Voice-Chat Arkade: Que tal jogos novos para consoles antigos, hein indústria?
Tudo bem que a indústria tem que evoluir e produzir consoles e jogos cada vez mais modernos e completos, mas… que tal lançar hoje bons jogos para consoles antigos?
Recentemente postei uma matéria falando sobre Back to 1995, jogo indie japonês de survival horror feito nos melhores moldes “anos 90” possível: gráficos serrilhados, texturas em baixa resolução e telas de loading. Também é bem comum observarmos vários jogos se inspirando em gráficos 8-bit, como Mega Man 9 e 10 ou Hotline Miami. E não podemos nos esquecer de Pier Solar, o jogo feito por uma comunidade para Mega Drive que elevou as capacidades do console ao extremo (e ganhou versão para os consoles atuais)
E andei reparando que qualquer notícia que publicamos do tipo “Veja jogo X como seria no PSOne” ou “Confira este jogo que usa gráficos retrô” é sinônimo de curtidas, compartilhamentos e muita discussão da galera. E um comentário em Back to 1995, do leitor Carlos Schneider, me chamou a atenção. Ele diz:
Cara tomara q sua profecia se realize, sinceramente eu exijo gráficos bons só quando vou jogar no Pc ou no Ps4, no mais me divirto tanto quanto no meu Gamecube ou no Ps1 com bons jogos. Se olharem q tem mercado pra isso serei um dos primeiros a consumir jogos novos para consoles antigos assim como tantos por ai. As industrias fonográficas voltaram a investir forte no vinil, e isso prova muita coisa.
Isso me fez pensar. Coleciono discos de vinil e entendo bem as iniciativas recentes com os bolachões. Os discos não são hoje o melhor e mais prático meio de se compartilhar músicas, em tempos de iTunes e “downloads gratuitos”. Porém existe um público fiel, que além de buscar os clássicos, também consome muito lançamento em LP. Como fã de Bruce Springsteen que sou, tenho no acervo um Born to Run bem cuidado, mas ainda procuro um High Hopes (disco lançado no ano passado) em boa qualidade. Assim como U2 e tantos outros.
E se você vai em uma loja de vinil competente, é normal ver discos novos do Green Day, Foo Fighters e até de artistas nacionais como a Pitty e os Los Hermanos. Geralmente com recursos dos nossos dias, como a possibilidade de baixar todas as faixas em MP3. Além disso, temos que entender que a tecnologia do vinil também melhorou, com vitrolas mais espertas e discos sem chiados.
Seria uma boa algo semelhante com os videogames, não acha? As grandes desenvolvedoras tirando o pó dos kits de desenvolvimento antigos, e produzindo títulos interessantes para Playstation, Nintendo 64, Super Nintendo e muito mais. Claro que vemos muitos desenvolvedores independentes com projetos assim, mas estou falando de andar no shopping e ver um display de um Uncharted para o PSOne, só como exemplo.
Podia ser uma oportunidade para que os estúdios pudessem adaptar grandes sucessos ou mesmo fazer jogos exclusivos para estas plataformas, que contam com uma base instalada gigante (ainda existem muitos Playstations instalados em casas por aí) e eu pelo menos, fico muito curioso de saber como seria um título AAA feito hoje para qualquer console antigo usando de todos os recursos disponíveis hoje, para driblar as baixas resoluções, os gráficos quadrados ou os sprites de poucas cores.
Mas claro que sou a favor da evolução e de novas ideias e projetos. Claro que quero ver o Playstation 4, o Xbox One e até o Wii U mostrando suas capacidades em jogos melhores e mais completos. Mas também acredito que com bom planejamento, fugindo de riscos e produzindo material de qualidade, poderíamos sim ter um Assassin’s Creed ou um God of War para consoles de ontem. Se eles adaptam para celulares, também podem fazer o mesmo para o Nintendo 64.
Sem contar que desenvolvedores independentes podiam ter oportunidade de conferir novos meios de apresentar seus projetos, geralmente baseados na criatividade e não no explendor gráfico. Hotline Miami rodaria numa boa nestes sistemas (devidamente adaptado), só pra citar um exemplo.
E é isso, fica a sugestão para as empresas gigantes dos games: continuem evoluindo os jogos e consoles, mas tentem dar uma atenção para os consoles antigos. Claro que o sucesso não seria o mesmo do que um Bloodborne, porém, assim como o vinil, uma base fiel faria com que esse “novo ramo” não fosse uma aventura.
Todas as imagens dos jogos (NeoGAF)