Sound Test Arkade Faixa 23 – The Edge of Soul (Soul Blade)

18 de dezembro de 2016

Sound Test Arkade Faixa 23 – The Edge of Soul (Soul Blade)

Os anos 90, entre outras coisas, nos ofereceram a possibilidade de contar com trilhas sonoras com muito mais qualidade, com a tecnologia do CD se transformando em padrão na geração 32-bit. Junto com as trilhas, que agora podiam ser cantadas e tocadas sem medo de lotar espaços de cartuchos, também pudemos começar a conferir uma das marcas registradas da geração Playstation: as clássicas aberturas em computação gráfica, que ampliavam ainda mais a imersão nos jogos e que, depois de Final Fantasy VII, mudaram para sempre a maneira de se apresentar um jogo.

Em meio a tantas aberturas, uma delas, com certeza ficou guardado na memória de muito jogador das antigas. E é dela que vamos falar hoje, da épica abertura de Soul Blade, que além de impressionar a todo o mundo quando chegou para o Playstation, em 1996, também conta com uma música que fez tanto, ou até mais sucesso do que o vídeo e o jogo em si.

O Jogo

Sound Test Arkade Faixa 23 – The Edge of Soul (Soul Blade)

Em meio a explosão dos jogos em 3D nos anos 90, com Virtua Fighter e Tekken dividindo a preferência dos jogadores, que também tinham Street Fighter, Mortal Kombat e The King of Fighters à disposição, a Namco embalou em 1995 uma alternativa que, embora já havia sido explorada em alguns games, tinha um terreno maior de desenvolvimento: os games de luta com armas.

Sim, Samurai Shodown já existia, mas em comparação com os games de luta tradicionais, o game de ninjas e samurais da SNK só tinha como concorrente direto a série Toshiden. A Namco então colocou nos arcades vários personagens carismáticos, cada um com seu próprio endero e motivação, explicados de maneira mais completa, assim como acontecia em Tekken, com cenas que mostravam o famoso “e se” de cada um. Nem precisamos comentar o estrondoso sucesso do game, que com seu visual matador, os famosos controles simples, porém completos dos jogos da Namco, e lutadores muito bem construídos, garantiu uma conversão para o Playstation e, posteriormente, uma grande série de jogos de luta.

A versão de Playstation chegou em 1996, oferecendo muito do que o arcade oferecia, se aproveitando da dedicação da Namco com o console, que era garantia de muito a mais do que apenas “um modo história e um versus”. Tínhamos, então, além do modo história que oferece o interessante enredo envolvendo espadas e almas, o modo Edge Master, que emprestando elementos de RPG, coloca o jogador em um mapa, e em combates que o ajudam a evoluir o lutador e suas armas. Para muitos, Soul Blade é o melhor momento da rica história da Namco no Playstation e também é considerado até hoje uma obra de arte.

A Banda

Sound Test Arkade Faixa 23 – The Edge of Soul (Soul Blade)

A desconhecida banda Khan é quem assina não só The Edge of Soul, mas como todas as faixas da versão para Playstation de Soul Blade. Que inclusive rendeu um disco, chamado de Khan Super Session, com todas as faixas disponíveis.

A faixa é assinada por Masahiro Ohki, também conhecido por Benten-Maru, e interpretada por Minori. Pouco se sabe sobre esta banda, apenas que ajudou a Namco neste trabalho, tiveram suas faixas lançadas em um CD e nada mais foi creditado a eles, após Soul Blade.

Curiosamente, o site francês Nautiljon credita a Benten-Maru a participação no álbum Double KO. Acontece que este disco é da banda Mega Driver, que incluiu neste álbum a canção, continuando a homenagear as trilhas sonoras de jogos com a guitarra de Mega Drive. Aproveite, e ouça também a versão do músico para a abertura de Soul Blade:

A Música

Soul Blade teve sua trilha sonora totalmente arranjada, para explorar mais as capacidades do CD e também para manter a sua honra de promover conversões perfeitas, com mais conteúdo, para seus jogos. Porém, mesmo quem não nunca houvesse ouvido falar de Soul Blade, ou mesmo os veteranos, se renderam para a sua arrasadora abertura. Nem os dois pés na porta da Square, que revolucionou o mundo dos games com os seus Final Fantasies para o PSX tiraram o bilho de The Edge of Soul.

Ao inciar o Playstation e passar da famosa tela preta com o logotipo do PS (ufa, o jogo entrou), o jogo já nos colocava no vídeo de introdução, narrado por Barry Gjerde (a voz de Cervantes de Leon na edição ocidental do game, além de ser o juiz, e, claro, mundialmente conhecido por ser a voz de Barry Burton no primeiro Resident Evil): “Transcedendo a história e o mundo, um conto de almas espadas contado por toda a eternidade”. E logo em seguida, um vídeo matador com todos os personagens sendo apresentados em suas características e intenções era acomapanhado pela clássica música.

A música, que é uma mistura de rock com elementos de música antiga japonesa, oferece, ao mesmo tempo, guitarras e voz de metal, e arranjos com instrumentos japoneses, se tornando extremamente marcante e única. Um som totalmente pauleira, mas ao mesmo tempo épico, servindo muito bem na sua missão de apresentar o jogo e seus personagens. A música começa em forma de orquestra, épica, mas logo em seguida, um riff nos mostra o que vem a seguir. Desacelera em um certo momento, sabiamente utilizado no vídeo para apresentar as suas lutadoras, com graça e leveza, voltando ao ritmo acelerado que conduz todos os combates apresentados no vídeo de cerca de dois minutos. E fazendo muitos jogadores resetarem o console ou aguardar a tela de introdução por um momento só pra curtir de novo a música e o vídeo.

Além da introdução, três opções de BGM podiam ser selecionada pelos jogadores, oferecendo, além da versão exclusiva do PSOne, a original do arcade, e uma versão também para arcade, mas com novos arranjos.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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