Análise Arkade – Combate espacial em mundo aberto te esperam em Chorus
Quem joga games de ação espacial em nave, já sabe o que esperar: combates frenéticos em fases lineares com vários desafios. Star Fox, Star Wars Squadrons e Starlink, curiosamente todos com Star no nome, são bons exemplos de games do gênero, que são muito divertidos.
Mas, para somar positivamente no gênero, chega hoje para os consoles e PCs de todo o mundo Chorus, game da Fishlabs em conjunto com a Deep Silver. A alemã Fishlabs é conhecida por sua série Galaxy on Fire, mas recentemente fez um bom trabalho portando Saints Row: The Third – The Full Package e Saints Row IV: Re-Elected para o Nintendo Switch.
Desta vez, o estúdio trará um game totalmente novo, com uma proposta de evoluir o gênero de shooter espacial em todas as suas características: prometendo um gameplay extremamente ágil, com elementos envolvendo armas e poderes especiais, em um ambiente de mundo aberto, com muito a se explorar.
Se você curte games de tiro em naves no espaço, recomendo ficar e conhecer melhor Chorus.
Quase um Star Wars, mas com ideias próprias
Jogar Chorus é pensar, logo nos primeiros momentos, que está jogando um game Star Wars. Mas não pense que a Fishlabs fez apenas uma cópia da saga de George Lucas, muito pelo contrário. Há sim elementos da icônica franquia, mas que serviram mais como inspiração para as ideias do game.
Sim, há portais, passagens dimensionais, poderes religiosos, no melhor estilo da “Força”, e até um governo tirânico. No caso de Chorus, o problema se chama Círculo, um culto que busca, ao seu modo, incluindo a opressão, o equilíbrio da humanidade, há muito, muito tempo lá na frente…
Você controla Nara no jogo, uma ex-membra do Círculo que mudou de lado, e apoia a resistência após entender que o que fazia era errado. Ela é vista como “A Escolhida”, o que faz dela algo muito maior do que “apenas uma soldado”. Ela volta do exílio e busca reparar o mal que causou apoiando a resistência.
E é neste sistema que você encara o mundo do jogo. Um mundo aberto com locais conectados por portais, nos quais Nara interage, em missões principais e secundárias, com os resistentes, ajudando-os, pouco a pouco, a acabar de uma vez por todas com o Círculo, eliminando sua influência região por região.
Como seu companheiro de combate, temos Forsaken, uma nave com inteligência artificial muito avançada, e que tem uma conexão forte com Nara. Isso faz com que você nunca troque de nave no jogo (embora se conecte em outras naves para missões específicas durante o jogo), mas que possa evoluí-la ao seu gosto, até o limite, com armas e ferramentas de proteção.
A história não é das mais inesquecíveis, mas ajuda, e muito, a introduzir o jogador na dinâmica do game. Trata-se de uma proposta que foge do famoso “salve o mundo”, trazendo um pouco mais de profundidade para a protagonista, e o mundo que depende de seus esforços.
Gameplay ágil, como a gente gosta!
Jogar Chorus é sinônimo de ação frenética. Tirando os momentos de exploração, no qual você pilota a nave em um mundo aberto, passando por diversos locais, há intensos momentos de combate, a todo momento. E que exigem do jogador atenção e reflexos apurados, a todo momento.
O controle da nave é muito completo. Com a alavanca esquerda, você controla a velocidade da nave, e impulsiona ela para a esquerda ou direita, para desviar de tiros. O gatilho esquerdo, R2 ou LT, é o acelerador, enquanto, apenas na exploração, o L3 funciona como propulsor, para que as viagens sejam mais rápidas.
Para guiar a nave, é só usar a alavanca direita. Apesar de parecer complexo, é um jeito simples e muito útil para se aventurar nos combates do game. Também há uma espécie de drift no espaço, feito com L1/LB, no qual a nave pode ser melhor manejada em espaços apertados. Dominar estes recursos deixa o gameplay muito mais divertido, pois amplia o fator de ataque e defesa do jogador.
Além disso, temos os Ritos, a “Força” do jogo. São elementos espirituais que Nara adquire durante o jogo, que lhe dá vantagem nos combates. É possível, por exemplo, usar um Rito para explorar o ambiente e encontrar elementos de interesse, um outro que permite se teleportar para atrás dos inimigos, facilitando a caçada, e um terceiro que destrói as defesas secundárias, expondo-o ao seu ataque.
Tudo isso para usar em missões de combate diretos, contra inimigos variados, que exigem um estilo de abordagem, e armas específicas, que deixam o gameplay mais variado, pois cada inimigo encontrado exigirá de você respostas diferentes, seja para atacar, ou para se defender. Falando em defesa, você tem um escudo, no melhor estilo Halo, que te protege até determinado ponto, ajudando na sua estratégia de combate.
E, apesar de parecer muita coisa, é exatamente isso que deixa Chorus especial. Dominar o controle da Forsaken é divertido, e é complementado pelas possibilidades de upgrade que o jogo oferece.
Bom desempenho, até na geração passada
Há quem jogue o game e reclame do mundo vazio. Mas é o espaço, você queria o quê? Um monte de gente se atropelando e se espancando na rua, como em um game GTA? Sim, o mundo aberto não é dos melhores, mas dentro da proposta espacial, cumpre bem seu papel, que é não transformar o game em um shooter de trilhos.
Também houveram críticas, nas prévias do game, de que o gameplay é repetitivo. Discordo. Pois os adversários exigem do jogador formas diferentes de confronto. Mas sim, o game dá sinais de “vazio” em algum momento, fazendo você se sentir como o Astronauta da Turma da Mônica.
Mas, ao menos, estes elementos fazem com que o game tenha um grande desempenho, aliado a um trabalho visual competente. Até o Playstation 4, conhecido por “gritar” bem alto com os games atuais, por conta da exigência com o cooler do videogame, além de rodar o game de forma satisfatória, ainda o fez de forma bem mais silenciosa do que o que o jogador do console está acostumado.
No Playstation 5, como deveria ser, o desempenho é ainda melhor, com os 60fps cravados ajudando, e muito, nos combates frenéticos que o game oferece. A única questão que já foi abordada aqui, mas que deixaria Chorus ainda melhor, seria apresentar um mundo aberto um tanto mais vivo. Não no espaço, como já falei a respeito, mas talvez com a criação de cidades ou vilas, nas quais alguma ação específica pudesse acontecer dentro delas.
E andar por estas cidades com Nara, a bordo de outros veículos? Seria legal, mas não sei se possível neste game. Mas em uma continuação? Seria interessante.
O bacana é que Chorus, apesar de não entregar uma experiência inesquecível em combates espaciais, não compromete. É um game corajoso ao tentar novas ideias, mesmo sabendo que podem ser mal interpretados pelos jogadores. Já que poderia ser “mais um” shooter de trilhos, mas que escolheu dar alguns passos a mais no gênero.
Chorus está disponível a partir de hoje, para Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC.