Primeiras Impressões: Diablo IV promete liberdade em uma experiência de MMO

23 de março de 2023
Primeiras Impressões: Diablo IV promete liberdade em uma experiência de MMO

O tão aguardado lançamento de Diablo IV está cada vez mais próximo. E com isso a Blizzard iniciou seu acesso antecipado ao beta do game, que ocorreu entre os dias 17 e 20 de março. Com isso, nós do Arkade fomos convidados a testar o jogo e ver na prática como está o retorno à Sanctuary. Lembrando que o beta de fato começa no próximo final de semana, entre os dias 24 e 27 de março.

Conseguindo unir com maestria conceitos de Diablo II e Diablo III em um único jogo, Diablo IV vai além e carrega a franquia de vez para o ambiente online dos MMOs. Para o bem e para o mal, essa mudança agrega novos conteúdos e mais robustez ao jogo como um todo, embora para os amantes de single player possa não ser um passo necessariamente na direção certa.

Primeiras Impressões: Diablo IV promete liberdade em uma experiência de MMO

Criação de personagem e classes

Começando do início, temos em Diablo IV a criação de personagens mais completa da franquia até então. O que já nos dá de primeira mais ainda uma cara de MMO para o game. Temos toda uma gama de tons de pele, penteados, pelos faciais, tatuagens, etnias e outros detalhes para escolher durante a criação para além da classe e gênero que tradicionalmente escolhemos.

E por falar em classes, temos cinco divulgadas: Bárbaro, Feiticeiro, Assassino, Necromancer e Druida. Infelizmente, no acesso antecipado ao beta, somente as três primeiras classes estavam disponíveis para teste. Deixando o Necro e o tão aguardado Druida de fora da experiência. O que ao meu ver foi uma baita bola fora, visto que são as duas classes mais pesadas das cinco no quesito efeitos, já que ambos tem a capacidade de encher o terreno de criaturas extras.

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Testá-los no Beta poderia ajudar tanto a comunidade quanto seus desenvolvedores a entender melhor como funcionará a estabilidade de jogo enquanto diversos necros e drúidas enchem os terrenos com invocações. Além disso, o druida é a classe mais aguardada pelos fãs da franquia desde que Diablo III foi divulgado sem ela. Talvez testá-la no beta ajudaria a animar ainda mais o hype para o game.

Por fim, a possibilidade de escolher entre feiticeiro, assassino e bárbaro não deixa de agradar por conta de abranger justamente as três personas mais básicas de qualquer jogo de RPG. E com isso, podemos também observar algumas diferenças excelentes entre as classes e suas representantes dos games anteriores. Mas claro que, enquanto isso, também podemos ver algumas nuâncias da história principal de Diablo IV.

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Um andarilho tocado por Lilith

Diablo IV em sua história, ao menos no que vemos durante o primeiro ato da aventura, tem semelhanças consideráveis com Diablo III. Enquanto no game anterior da franquia nosso personagem é meio que o “escolhido” por ser um dos últimos Nefalém, a raça que seria descendente de híbridos de anjos e demônios; no novo jogo, não temos mais esse background. Porém, o plot do “escolhido” continua conosco a partir de uma interação com Lilith.

Acontece que nosso personagem, independente da escolha de classe, se vê em uma situação de traição na qual é tocado pelo sangue em formato de pétalas da própria Lilith, a vilã que dá cara ao jogo. Por conta disso, passamos a compartilhar visões e memórias da vilã, o que nos coloca na rota direta para impedi-la de destruir o mundo.

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Do pouco que consegui ver da história, o que pode impedir Diablo IV de ter um enredo genérico e bem dentro da fórmula dos games anteriores é justamente a sua vilã principal. Ela é muito mais impactante do que Asmodeus ou até o Mephisto dos games anteriores. E digo isso não só visualmente, como também em suas motivações e filosofia. Ela é quase que a personificação da corrupção, fazendo com que os próprios humanos escolham o caminho dela por conta própria.

Essa mudança significativa na persona do vilão principal do jogo combina bastante com a atmosfera constru´ida na aventura, muito mais sombria e gótica que a do jogo anterior. Além de termos várias rotas de missões a serem completadas na ordem que preferirmos, mesmo que no fim acabe não tendo muita diferença para a história.

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O clima sombrio voltou

Um detalhe muito marcante que observei em Diablo IV se comparado ao seu antecessor é o seu apelo estético. Este está muito mais em acordo com o que eram os primeiros games de Diablo do que o que foi a estética de Diablo III. Acontece que isso foi inclusive alvo de muitas críticas e polêmicas durante a vida útil do terceiro jogo da franquia. Muitos jogadores o acusaram de ser “colorido demais”.

Por muitos anos a própria Blizzard fez chacota e piadinhas com as críticas dos jogadores, mas no fim parece que ela levou essas críticas em consideração na hora de desenvolver Diablo IV. Na real, este game parece muito mais uma continuação de Diablo II do que o jogo de 2012. E isso é observado tanto no clima da sua narrativa como na estética presente durante a jogatina.

