Análise Arkade: O inusitado e divertido Sinner: Sacrifice for Redemption
Sinner: Sacrifice for Redemption foi anunciado ano passado e já de cara chamou atenção pelo seu estilo, prometendo ser um competente Souls-like com um estilo visual único. E agora o game finalmente está sendo lançado e é hora de conferirmos como o game acabou se saindo nesse sub-gênero tão inclemente quanto o game o deu origem.
Então venha com a gente conferir nossa análise completa de Sinner: Sacrifice for Redemption e sua luta contra os pecados para salvar o mundo!
Enfrente seus pecados em busca de redenção
Em Sinner: Sacrifice for Redemption, o mundo foi invadido pelo pecado e devastado. Nesse caos de destruição, um guerreiro chamado Adam ressuscita, sem saber o motivo, mas sabendo somente que tem uma missão a cumprir: Extirpar o pecado do mundo e devolvê-lo para a normalidade.
E assim se inicia a aventura, com você no controle de Adam, retornando do mundo dos mortos com sua missão clara. O game tem um enredo bem simples, sem explorar muito o lore como na maioria dos Souls-like. Ele entrega o que o jogador precisa saber para prosseguir em sua história, contando é claro com um pouco de lore de cada chefão do game, apresentando suas trágicas histórias.
Dessa forma, o objetivo do game é extinguir os 7 pecados capitais, cada um deles representados por um chefão específico. Mas a jornada não será fácil, pois o subtítulo do game, “Sacrifício pela Redenção” não é por acaso. Você realmente terá que fazer grandes sacrifícios para conseguir chegar até o final da aventura!
Um Souls-like em modo Boss Rush
A grande característica de Sinner: Sacrifice for Redemption é que esse é um game focado nas Boss battles. Quando iniciamos o game, atravessamos uma pequena área de inimigos comuns que serve de tutorial, logo após isso, chegamos ao hub central do game, uma pequena área com sete monumentos.
Cada monumento transporta o jogador até as arenas de cada um dos sete chefões representando os pecados e sua missão é derrotar todos os sete. Não há inimigos comuns no caminho até os chefões, o game consiste apenas nas batalhas principais, assim como Furi, game lançado em 2016 que contava apenas com intensas batalhas contra chefões.
Parece tudo bem simples não é? Mas na realidade não é. Se fosse apenas isso tudo seria bem tranquilo e talvez um pouco desinteressante, e é por isso que o game implementa um recurso bem interessante… e cruel. Para que você possa enfrentar um chefão, você precisa fazer um sacrifício. E não é qualquer tipo de sacrifício, você precisará sacrificar o poder de seu próprio personagem!
Diferente do caminho comum, em que seu personagem fica mais forte a cada batalha, aqui ele fica mais fraco. Para abrir o portal que leva a cada chefão, você deve sacrificar parte de seu poder, abrir um portal para um chefão diminuirá sua barra de HQ, outro diminuirá seu poder de ataque, outro diminuirá sua defesa, stamina e etc. A cada nova batalha, seu personagem ficará mais e mais fraco!
Você pode, se quiser, recuperar esses pedaços de poderes sacrificados, mas ao fazer isso, o chefão derrotado correspondente ao sacrifício ressuscitará. Você pode usar isso como estratégia para encarar certos chefões, mas para conseguir derrotar todos, terá que sacrificar o seu poder, e acredite, as coisas ficam bem tensas quanto mais fraco você fica ao avançar na aventura!
Uma inusitada mistura de Dark Souls com Little Nightmares
Sinner: Sacrifice for Redemption possui uma jogabilidade bem ao estilo Souls-like, com ataques de mão direita, defesa de mão esquerda e os movimentos básicos de se esquivar, travar mira e usar itens em um menu rápido. A diferença é que, como já dito, o progresso do protagonista é invertido, com ele ficando mais fraco a cada batalha vencida.
