RetroArkade – A trajetória de Donkey Kong Land no Game Boy

5 de maio de 2019

RetroArkade - A trajetória de Donkey Kong Land no Game Boy

Quando Donkey Kong Country chegou ao Super Nintendo, em 1994, todo mundo ficou impressionado. A qualidade do game, com a famosa tecnologia que simulava o 3D no Super Nintendo, além de um design de fases incrível, deu o pontapé inicial em uma franquia que garantiu três ótimos games ao 16-bit da Nintendo, e elevou a Rare a uma das gigantes dos anos 90.

Entretanto, o game não ficou apenas no Super NES. O Game Boy também ganhou versões do game. Com três Donkey Kong Land, e uma versão do primeiro jogo adaptada para o Game Boy Color, a série garantiu, ao seu modo, ótimos momentos para os donos de portátil. Assim, era possível “debulhar” o game no console em casa, e seguir a aventura na escola.

Assim, vem com a gente, religar seu portátil novamente, e lembrar destes divertidos games. Escolha o Game Boy que preferir (emulador, console original, ou clones), e vamos dar início na aventura.

Donkey Kong Land

O primeiro game saiu em meados de 1995, um ano depois do lançamento do game de Super Nintendo. Sua iniciativa era de aproveitar as liberdades que Super Mario Land precedeu, e ofereceu um gameplay bem inusitado. Ao invés de ser uma versão portátil do primeiro game, Donkey Kong Land era uma espécie de sequência.

A história, que aparecia no manual, mostrava bem o espírito dos anos 90, com suas histórias peculiares. As semelhanças ficam apenas na arte da caixa e no mesmo esquema de jogo, pois por aqui, temos Donkey e Diddy Kong sendo desafiados pelo velho Cranky Kong, pois, segundo ele, a missão do jogo de Super Nintendo só foi bem sucedida por causa “dos gráficos melhores”.

Assim, Cranky, e é sério isso, chama o derrotado K. Roll para roubar novamente o tesouro. Desafiando, assim, os dois gorilas para encararem novas fases, desta vez em 8-bit. O jogo, de fato, não é um port, pois conta com fases únicas, levemente inspiradas no game de Super NES. O mapa é outro, a ordem de fases, diferente, e um curioso warp faz o papel de checkpoint, e final de fase.

O jogo chama atenção por sua boa trilha sonora, que empresta e adapta muito do game original para o portátil. E também por seu gameplay fácil, e tão desafiante quanto o “seu irmão mais velho”. Apesar de contar com alguns problemas, com uma lentidão em certos momentos, corrigidos posteriormente. E, exatamente por não ser uma cópia exata do primeiro DKC, garantiu identidade própria suficiente para ganhar jogadores, e garantir uma sequência.

Donkey Kong Land 2

No final de 1996, bem perto da chegada de Donkey Kong Country 3, chegou DK Land 2. O game seguia os passos de seu antecessor, e funcionou como uma versão própria de seu equivalente para o Super Nintendo. Aqui, a missão era a de resgatar Donkey Kong, outra vez. É porque uma erupção vulcânica trouxe de volta todos os inimigos do segundo game, e garantiu o novo sequestro.

É por isso que você irá, desta vez, visitar muitas fases iguais ao do game em 16-bit. Mas, novamente, não estamos falando de uma cópia. E sim, de um game que mistura fases idênticas ao de DKC2, mas com mapas e fases totalmente inéditas. Desta forma, a Rare acreditava que conseguiria fisgar jogadores que gostaram de DKC2, mas que queriam desafios novos.

O game evolui em alguns aspectos, como mais animações, e efeitos. As fases aquáticas que contam com o elemento de resfriamento, por exemplo, contam com bons efeitos que, mesmo na tela monocromática, funcionam muito bem. Entretanto, cortes tiveram que ser feitos, como a parceria entre Diddy e Dixie, que, por não estarem juntos na tela, não poderiam fazer as manobras em conjunto.

Donkey Kong Land III

Se os dois primeiros games capricharam no Game Boy, o terceiro foi uma tentativa, bem sucedida, de superação. No fim de 1997, DKL III trouxe não só as mesmas fases do game de Super NES, mas também conseguiu colocar o mapa do game no jogo. É claro que com limitações. Mesmo assim, era possível, no portátil, acompanhar o grandioso mapa de 16-bit, o que já era incrível.

Mais confortáveis com o portátil, a Rare decidiu, desta vez, fazer um Port completo. Com a única diferença da história, que desta vez mostra Dixie e Kiddy mundo afora, em busca de um Mundo Perdido. Mas a graça nem está nisso, e sim no gameplay, que vive aqui, os seus melhores momentos. Tudo o que era problema nos games anteriores deu lugar a um game completamente melhor e mais divertido de se jogar.

O visual também impressiona, pela riqueza de detalhes. A trilha sonora é uma das melhores já feitas para o Game Boy. E, como cereja do bolo, diversos segredos, para todos aqueles que quiserem explorar no portátil. É um dos games obrigatórios para quem quer um Game Boy.

Donkey Kong Country para o Game Boy Color

E, para fechar a aventura dos gorilas no portátil, uma boa surpresa. Em 2000, a Rare trouxe o primeiro game, que já contava com seis anos de vida, para o Game Boy Color. Desta vez, é o primeiro game, exatamente igual, com todos os seus bônus e segredos, mas adaptados para a pequena tela recém-colorida.

A tela inicial engana. Baseada no game de Nintendo 64, é bem diferente do início de game o qual estamos acostumados. Mas, é só ouvir a música e entrar em Jungle Hijinxs que você pode ter a certeza: é Donkey Kong Country pra valer! A mesma casa, o mesmo balão de vida, as mesmas cavernas abertas com os golpes do rinoceronte Rambi.

Tudo foi adaptado para ser funcional no Game Boy Color e, sim, de fato, o game cumpre o prometido. É claro que jogar uma versão inferior a original é estranho para algumas pessoas. Mas, tirando alguns problemas no controle, a ação e dinâmica são praticamente as mesmas. Trata-se de uma versão bem competente, salva as diferenças entre os consoles, que marcou positivamente a biblioteca do portátil.

Depois disso, chegou o Game Boy Advance, com remakes ainda mais competentes. Como o novo portátil contava com recursos semelhantes aos do Super Nintendo, foi tranquilo fazer as devidas adaptações. Depois, com a chegada do 3DS, os games foram ainda melhor adaptados.

Mas não tem como negar o legado positivo destes games portáteis. Em épocas de limitação, levar um grande game para um sistema inferior era um trabalho que precisava contar com as decisões corretas. E, com mais acertos do que erros, a Rare conseguiu emplacar uma segunda franquia, tão competente quanto a principal, que garantiu uma base de jogadores, que, assim como a série em 16-bits, admiram os games portáteis até hoje.


@revistaarkade

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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