Arkade Series: Westworld promete uma série profunda e grandiosa. Já assistimos o primeiro episódio.
A HBO sabe que muita gente ficará órfã de Game of Thrones ao fim de sua história, e já ofereceu em busca de um sucessor. Independente de temas e ambientes, o que a emissora quer oferecer ao seu espectador é algo grande, complexo e tão — ou mais — ousado do que as batalhas violentas, de seu antecessor premiado e querido.
E a sua nova arma se chama Westworld. Adaptado de um filme homônimo, de 1973, a série ganhou uma releitura assinada pela ambição de Jonathan Nolan e Lisa Joy, em que conceitos como a consciência, erros que poderiam ser anulados e os desejos humanos são avaliados em uma série que aparenta não ter muita pressa de ir contando a sua história, que se demonstrou positivamente complexa, exigindo o máximo de atenção do espectador para entender todos os detalhes.
A convite da HBO, pudemos assistir ao primeiro episódio do seriado e de cara, já impressionou. A sua ambição em tratar de elementos tão sensíveis andam de mãos dadas com uma boa história, que gastou a sua uma hora de duração para apresentar seus conceitos. Claro que os personagens são apresentados, mas em um primeiro momento, a intenção é a de nos apresentar os ambientes os quais teremos os episódios, a razão da mistura de sci-fi com faroeste, e já deixa claro que os episódios serão carregados de muito suspense e pontas abertas, todas propositais e apresentadas de forma inteligente. A série conta com atuação brasileira: Rodrigo Santoro participa do show, que também conta com Anthony Hopkins, Ed Harris, Evan Rachel Wood, James Marsden, Thandie Newton e Jeffrey Wright no elenco.
Westworld é bizarro, é esquisito, e é um mundo que ao mesmo tempo pode ser tão distante, ou tão perto de cada um de nós. As questões sobre “seguir um roteiro na vida” sem questionar nos faz lembrar de O Show de Truman. Os elementos de uma Abstergo, de Assassin’s Creed, também se fazem presente, nos levando a pensar até que ponto o entretenimento é apenas entretenimento. E também podemos perceber alguns questionamentos semelhantes aos levantados por Matrix. Assistindo ao episódio, também lembrei muito de Metal Gear Solid 2, especificamente na missão de Raiden e as IAs dos Patriots.
Porém, nenhuma destas obras mencionadas significa que estamos vendo uma simplória costura de referências e inspirações, apenas expõe que iremos acompanhar um seriado que oferece várias questões e elementos de uma maneira tão profunda que raramente é vista no raso mundo do entretenimento, tão acostumado a oferecer histórias fáceis de digerir, focadas apenas na ação e efeitos especiais.
Sim, os cuidados da dupla Nolan/Joy trazem também um episódio bem dirigido (e escrito), com uma excelente fotografia western e refinamento nas falas e situações. Mas ao invés dos efeitos, qualidade visual e as questões sonoras, o que chama atenção neste primeiro episódio é a ambição e vontade de grandeza. Westworld não quer ser “mais uma série”, ela quer assumir o lugar de Game of Thrones e, mesmo com um ambiente e proposta diferente, segue o padrão de qualidade da HBO. Em comum, podemos dizer que ambas as séries existem apenas para serem as melhores, porém pelo que assistimos, estamos vendo algo ainda mais ousado e que, embora seja feita para um outro público, tem tudo para agradar os fãs da série atual da emissora, que entra em sua última temporada.
Westworld estreia dia 2 de outubro, na HBO. Para a estreia, a emissora irá liberar o sinal nos dias 1 e 2 deste mês, para que todos possam conferir o programa, que será exibido às 23 horas.