anos, nem de longe ele é uma experiência ruim por conta disso.

Um(a) soldado para salvar o olimpo

A história de Immortals Fenyx Rising começa com Fenyx (que pode ser um homem ou uma mulher completamente personalizado por você) acordando de um náufrago. No contexto da aventura, Tifão, o titã filho de Gaia, conseguiu se livrar da prisão imposta por Zeus e começou a se vingar de todo o panteão grego, trazendo o Tártaro para o mundo deles.

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O início da aventura te mostra bem as mecânicas básicas do jogo.

Com isso, a ilha dos deuses está um completo caos, com Zeus sem seus raios, Afrodite, Ares, Atena e Hefesto separados e espalhados, e várias áreas de corrupção afetando o lugar. Tudo isso é contado por Prometheus, outro titã que passa toda a jogatina numa conversa muito bem humorada com Zeus. A dupla assume a função de “narradores” da aventura de Fenyx, e dão um tom muito leve à jornada, que é bem voltada para o humor e quebras da quarta parede.

Com isso, seguimos acompanhando a jornada de Fenyx enquanto ela auxilia Hermes a reagrupar os demais deuses afetados por Tifão. Mas nada é tão simples assim. Na prática, cada um dos quatro deuses possui uma sequência própria de missões para que sejam libertados. Além disso, cada deus possui também sua própria região da ilha, com paisagens e criaturas próprias.

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Os diálogos entre Zeus e Prometheus são, no mínimo, hilários!

A história é um clássico épico grego e, particularmente, me lembrou bastante a pegada carismática de Hércules, a animação da Disney de 1997. Com a diferença gritante de que, aqui, de um modo bem-humorado e indireto, podemos ver como Zeus era horrível nas histórias mitológicas. Claro que o humor e o formato da narrativa não funcionarão para todos, visto que é mais focado para um público mais jovem. Mesmo assim, é uma desculpa convincente para sair explorando o mundo do jogo e enfrentado seus desafios.

Uma tonelada de colecionáveis

Immortals Fenyx Rising vem com a mesma pegada de The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Genshin Impact, com um mundo vasto, colorido e recheado de colecionáveis. Em Immortals, praticamente todos estes colecionáveis servem para melhorar a própria Fenyx de algum modo.

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Para início de conversa, temos frutas para serem coletadas que servem para recuperar vida e stamina. Além disso, elas podem ser utilizadas para a criação de poções de vida, stamina, bônus de dano e defesa. Junto a isso temos os minerais do jogo, que são utilizados para melhorar armas e equipamentos. Alguns, como o Ambar, são mais difíceis de serem encontrados, enquanto outros dropam até de criaturas mortas.

Partindo para coletáveis mais “colecionáveis” e limitados dentro do jogo, temos as moedas do do Caronte, os raios de Zeus e as Ambrosias. As moedas são o dinheiro utilizado para debloquear novas habilidades e melhorar as antigas. Os raios de Zeus servem para aumentar a barra de energia máxima de Fenyx, enquanto as Ambrosias aumentam sua vida máxima.

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Todos estes itens se somam com equipamentos e armas que dão bônus passivos bem simples, mas com potencial de combos interessantes. Tudo isso espalhado pelo mundo através de baús protegidos, baús secretos, pontos de coleta de frutas, inimigos de diversos tipos e os portões do Tártaro, que são as dungeons do jogo. Essa variedade de colecionáveis, todos voltados para o crescimento da personagem (que não possui nível) justifica muito bem a exploração, dando objetivo para tudo que fazemos.

Combates livres e divertidos

Outro aspecto que chama bastante atenção em Immortals Fenyx Rising são seus combates. É aqui que o jogo mais possui uma interseção entre Breath of the Wild e Odyssey. Entretanto, ainda consegue espaço para fazer algumas coisinhas novas.

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Podemos arremessar objetos do cenário nos inimigos usando os braceletes de Héracles.

Os combates são bem livres tanto em movimentação quanto em golpes. Entretanto, os golpes são definidos pelas armas que Fenyx utiliza obrigatoriamente: um machado, uma espada e um arco. Golpes fracos utilizam a espada de uma mão. Golpes fortes utilizam o machado, enquanto mirar e atirar usa, logicamente, o arco e flecha.

Vale mencionar que uma mecânica interessante é a do atordoamento, que acontece principalmente com golpes de machado e tiros carregados do arco. Enchendo a barrinha de atordoamento por completo, os inimigos ficam tontos por alguns segundos, dando mais oportunidade para você atacar.

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Com os equipamentos certos, você pode causar mais dano no ar, ou com machados, por exemplo.

Fora isso, temos a liberdade de movimentação, esquiva e até ataques parados no ar. Some a isso quatro habilidades divinas de ataque e terá várias opções do que fazer durante as lutas. Em contrapartida, os inimigos apresentam níveis de dificuldade bem mistos. Soldados em sua maioria (ao menos nas 20 horas iniciais do jogo) são bem simples de vencer mesmo em grande quantidade. Por sua vez, as criaturas mitológicas como minotauros e ciclopes podem dar algum trabalho.

Um novo subgênero?

The Legend of Zelda: Breath of the Wild foi lançado em 2017 para Wii U e Nintendo Switch como um marco na geração. Não revolucionou exatamente o gênero de mundo aberto, mas criou uma experiência única nesse estilo de jogo. Depois daí, somente uma mecânica ou outra (como a escalada universal, por exemplo) foi vista em outros jogos lançados posteriormente. Nunca houve um jogo que realmente tentasse oferecer uma experiência similar — como vemos os Souls-like fazendo, por exemplo.

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Entretanto, agora em 2020, tivemos dois grandes títulos lançados que se assemelham de diversas formas com Breath of the Wild. Porém, ambos possuem características próprias bem distintas. Claro que estamos falando de Genshin Impact e do próprio Immortals Fenyx Rising. Estes dois jogos possuem personalidades próprias bem interessantes, mesmo que se assemelhem bastante com a última aventura original do guerreiro do tempo da Nintendo.

Com as 20 horas jogadas para a produção deste texto, pude sentir bastante o clima de Immortals Fenyx Rising. Sua escolha artística é bem única, mesmo que herde algumas influências. Claro que nem tudo são flores no jogo, existe alguma repetição aqui e ali, mas no geral, ele tem sido uma aventura bem divertida e, arrisco dizer, uma das melhores que joguei este ano.

Vamos ver se essa percepção se mantém na análise completa do jogo, que você poderá ver aqui no Arkade em breve. 😉

Primeiras Impressões: Immortals Fenyx Rising esbanja cor e carisma

Immortals Fenyx Rising chega hoje (03/12) para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox Series X|S, PlayStation 5, Xbox One, Google Stadia, PC. Para este texto, jogamos o game durante cerca de 20 horas no PS4.

Gilson Peres

Gilson Peres é Psicólogo, Mestre em Comunicação e aqui no Arkade fala principalmente sobre Realidade Virtual, jogos de PC e novas tecnologias desde 2019.

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