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Retornam as masmorras claustrofóbicas e escuras de Diablo II, com pouca variedade de cores ao mesmo tempo que as criaturas e ambientes são muito mais tenebrosos e graficamente violentos. Como o jogo possui um ciclo de dia e noite, até os ambientes mais abertos se tornam claustrofóbicos durante a noite, com o campo de visão do seu personagem se tornando mais limitado.

Essa escolha estética veio muito bem a calhar para o game. Mas nem de longe prejudicou sua beleza, uma vez que visualmente o jogo enche os olhos com detalhes de luz e sombras, efeitos de física incríveis e ótimos jogos de câmera. Não dá pra negar por aqui que o pessoal fez o dever de casa para observar o que outros games de Action RPG tem feito nos últimos dez anos.

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Bebendo de outras fontes

Diablo IV consegue fazer algo incrível para a franquia: ao mesmo tempo que retorna às origens em vários aspectos, ele também atualiza alguns conceitos de forma excelente, pegando o que teve de melhor na concorrência nos últimos anos. Não dá pra gente falar de Diablo IV após esse beta sem citar, por exemplo, Path of Exile e Lost Ark.

A começar pela própria decisão de tornar Diablo finalmente um MMORPG. Afinal, ambos os games citados são desse gênero e se deram muito bem no vácuo que a franquia Diablo deixou por décadas nesse aspecto. De Path of Exiles temos árvores de habilidades melhor distribuídas, além de aspectos da exploração de mapa instanciado que impedem que o aspecto online cause uma poluição visual em tela.

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As árvores de habilidades permitem muito mais personalização em Diablo IV.

Já de Lost Ark, vemos claramente uma inspiração estética, uma vez que o trabalho de câmera serve para auxiliar a narrativa bem como a mudança de perspectiva diversas vezes aumenta a imersão. Falar dessas semelhanças que Diablo IV possui com dois dos titãs do action RPG da atualidade nem de longe é um desmerecimento para a franquia da Blizzard.

Muito pelo contrário na verdade, pois até o momento que pude jogar, deu pra ver que os desenvolvedores conseguiram abarcar conceitos novos como montarias, estéticas, mecânicas de progressão e apelo visual de forma a agregar ainda mais à experiência de Diablo, mas sem perder sua identidade própria. Ponto que foi muito criticado em Diablo Immortals, que acabou por se tornar algo esvaziado da franquia, virando um RPG genérico.

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As mudanças de ângulo nas câmeras do jogo estão incríveis!

Diablo IV como um MMO

Agora que já esmiuçamos minimamente os pontos principais da jogatina, precisamos falar sobre o elefante branco que está na sala: afinal, Diablo IV funciona bem como um MMORPG? A resposta é sim e não. Antes de mais nada, sim, o game aparentemente promete bastante enquanto um MMO. Existem eventos espalhados pelos mapas para serem feitos de forma orgânica, além de bosses impossíveis de serem vencidos sozinho.

Além disso, é prometido que o game funcione de forma integrada entre todas as plataformas permitindo jogadores do PC e consoles a compartilharem experiências. É possível criar clãs para conteúdo PVP e PVE, além também de zonas específicas do mapa nas quais o PVP pode rolar solto, para a felicidade dos amantes das disputas. Inclusive, a Blizzard promete toda uma gama de atualizações periódicas e novos conteúdos para o game ao longo dos anos.

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Você pode encontrar outros jogadores no mundo aberto do jogo.

Entretanto, é importante dizer que não foram só as qualidades dos jogos online que vieram para Diablo IV. Pois é quase impossível fugir de alguns dos seus defeitos. Entre os principais está as filas para entrar no jogo e os problemas de conexão enquanto você está jogando. No início do Beta enfrentei filas de incríveis 85 minutos para começar a jogar. E por diversas vezes fui desconectado por erros de conexão.

Como falei quando citei a ausência do Druida e Necromancer no teste, é um pouco procupante imaginar que já tivemos problemas desse tipo no acesso antecipado (que possui um público reduzido) e sem as duas classes mais espalhafatosas do game. Com o que eu joguei, não tenho muita confiança de que Diablo IV estará jogável sem problemas em seu lançamento, o que pode ser um golpe pesado em sua popularidade inicial.

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Promessas promissoras

Por fim, o saldo de Diablo IV é bastante positivo. Principalmente para os amantes dos jogos clássicos da franquia e para aqueles que há muito sonhavam com um MMORPG de Diablo. Mas claro que mudanças tão drásticas em relação ao terceiro jogo da franquia pode desagradar parte do público que começou a amar a franquia justamente pelo Diablo III. Por isso, mantenha seu hype controlado, aventureiro.

Diablo IV tem lançamento previsto para 6 de junho de 2023 e estará disponível para PC (via Battle.net), PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series.

Entre os dias 24 e 27 de março ocorrerá o beta aberto do game. O jogo será completamente localizado em português brasileiro em seu lançamento, porém no beta encontra-se somente com textos em português.

Gilson Peres

Gilson Peres é Psicólogo, Mestre em Comunicação e aqui no Arkade fala principalmente sobre Realidade Virtual, jogos de PC e novas tecnologias desde 2019.

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