RetroArkade – Burning Rangers e sua aventura com bombeiros futuristas do Saturn

19 de maio de 2019

RetroArkade - Burning Rangers e sua aventura com bombeiros futuristas do Saturn

Os bombeiros, por alguma razão, não são lá muito representados nos games. Até existem jogos com essa temática, mas bem poucos, se compararmos a outros gêneros representados. Mas, foi a Sonic Team, em plena era de prosperidade criativa, quem trouxe uma das aventuras de combate a incêndio mais divertidas dos videogames.

Com temática futurista, e elementos únicos, feitos para trazer identidade, o Saturn, já em seu final de vida, recebeu, em 1998, Burning Rangers. O game, que levou dois anos para ser desenvolvido, e contou com a produção de Yuri Naka, o “cara” quando o assunto é Sonic, propunha um gameplay de resgates, mas com identidade própria. E, devido a questões envolvendo o console o qual foi lançado, é mais um daqueles games bacanas, mas que pouca gente viu.

Esquadrão Especial Burning Rangers

RetroArkade - Burning Rangers e sua aventura com bombeiros futuristas do Saturn

Basicamente, Burning Rangers é: um grupo de bombeiros de elite, que lidam com incêndios em situações mais críticas. Lembra do Winspector? Aquele grupo policial que só entrava em ação em situações além das complicadas? O princípio é o mesmo. O gameplay te leva a coletar cristais de energia, úteis para levar civis em segurança nos resgates. Tudo com o jogador sendo guiado por um sistema de navegação por voz.

Burning Rangers nasceu da vontade de Yuji Naka, em desenvolver um game no qual o jogador pudesse salvar vidas, ao invés de tirá-las. A temática envolvendo bombeiros foi a mais aceita na Sonic Team, afinal eles acreditavam que era a maneira mais eficaz de associação ao heroísmo. Você começa o jogo com o controle de Shou Amabane ou Tillis, novatos no grupo, mas já capazes de efetuar os procedimentos.

Conforme avança no jogo, você poderia controlar outros membros do grupo, como Chris Parton, Big Landman e Leed Phoenix. Eles são desbloqueáveis por password, que podem ser obtidas ao resgatar civis nas missões. Uma coisa interessante: você salva, na verdade, membros da Sonic Team dos incêndios. E, como forma de agradecimento, eles retribuem com os códigos que desbloqueiam mais personagens.

Tudo pronto para o resgate!

Conforme já sabemos, Burning Rangers se passa no futuro. E isso influencia no gameplay. Temos então um jogo de “tiro” em terceira pessoa. O Ranger escolhido tem quatro níveis, com tarefas para serem completadas. Assim, você precisa encontrar e salvar civis em locais de emergência, usando de cristais de energia, coletados pelas fases, para transportá-los a um local seguro.

Sonic emprestou um elemento de seu gameplay neste game. Assim como funciona o sistema de argolas no jogo do nosso amigo azul, os cristais no jogo são elementos vitais para o jogador. Um cristal, no mínimo, garante que o jogador sobreviva, ao receber algum dano. Com zero cristal, qualquer ataque direto resulta em morte.

Você atenderá ocorrências em uma usina de energia, um local subaquático, uma estação espacial e uma nave em gravidade zero. Todos os níveis tem, como padrão, salas e corredores de vários andares, com portas e elevadores. Um elemento emprestado de Resident Evil, que era um dos grandes nomes desta época. Para te ajudar, o jogo disponibiliza um jet pack, para acessar locais mais altos, e também para mergulhar melhor dentro d’água. E, embora o foco seja salvar pessoas, chefes aparecerão no final das fases, exigindo do jogador a sua destruição.

Outro elemento único no game é a sua navegação. Naquela época já haviam mapas dentro dos games, mesmo que de maneira bem primária, se compararmos com os games atuais. Mas Burning Rangers trazia um sistema de navegação por voz. Anos antes das vozes dos GPS’s atuais serem um padrão no dia a dia de muita gente. O controlador da missão te direciona para o local ideal.

E, no fim da fase, um sistema de classificação, que já era utilizado em Nights, e seria usado em Sonic Adventure, entre outros games, destaca o desempenho do jogador. Entre o rank S, o mais alto, e D o mais baixo, o jogador era avaliado por sua pontuação, sucesso ao apagar incêndios e salvamento de pessoas. E, para aumentar o fator replay, um modo aleatório era desbloqueado. Misturando, assim, a ordem dos corredores, e exigindo do jogador usar de novas maneiras de se explorar o mesmo mapa.

Um ótimo game que deveria retornar, de algum modo

RetroArkade - Burning Rangers e sua aventura com bombeiros futuristas do Saturn

A SEGA relança, praticamente em todas as gerações desde o Playstation 2 (lembrando que no Saturn também tem) coletâneas de seus clássicos do Mega Drive. E a companhia não está errada, de jeito nenhum. O console foi o melhor momento da empresa em toda a sua história. E uma biblioteca incrível merece ser revisitada até hoje.

Entretanto, não entendo a razão que faz a SEGA não fazer o mesmo com seus games de outros consoles. Tudo bem que a massa não faria tais iniciativas serem um sucesso estratosférico. Mas garanto que público para consumir games de Saturn, ou de Dreamcast, tem. Digo isso pelo simples motivo de que mais pessoas deveriam conhecer Burning Rangers.

O game saiu em uma época a qual os fãs da SEGA já estavam pensando no Dreamcast. E o Saturn, além disso, já estava desgastado frente ao sucesso do Playstation. Isso fez com que poucas pessoas aproveitassem de fato, um game bem interessante. A crítica na época elogiava o game em vários aspectos: sua trilha sonora era ótima (só para você ter ideia, Naofumi Hataya e Tomoko Sasaki, que também fizeram a trilha de Nights, cuidaram da música por aqui), o gameplay interessante e o visual, era um dos melhores que o problemático 32-bit ofereceu em sua vida.

Uma coletânea de grandes games da SEGA de Saturn, e Dreamcast, seria uma boa para todos. Era a oportunidade de vários games mais velhos conhecerem, além de Burning Rangers, outros jogos ótimos desta época, como Virtua Fighter, Panzer Dragon, entre outros. Que chegaram a sair no Playstation 2, mas só no Japão. E também serviria para manter viva uma parte interessante da história de uma grande companhia. Que tanto contribuiu positivamente para o mundo dos videogames.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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