Análise Arkade – Star Wars Episode I: Jedi Power Battles aposta na “Força” da nostalgia

24 de janeiro de 2025
Análise Arkade - Star Wars Episode I: Jedi Power Battles aposta na "Força" da nostalgia

Existem jogos que marcam a vida da gente mesmo sem serem realmente bons. Star Wars Episode I: Jedi Power Battles foi um desses jogos para mim. Com seu relançamento recente, pude descobrir se ele venceu o teste do tempo, ou deveria ter ficado apenas na minha memória.

Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito, muito distante

Lançado originalmente para Playstation 1 e Dreamcast em março de 2000, ele faz parte de uma época em que jogos licenciados eram feitos para aproveitar o hype de um filme nos cinemas.

Justamente por isso, eram jogos feitos “a toque de caixa”, apressados, cujo único intuito era capitalizar em cima de uma obra cinematográfica recente.

Análise Arkade - Star Wars Episode I: Jedi Power Battles aposta na "Força" da nostalgia

Lançado alguns meses após a estreia de Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma nos cinemas, o game tenta ser uma espécie de beat ‘em up jedi, e acompanha (vagamente) alguns acontecimentos do filme com o intuito de colocar jedis e droids do império para brigar.

Ainda que o Episódio I não seja o favorito de praticamente ninguém, ele é cheio de personagens memoráveis, como Obi Wan Kenobi, Qui-Gon Jinn, Darth Maul e Jar Jar Binks. Sem contar que, naquela época não havia a saturação de Star Wars que existe hoje, e poucos jogos haviam explorado esta “power fantasy nerd” de ser um jedi, portar um sabre de luz e usar poderes da Força (Jedi Power Battles saiu antes de Knights of the Old Republic e The Force Unleashed).

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Justamente por isso, a ideia de reunir um bando de jedis para fatiar droids e passear por alguns dos cenários emblemáticos do universo Star Wars era boa. O Rodrigo de 25 anos atrás sem dúvida se divertiu bastante com o game.

Jedi Power Battles em 2025

Corta para 2025. Jedi Power Battles não tornou-se realmente um clássico, mas ganhou importância o suficiente para merecer uma remasterização e justificar um relançamento.

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E assim: o jogo não é ruim… mas também não é realmente bom. Misturando ação e plataforma em fases lineares com mínimo espaço para exploração, ele traz 10 fases repletas de droids e outras máquinas do Império para enfrentarmos, com direito à uma “fase de motinho”, perseguições e até algumas (sofríveis) missões de escolta.

O gameplay, contudo, é bem básico. Os personagens começam com ataques simples, que não se conectam direito para formar combos. Conforme avançamos na campanha, subimos de nível e liberamos combinações mais elaboradas de golpes, mas o combate nunca chega a ser realmente satisfatório. O timing dos combos é estranho e falta impacto nos golpes.

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Apesar disso, é interessante como, ainda que todos os 5 protagonistas sejam jedis, cada um joga de um jeito levemente diferente. A estrutura de movimentação e os golpes básicos são similares, mas cada um faz alguma firula diferente, segura o sabre de um jeito diferente.

Entre um droid e outro, vamos enfrentar alguns chefes (de robôs gigantes estranhos ao apelão Darth Maul) e coletar ícones aleatórios que podem ser pontos ou power ups que aumentam o tamanho de nosso sabre, ou deixam ele mais poderoso.

Remasterização e conteúdos extras

Ainda que este remaster esteja saindo no ano em que Star Wars Episode I: Jedi Power Battles completa 25 anos, ele se esforça muito pouco para celebrar o game. Há pouquíssimo conteúdo extra — basicamente uma galeria com 40 e poucas ilustrações –, e mesmo o trabalho de remasterização em si parece aquém do esperado.

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O jogo roda liso nas máquinas atuais, mas senti que o visual parece um tanto “esticado” para se adequar ao formato widescreen. E, na minha memória, a câmera ficava mais longe dos personagens: aqui, é normal tomarmos tiro de um droid que nem está aparecendo na tela, como se um zoom tivesse aproximado a ação da tela, mas com isso acabou escondendo o que rola na periferia do espaço disponível.

As (poucas) cutscenes também não ficaram lá essas coisas, e mereciam uma atenção maior. O mesmo pode ser dito da localização, que é inexistente. A trilha sonora é maravilhosa, mas este é mais um mérito dos filmes do que do jogo em si, que basicamente herda ou adapta temas clássicos.

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O visual das cutscenes é decepcionante

Talvez o único acerto real desta remasterização seja o fato de já trazer todos os conteúdos extras do jogo original liberados desde o começo, o que inclui um punhado de personagens extras (de Capitão Panaka a Darth Maul até Rainha Amidala) e algumas fases bônus, que incluem um modo Versus e o curioso Gungan Roundup, basicamente um jogo de futebol em que Jar Jar Binks é a bola.

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E por falar nele, já que os extras originais foram liberados sem esforço para o jogador, a Aspyr tratou de criar novos extras para este remaster. Isso inclui uma dúzia de novos personagens secretos desbloqueáveis (incluindo Jar Jar Binks). Os nostálgicos de plantão vão gostar de saber que os cheat codes seguem funcionando, incluindo o Modo Cabeção.

Conclusão

Star Wars Episode I: Jedi Power Battles definitivamente não passa na Regra dos 15 Anos. É um jogo legal e eu gostei de revisitá-lo, mas ele sem dúvida era bem mais divertido com o verniz da nostalgia que só existe nas nossas memórias.

Dito isso, sinto que houve também pouco esforço para fazer deste relançamento uma verdadeira celebração do jogo — e da própria marca e legado desta fase de Star Wars. Em termos de audiovisual e conteúdo extra, o que temos aqui está abaixo de outros relançamentos recentes, como Tomb Raider e Legacy of Kain.

Análise Arkade - Star Wars Episode I: Jedi Power Battles aposta na "Força" da nostalgia

Vale parra quem curtiu o original e tem saudade, mas, mesmo assim, com ressalvas. Melhor esperar uma boa promoção — ou simplesmente curtir o jogo original via emulador.

Star Wars Episode I: Jedi Power Battles foi lançado ontem (23/01), com versões para PC, Playstation 4, Playstation 5 (versão analisada), Xbox One, Xbox Series e Nintendo Switch. O game possui áudio, menus e legendas em inglês.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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