A Ubisoft tem novos problemas com mulheres em seus jogos – agora é a vez de Far Cry 4
A Ubisoft está (mais uma vez) no meio da discussão de protagonistas femininas em games: depois de Assasin’s Creed Unity, o alvo agora é Far Cry 4. Entenda um pouco mais, incluindo todos os argumentos, a favor e contra,na sequência
Durante uma entrevista ao site Polygon, Alex Hutchinson, um dos diretores criativos de Far Cry 4, explicou que estava “centímetros perto” de ter personagens femininas jogáveis para o modo cooperativo do jogo. Porém, parece que a adição de personagens femininas não rolou (novamente) pela carga imensa de trabalho em cima deste desenvolvimento, relacionado às animações e pela leitura de uma personagem feminina. Alex afirmou que seria bizarro termos uma mulher andando, falando e pulando como um homem, logo, a ideia foi descartada por completo.
Hutchinson continuou dizendo que futuramente este problema não irá acontecer graças à tecnologia, que poderá simplificar o problema com a criação de personagens femininos, facilitando o trabalho para a animação e captura de movimentos para ambos os sexos.
Mas tem um problema, nós não vimos uma resposta similar sobre este mesmo assunto com Assassin’s Creed: Unity?
Eis que temos o problema: dois jogos grandes e altamente antecipados por milhares de fãs sendo alvos do mesmo assunto controverso: Por que não temos mais mulheres estrelando, ou pelo menos participando de alguma forma, nos jogos atuais?
Até aí tudo bem, afinal, Ubisoft é uma empresa que preza pela diversidade, tanto que os desenvolvedores já colocaram uma assassina negra como protagonista em Assassin’s Creed: Liberation, além de vários outros jogos, como Beyond Good & Evil e o recente Child of Light. Até o próprio Far Cry 3 tem coadjuvantes femininas muito bem apresentadas.
Porém, duvidas começaram a surgir quando Jonathan Cooper da Naughty Dog, que trabalha atualmente como animador em Uncharted 4 e ainda chegou a trabalhar como diretor de animação em Assassin’s Creed III, decidiu comentar no Twitter sobre este assunto.
Jonathan Cooper começou informando que fazer o trabalho de animação em Assassin’s Creed: Unity seria basicamente “um ou dois dias de trabalho”, ou seja, nada do trabalho homérico que a Ubisoft sugeriu. Em um segundo tweet , Cooper ainda afirmou que as animações de Aveline compartilha mais animações com Connor Kenway que seu próprio pai, Edward Kenway, em Assassin’s Creed IV: Black Flag.
Outros desenvolvedores e fãs entraram na discussão criticando as resposta da Ubisoft diante este tema, especialmente desta forma, deixando a culpa por “falta de tempo”. O que é na verdade uma desculpa parcialmente válida quando vemos a forma que Ubisoft trata Assassin’s Creed, como uma franquia anual.
Porém, ainda temos esta pela falta de protagonistas femininas, ao olhar nos dois lados da moeda, vemos da seguinte forma: existem as pessoas que olham para este tipo de discussão como desnecessária, afinal, quem deve dar a última fala é o criador e mais ninguém. Se o diretor criativo viu que este projeto iria se sair melhor com um protagonista masculino então que seja. Obviamente nós podemos discordar de sua escolha, mas cabe somente a ele avaliar se a opinião alheia é válida o bastante para mudar seu projeto original.
Sem falar das várias protagonistas femininas que fazem parte do cenário gamer de uma forma esplêndida, como Faith, Elizabeth, Ellie, Lara Croft, Alyx Vance, Claire Redfield e a já mencionada, Aveline de Grandpré, para falar somente de algumas que receberam o desenvolvimento correto para se tornarem uma personagem de verdade em suas respectivas histórias.
No entanto o leque oposto também é amplo, e o caso é preocupante quando lembramos que Bioshock: Infinite, The Last of Us e até Remember Me tiveram problemas ao apresentar suas protagonistas para os executivos e ao público não-gamer.
Eis que o lado oposto se apresenta, se vermos de uma forma mais ampla acaba sendo fácil encontrar problemas relacionados a misoginia e sexismo na indústria dos videogames, como a ausência de um personagem feminino no jogo ou a falta de cuidado ao coloca-la na história, criando um personagem estereotipado sem nenhuma criatividade ou personalidade para demonstrar.
E voltamos para os dois jogos em questão, Assassin’s Creed: Unity e Far Cry 4, ambos jogos que serão imensos para a Ubisoft e para a nossa indústria em geral, mas sofrendo das mesmas questões que são feitas a respeito de vários jogos durante estes últimos anos. E o pior de tudo, ainda não temos uma resposta definitiva que irá responder este questionamento.
Mas o que você acha? Os desenvolvedores da Ubisoft realmente estavam sem tempo para trabalhar em personagens femininas ou Jonathan Cooper está correto com seus argumentos a respeito de animação? E qual é a sua opinião sobre está discussão de sexismo em nossa indústria? Responda nos comentários!