25 anos depois, GoldenEye 007 ainda manda muito bem, agora no Xbox e no Nintendo Switch

6 de fevereiro de 2023
25 anos depois, GoldenEye 007 ainda manda muito bem, agora no Xbox e no Nintendo Switch

Desde 1997, quando joguei GoldenEye 007 pela primeira vez, no Nintendo 64 do meu primo, percebi que era um jogo diferenciado. Ele conseguia fazer muitas coisas a favor dos games: ampliava o potencial dos FPS nos consoles, traziam uma aventura de exploração e espionagem de ação digna do 007 que carregava no nome, e ainda oferecia um multiplayer muito viciante, sendo um embrião do que seria o gameplay online que conhecemos hoje.

O tempo passou, e com ele os 25 anos de história do game, que até então estava “preso” no Nintendo 64. Para jogá-lo, você tinha que ter o console original, que é o meu caso, até hoje, pois comprei o console depois e mantenho ele instalado no meu rack. Ou também jogá-lo em um emulador, entre computadores, consoles e dispositivos móveis.

25 anos depois, GoldenEye 007 ainda manda muito bem, agora no Xbox e no Nintendo Switch

Isso acontecia por questões de direitos autorais. GoldenEye 007 não era o melhor produto para ser relançado no futuro, pois contava com a marca James Bond, da MGM, além da Rare, a produtora do game, a da Nintendo, quem publicou o jogo, até então exclusivo do seu console. Acontece que a marca 007 foi para a Activision, e a Rare seria comprada pela Microsoft, o que configurou uma “salada” de questões para se resolver.

Mas, felizmente, tudo deu certo e enfim o game foi relançado. No Xbox, o game está no Game Pass e no Rare Replay, enquanto no Nintendo Switch, que por direito também recebeu o game, ele está disponível no Expansion Pack do Nintendo Switch Online.

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E, para quem quer saber, sim. GoldenEye 007 é o mesmo jogo daquele que adorava jogar em 1997. É, por causa disso, uma excelente “aula de história dos videogames”, pois conta com mecânicas e formatos que pertencem aos seus dias. Ao invés de fases “em forma de trilhos”, fases abertas, com objetivos espalhados e escondidos. Ao invés de modos de dificuldade normais, um em que quanto mais difícil, mais objetivos são exigidos. Em tempos de deficiência de controles, mira automática, com uma manual complementar. E ao invés de batalhas em grandes esquadrões, a luta solitária de Bond, James Bond.

Alguma coisa foi melhorada. O game recebeu suporte para telas atuais, 4K e 60 FPS, o que por si só já faz muita diferença, especialmente para quem conhece a versão original do Nintendo 64 e seu framerate instável, que apesar de atingir os 30 FPS, na verdade contava com uma média de 15 FPS durante a jogatina. Só isso, já faria muita diferença.

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Mas o controle foi adaptado também. Pois, de lá pra cá, a alavanca analógica (e problemática) solitária do Nintendo 64 viu a indústria trabalhar com dois analógicos, e dois botões de ombro, o que ampliou as possibilidades. Assim, o clássico ganhou um controle atualizado, com possibilidade de controlar a câmera, assim como mirar melhor e atirar com o botão de gatilho, além de trocar de armas de forma mais simples, também com os botões de ombro.

Dentro do que o game oferece, ou seja, como parte de uma coletânea que faz com que muitos o joguem sem ter que pagar por nada, já que o Game Pass e o Switch Online já são pagos pela maioria das pessoas, está de bom tamanho. É o clássico atualizado. Não remasterizado, e nem com novidades no gameplay. É apenas uma atualização honesta, com adaptações pontuais.

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Foram mudanças pontuais, mas que mantiveram a experiência original. A Rare faz boas mudanças, quando vai adaptar um de seus jogos antigos. Perfect Dark, o sucessor que já está disponível há tempos no Xbox, por não ter os mesmos problemas de direitos autorais, já agradava, e muito. Banjo-Kazooie, por sua vez, também contou com mudanças em relação ao sistema de coleta de itens no jogo, para deixá-lo mais fluído.

Assim, podemos ver que, 25 anos depois, GoldenEye 007 ainda manda muito bem, quando o assunto é jogo de qualidade. Como podemos jogar ele de forma quase que original, salvo mudanças no controle, uma resolução e framerate melhores e possibilidade de conquistas, no Xbox, é possível rever muita qualidade no game. Detalhes como obter um keycard de um cientista apenas apontando a arma para ele, ou a maneira encontrada para copiar um determinado disco, ou ainda as fotografias de satélite mostram a criatividade de uma Rare que nos deixa muita saudade.

Aquela Rare, aquela que sabia ser fofinha, mas também debochada e, principalmente, muito criativa, nunca mais vai voltar. Tanto pela direção do estúdio atualmente, quanto pelas “regras” atuais da indústria, que optou por chamar de épico o “mais do mesmo do melhor jogo da história do último mês”, abrindo mão de ideias diferenciadas. Mas, felizmente, a companhia celebra de forma honesta o seu legado, e agora permite que mais um capítulo de sua história seja jogada de forma mais adequada.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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