Análise Arkade: Batendo e correndo em Party Hard

26 de novembro de 2015

Análise Arkade: Batendo e correndo em Party Hard

Coloque a sua mascára, pegue sua faca e faça os seus planos. A festa vai começar e o massacre vem logo em seguida. Será que você consegue enfrentar Party Hard?

Uma mistura de estratégia com ação, Party Hard é o novo game que envolve um assassino, vários adolescentes e uma noite que ninguém vai esquecer. Que tal conferir esta festa frenética conosco?

Um homem que quer dormir
Análise Arkade: Batendo e correndo em Party Hard

A história de Party Hard é familiar para qualquer um que mora perto de uma casa de festas ou uma república: são três horas da manhã e um homem quer dormir. Só que este homem decide tomar conta do problema com suas próprias mãos. Ele pega uma faca e vai de festa a festa, pronto para acabar com todos os malditos adolescentes que acabaram com sua boa noite de sono.

O resultado desse massacre é contado por nós pelo detetive West, que está sendo interrogado por uma outra figura misteriosa. A interpretação exagerada e as cenas estilizadas dão um ar de filme dos anos 90 para Party Hard, o que ajuda a tornar a experiência mais engraçada e aceitável, afinal, como justificar a morte de centenas de adolescentes sem com o humor mórbido de um bom thriller? Como um todo, a história pode ser facilmente ignorada, pois a verdadeira atração dessa festa são as mecânicas do jogo.

Olha a faca!

Análise Arkade: Batendo e correndo em Party Hard

Cada level do jogo é uma festa repleta de variados adolescentes. Pode ser uma casa, um clube, um iate ou um show. Como jogador, você tem uma visão privilegiada: a casa inteira é desenhada em um estilo similar aos livros de Onde Está Wally. Por exemplo, consegue achar o personagem principal na foto acima? (P.S: ele é o cara no canto direito superior perto do fogo)

Seu objetivo é, óbvio, matar todos os adolescentes. Você pode usar o método mais simples: chegar perto deles e esfaqueá-los com um rápido movimento. É simples, mas muito sangrento e atraí facilmente a atenção dos outros adolescentes na festa. Se eles virem você matando ou te suspeitarem de algo nefasto, eles chamam a polícia, e aí ou você vai preso, ou você consegue fugir deles rapidamente. E sua matança é acompanhada de uma trilha sonora bombástica, cuja repetição acaba ajudando a aumentar a tensão e ação de cada festa.

Para não ser pego, você pode usar armadilhas. Cada nível tem várias, que podem variar entre envenenar as bebidas da festa e lentamente matar alguns adolescentes, tacar fogo na sala e matar todos lá dentro, colocar um fogão ou alto falante para quebrar, ligar um carro e atropelar todos no seu caminho, cortar uma árvore, etc etc. Algumas armadilhas atraem a suspeita dos adolescentes, outras não. Cabe a você usar elas e a sua faca para matar todos na festa e fugir da polícia.

Variedade em crueldade

Os ingredientes de Party Hard são esses: faca, armadilhas, adolescentes. A graça vêm de como o game mantém essas constantes em ação enquanto muda todo o resto. Uma festa pode ter um guarda costas que te persegue, ou um homem que vende itens para você (como bombas de gás ou roupas novas), ou até equipes de SWAT. Cada festa é uma experiência completamente diferente, pedindo muita concentração e planejamento de você.

Não ouso chamar Party Hard de ‘o Dark Souls de jogos de estratégia’, mas não é um apelido incompatível. Toda vez que você abre um level, alguns elementos mudam de lugar ou desaparecem (como armadilhas ou até salas inteiras). Por exemplo, em uma das festas, há uma chance que de uma sala com vários gangsters apareça. Durante a festa, eles vão fazer uma venda que vai ser interrompida pela SWAT. Você pode usar essa distração em forma de SWAT para basicamente limpar o resto da casa e acabar com a festa em cinco segundos.

Dá para acabar com a festa sem se preparar? Dá sim. Você pode usar todas as armadilhas nos primeiros cinco minutos e acabar com uns vinte adolescentes. Mas vinte outros adolescentes vão sobrar, e agora eles vão estar procurando razões para chamar a polícia. Cada escolha é importante no mundo de Party Hard, pois ela pode ajudar você a vencer ou a perder. Muitas vezes eu estava perto de terminar uma festa quando uma pequena escolha errada atraiu a polícia na minha direção e me fez começar tudo de novo.

Ou seja, este game anda aquele perigoso caminho entre ‘difícil’ e ‘frustrante’. Enquanto há momentos que entraram no lado da frustração, como a falta de explicação sobre o funcionamento das partes mais complexas do game ou o fato de que um erro no começo da festa pode significar 15 minutos esperando um adolescente sair de uma sala no final da festa, o game sempre deixa muito claro que parar, pensar e analisar as suas escolhas é uma opção. Os erros se tornam chances para aprendizado em vez de punições irritantes

Sem fim para o mal

Análise Arkade: Batendo e correndo em Party Hard

Uma das melhores partes de Party Hard é o constante suporte da desenvolvedora Pinoki Games. Patches são lançados quase toda a semana, sempre arrumando quaisquer bugs que os jogadores acharem. Além de patches, há também novas festas e modos de jogar sendo lançados frequentemente (uma expansão lançada em Outubro adicionou sete novas festas, cada uma com vários estilos alternativos), e os desenvolvedores já prometeram um criador de fases para que os jogadores liberem o monstro anti-adolescente dentro deles.

Com essa promessa de novas fases e o nível ilimitado de modos como cada adolescente pode ser morto, Party Hard é um dos raros games ‘infinitos’, daqueles que dependem só da criatividade e capacidade intelectual dos jogadores. A mistura da ultra-violência, trilha sonora retumbante, combinações intermináveis e gameplay viciante resultaram em uma festa que você não vai querer abandonar… só dentro de um caixão.

Party Hard foi produzido pela Pinoki Games e distribuído pela tinyBuild. O game foi lançado no dia 25 de Agosto para PC e esta disponível no Steam.

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