Seu personagem possui duas armas diferentes: Uma espada curta e um escuto, e uma enorme espada Flamígera usada com as duas mãos. Além dessas armas, seu personagem está equipado com itens fixos: lanças elétricas de arremesso, bombas, uma magia para imbuir suas armas em fogo, mas que diminui sua vida gradativamente e o item de cura. Não há outros itens para serem coletados, seu personagem está sempre equipado com tudo o que precisar.
Sua jogabilidade é como qualquer Souls-like que se preze, mas aqui baseado ainda mais na habilidade do jogador do que nos status. Já seu estilo visual segue por um outro caminho, um bem inusitado e interessante, pois o game tem um visual que lembra muito Little Nightmares!
Talvez não tenha sido algo proposital, mas o game tem um visual muito parecido com o game da Bandai Namco. Ele tem cenários que parecem até dioramas, com estruturas em 3D e texturas com um visual muito “realista”, aliado ainda com o protagonista Adam, que é um cavaleiro baixinho enfrentando chefões cerca de três a cinco vezes maiores que ele. O visual do game é muito interessante e deixa a experiência bem mais divertida.
O game ainda valoriza seu estilo visual oferecendo dois estilos de câmera: Câmera livre e câmera fixa. A câmera livre é pessoalmente a que eu eu mais preferi, pois poder ver as arenas de batalha livremente enquanto luta é obviamente muito melhor. Já a câmera fixa foca automaticamente a câmera na posição do chefão, o que ajuda muito em algumas batalhas, mas atrapalha um pouco fora delas, pois esconde alguns elementos em certos cenários, apesar de que não há nenhum item ou colecionável para o jogador procurar, mas as vezes esconde buracos no chão ou o fim do cenário, se você estiver correndo em direção à câmera.
Além disso, os sacrifícios feitos pelo jogador se tornam visíveis em Adam, a cada sacrifício ele perde parte de sua armadura, suas armas ficam mais gastas e com rachaduras, suas roupas mais rasgadas e etc. Essa foi uma mecânica pequena mas muito legal para mostrar o efeito dos sacrifícios nos personagens.
O game oferece um nível de dificuldade elevado, mas não impossível. Apesar de perder parte de seu poder a cada nova batalha, ainda assim o game se mantém com uma dificuldade justa. Obviamente que cada nova batalha será mais difícil que a anterior, pois cada chefão do game tem um estilo de luta único, o que poderá ou não dificultar a vida do jogador de acordo com a ordem de chefões que enfrentar. Por exemplo, um chefão terá ataques rápidos e constantes, sendo assim, você precisará de bastante stamina. Outro atacará lentamente, mas com muita força, sendo melhor ter uma defesa alta para enfrentá-lo.
Conclusão
Sinner: Sacrifice for Redemption é um game muito interessante. Ele é curtinho, sendo possível terminá-lo em apenas algumas horas. Ao finalizar o game, você ganha armas extras e libera o modo Challenge, em que você deve derrotar todos os chefões do game de uma só vez, num verdadeiro modo boss rush, e esse modo é realmente desafiador!
O game traz uma experiência diferente de um Souls-like tradicional, mais contida, mas bem divertida e satisfatória. Suas batalhas são bem inspiradas e cheias de momentos intensos e difíceis, como um bom game inspirado em Dark Souls deve ser. Seu estilo visual deixa tudo ainda mais interessante, parecendo até uma animação de diorama, com seus cenários e personagens que parecem até miniaturas ganhando vida.
Se você é fã de um bom Souls-like, então esse é um game que pode te divertir bastante. Ele entrega um desafio alto e divertido, mas sem as longas jornadas tradicionais de um RPG, é quase como uma versão “lite” de Dark Souls, para uma jogatina mais descompromissadas, sem longas horas de jogatina seguida.
Sinner: Sacrifice for Redemption será lançado nessa quinta-feira, dia 18 de outubro com versões para PC, Mac, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.