Bust a Groove, Parappa the Rapper e Jet Set Radio no mesmo game: Hi-Fi Rush é demais!

16 de abril de 2023
Bust a Groove, Parappa the Rapper e Jet Set Radio no mesmo game: Hi-Fi Rush é demais!

Sim, sabemos que o “hype” do game já passou, muita gente já acabou o game, mas mesmo assim vamos falar de Hi-Fi Rush, a agradável surpresa que a Tango trouxe literalmente do nada para o mundo Xbox, no início do ano. Em dias de “jogos iguais”, realmente foi muito interessante ver um game que, usando e abusando de elementos de games do passado, trouxe algo divertido, criativo e que usa os recursos dos consoles atuais de uma forma totalmente diferente!

Nesta aventura jogamos com Chai, um jovem completamente atrapalhado, que mais parece ter fugido de algum desenho dos anos 90, que possui uma prótese robótica que em uma cirurgia bizarra, fez com que o personagem tivesse um aparelho de som conectado em si, que faz com que ele execute suas atividades no ritmo musical.

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Dessa bizarrice nasce a essência de um gameplay muito interessante. Jogos que possuem a música como elemento de gameplay não é novidade, mas é bem interessante ver um jogo de plataforma tendo o ritmo como fator de gameplay. Você tem que se defender, acionando a sua defesa no mesmo ritmo musical de quem ataca, ou você ganha mais pontos, se atacar seus inimigos com perfeição no ritmo.

Já pensou em como seria um jogo como Crash Bandicoot, com o marsupial precisando quebrar caixas no ritmo de uma música ou desviar acertando o pulo no tempo certo de uma canção? É o que Hi-Fi Rush propõe, com muita competência. Junto com o game, temos uma história que deve ser como é: sem nenhuma pretenção, sem nada considerado “épico”, mas ainda assim, intrigante e divertida, com personagens muito bem construídos.

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Pois temos Chai lidando com a empresa Vandelay, que o considera um “defeito” que deve ser exterminado, junto de Peppermint, uma rebelde que ajuda muito o protagonista com seu conhecimento, e até a sua presença no meio da ação, mesmo que de forma holográfica. Eles partem para atacar a empresa, lidando com os chefes mais “desenho animado” possível.

Com traços fortes e marcantes, eles ajudam a entregar outro ponto positivo do game: sua arte. Fortemente inspirado na revolução visual que Jet Set Radio trouxe em 2000, o game abusa do cel-shading, deixando-o tão atemporal quanto o seu “colega” da SEGA. Cores fortes, desenhos muito bem feitos e toda aquela aura de animação do Bom Dia e Companhia ou TV Globinho fazem um bem danado ao propor algo novo em uma era “ultra-realista”.

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As inspirações a vários games são percebidos em vários momentos. Do já citado Crash, temos algumas mecânicas como o “andar por trás”, “ser perseguido” ou os momentos de “fase lateral”. Já os combates lembram muito God of War ou Devil May Cry, com aqui o game montando uma espécie de arena, e deixando o combate ser um momento específico das fases, onde o ritmo dita o combate, de forma sensacional.

É como se estivéssemos jogando ao mesmo tempo Crash, Bust a Groove, Guitar Hero, Devil May Cry, Jet Set Radio e Parappa the Rapper. Todas as influências foram bem introduzidas, fazendo do que poderia ser uma verdadeira mistura sem sentido em algo muito divertido.

Bust a Groove, Parappa the Rapper e Jet Set Radio no mesmo game: Hi-Fi Rush é demais!

Hi-Fi Rush faz muito bem para a nossa indústria. Em dias onde há muita conversa sobre questões técnicas ao invés da pura diversão quando o assunto é videogame, é interessante ver que a proposta do game da Tango realmente chamou atenção de forma positivo.

Basta lembrar que, quando os rumores sobre um “novo game” da Tango começaram a surgir, muitos esperavam por “mais uma” aventura como Ghostwire: Tokyo, ou mesmo um novo The Evil Within. Dois jogos muito bons, mas que não chamariam a mesma atenção que Chai chamou.

Hi-Fi Rush não é inovador, nem revolucionário e nem chegou querendo ser “o GOTY” que todo mundo tanto fala. Mas ele é o que ele quis realmente ser: muito divertido. O que deveria ser essencial para um bom game, até hoje. Você fica batendo os pés no ritmo do game e se deixa levar pelas suas qualidades visuais, enquanto se diverte com um verdadeiro “desenho animado jogável”, não apenas por seu visual, como no desenvolvimento de sua história, tão bom quanto.

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Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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