Análise Arkade: Skylar & Plux: Adventure on Clover Island é um retorno aos tempos do PS1
Parece que estamos voltando no tempo! Depois de muitos jogos pixelados que faziam alusão aos jogos dos 8 e 16 bits, parece que os 32 e 64 bits agora são a nova onda! Poucas semanas após o lançamento do ótimo Yooka-Laylee, eis que uma novo game no estilo surge: conheça agora o carismático Skylar & Plux: Adventure on Clover Island!
Uma gata, um pássaro e uma manopla falante
A protagonista do game é a determinada (e muda) Skylar, uma gata humanoide que estava passando por maus bocados nas mãos do terrível computador do mal CRT, que planejava transformá-la em uma arma letal. Obviamente, ela consegue escapar antes que a experiência esteja completa, mas leva consigo Bob, uma manopla cibernética falante (?!) que acabará sendo de grande ajuda em suas aventuras.
Ao escapar por pouco da estação espacial de CRT, ela embarca em uma cápsula de fuga que acaba caindo em Clover Island. Coincidentemente (ou não) o local estava sendo devastado pelo robô malvado, que planeja acabar com as belezas do local para construir uma fortaleza. Felizmente, o corajoso pássaro Plux cruza o caminho de Skylar, e seus conhecimentos sobre a região serão essenciais para guiar Skylar através das planícies, desertos e montanhas da ilha.
Assim, este trio improvável de heróis irá unir forças para combater os minions de CRT que estão tomando conta da ilha e aprisionando os simpáticos Loah, tudo isso enquanto reúnem as células de energia de uma enorme geringonça que pode ajudá-los. Confira abaixo os primeiros quase 18 minutos de gameplay que introduzem a trama, os heróis e o básico do gameplay:
Plataforma old school
Se é um jogo de plataforma 3D old school que você procura, Skylar & Plux: Adventure on Clover Island tem tudo para te agradar: sua jogabilidade é simples e intuitiva, e ele lembra muitos os primeiros jogos da série Crash Bandicoot. Temos até mesmo um ataque “redemoinho” para se livrar dos inimigos, e há muitas caixas de madeira para quebrar, plataformas móveis, lasers, elevadores… enfim, tudo o que um bom jogo “de antigamente” tinha.
Clover Island se divide em uma área central que serve de hub, dando acesso às 3 regiões vizinhas que, na prática, são as fases do game: uma alta montanha gélida, um deserto com templos em ruínas e uma enorme fábrica cheia de esteiras rolantes e poços de lava — local já dominado por CRT.
O gameplay destas 3 áreas se resume ao básico — seguir em frente, pulando em plataformas, derrotando inimigos e tentando não cair em abismos e armadilhas. Também existem Loahs engaiolados que devem ser salvos, muitos escondidos em lugares bem mirabolantes (fique atento ao choro deles, é a melhor pista para saber se há um bichinho preso por perto).
Além deste “básico”, porém, estão os upgrades que Skylar recebe. Cada área reserva uma nova habilidade para ela, de jetpacks e ímãs gigantes até uma orbe que permite controlar o tempo. O bacana é que cada acessório chega acompanhado de uma leva de puzzles e desafios específicos para testar as habilidades do jogador com as novidades.
Veja abaixo um exemplo de como a orbe de controle do tempo torna-se fundamental para prosseguir através de insanas plataformas giratórias:
No geral o gameplay é simples, mas responsivo e funcional. Este é aquele tipo de jogo que flui tranquilamente, com poucas chances de alguém acabar “travado” em algum ponto. Ao contrário de jogos como Yokaa-Laylee e Banjo-Kazooie, nosso sidekick Plux não é controlável nem possui qualquer tipo de habilidade útil: sua missão é basicamente ser o alívio cômico e “a voz” da dupla, uma vez que Skylar não fala. Também por isso, acho que o jogo é mais parecido com Crash Bandicoot do que com Banjo-Kazooie.
Audiovisual
Este é mais um ponto que remete direto aos jogos do final dos anos 90/início dos anos 2000: colorido e cartunesco, Skylar & Plux: Adventure on Clover Island não tenta ser um primor técnico, mas entrega um arroz com feijão bem feitinho.
Seu mundinho é pequeno e coeso, mas cada um dos ambientes principais é bem distinto dos demais. A história é desenvolvida através de cenas parcialmente estáticas com cara de história em quadrinhos, e, durante o gameplay, detalhes como o sol refletido na água e a profundidade de campo que podemos ver de lugares altos enriquecem o visual. O que joga contra é a falta de variedade de inimigos: existem basicamente 3 tipos, e você vai encontrar só eles por todo o jogo.
O jogo tem apenas 3 ou 4 vozes, mas todas são expressivas e condizentes com os personagens. Volta e meia estamos ouvindo os planos e lamentações do vilão junto a seu assistente, e algumas conversas que rolam entre os dois são bem engraçadas. A trilha sonora é daquele tipo que não se destaca, nem atrapalha, mas cumpre seu papel. Ah, e infelizmente, o jogo não foi localizado: menus e legendas, está tudo em inglês.
Conclusão
Skylar & Plux: Adventure on Clover Island é uma aventura nostálgica que sem dúvida vai deixar um sorriso no rosto de quem passou horas na frente da TV jogando Crash Bandicoot, Spyro the Dragon e outros jogos de plataforma 3D coloridos e simpáticos.
Ele é bem menor e menos ambicioso — jogando sem pressa, levei pouco mais de 3 horas para terminá-lo –, e isso obviamente tem a ver com o fato de ser um jogo indie, produzido por uma equipe reduzida. Apesar disso, ele se mantém interessante do começo ao fim, incorporando novas mecânicas ao gameplay com muita competência. É aquele tipo de jogo que dá para terminar “de uma sentada”, e as poucas horas que ele dura sem dúvida são nostálgicas e divertidas.
Skylar & Plux: Adventure on Clover Island está sendo lançado hoje (19/05) para PC, Playstation 4 e Xbox One. Este review foi feito com base em uma cópia de PS4, que recebemos antecipadamente da publisher Grip Digital.