Análise Arkade – Xbox Series S, uma experiência genuína da nova geração
Enfim, a nova geração chegou entre nós. Nunca uma geração foi tão aguardada, e fonte de tantas notícias. Com a rapidez atual, somada a ansiedade das redes sociais, cada detalhe dos novos consoles, assim como qualquer espera de novidades, como preços e datas de lançamento, eram amplamente discutidas em várias redes sociais e grupos Internet afora.
Mas enfim, eles estão aqui e já instalados em algumas casas pelo mundo. Entre eles, uma proposta da Microsoft: que busca unir o que a melhor geração tem de melhor, com um preço mais acessível. É o Xbox Series S, versão mais simples do Xbox Series X, mas nem por isso, uma versão “pior”. Vamos ver juntos, neste review, o que o Xbox Series S tem para oferecer, e ajudar a todos que estão considerando comprar este console.
O Xbox Series S deste review foi comprado pelo revisor, em pré-venda, chegando nos primeiros dias depois do lançamento oficial.
Minimalismo no menor Xbox já feito
Apesar de parecer um “Fall Guys”, como dizem pela Internet, um fogãozinho, ou uma caixa de som, o design do Series S é extremamente prático. Como a própria propaganda da Xbox fala, ele é o “menor Xbox já feito”, e isso significa que ele é realmente compacto. É menor do que os Playstation 2, 3 e 4, além dos próprios consoles da Microsoft. Assim, fica fácil de se colocar em qualquer rack ou estante, diferente dos outros consoles novos, tão grandes.
Possui as mesmas três portas USB de sua geração anterior, uma porta Ethernet, para quem preferir jogar com internet via cabo, a porta para expansão de armazenamento, que falaremos melhor mais para a frente, e a saída HDMI. Sai o conceito de “tudo em um” do Xbox One, mas tudo o que é essencial para uma jogatina confortável vem com o aparelho. Senti falta da saída óptica, pois possuo home theater, mas isso não é nenhum grande problema, bastando a configuração adequada com a saída de som usando os recursos da TV. Mas é importante deixar claro essa ausência, para quem interessar.
A caixa ainda traz manual, guia de acesso rápido, um controle, e um par de pilhas. Sim, o Xbox continua tendo o seu controle alimentado por pilhas, o que ainda é uma solução interessante, a qual falarei também mais tarde, quando falar melhor de seu controle.
Tudo no Series S respira praticidade: desde instalar o console, até a sua configuração. Através do aplicativo de Xbox, a instalação é completamente rápida e fácil. Inclusive, recomendo a todos que compraram o console a já ativar a conta (ou criar, se nunca teve um Xbox antes) para ficar ainda mais rápido a configuração do aparelho. É quase um “ligar e jogar”, que fica ainda mais rápido quando o assunto for ligar o aparelho pronto para jogar.
Ligar e jogar nunca foi tão rápido
Antigamente, no tempo dos cartuchos, jogar videogame era algo muito rápido. Era colocar o cartucho, ligar o console e já “apertar start”. Alguns games, como Super Mario 64, o tempo de ligar o videogame e jogar não era menor do que 30 segundos. Os consoles de CD, e posteriormente, DVD e Blu-Ray, trouxeram uma “novidade” um tanto inconveniente: as telas de Loading. Na geração passada, a complexidade dos games, mesmo com o uso de HDDs, faziam com que muitos jogos tivessem loadings extremamente demorados, alguns passando de um minuto.
Com a nova geração, a promessa era a de loadings extremamente curtos, e o Xbox Series S cumpre a promessa. Partindo do princípio de que o console já está configurado, o sistema fica em stand-by esperando o seu ato de ligar, instantaneamente você está na tela inicial e, escolhendo o jogo, em segundos você está com o jogo ativo. Isso sem falar de um grande aliado dos consoles Xbox: o Quick Resume:
Com o Quick Resume, o console consegue fazer como um “save state” que guarda o ponto do jogo o qual você está jogando, e quando voltar para o game, ele está lá, no ponto exato o qual deixou, sem nem carregar a tela de título. Isso vale tanto para desligar o console, quanto para trocar de jogo. Chega a assustar você pensar em trocar de game, e assim que o acessa, ele te devolve no mesmo ponto de onde parou a jogatina anterior, sem passar pela tela inicial. É um recurso que faz parte do famoso “bom demais para ser verdade”.
Isso também garante loadings mais rápidos. Assassin’s Creed Valhalla, por exemplo, um game já feito para a nova geração, e com o selo “otimizado para Xbox Series X|S“, carrega da tela inicial para o game em cinco segundos. Para efeito de comparação, o mesmo game passa do um minuto de loading no Playstation 4. Os games otimizados para o Xbox Series X|S contam com muita rapidez para carregar, mas mesmo outros games mostram rapidez no carregamento.
Mas tudo isso tem um alto custo, ainda. Com 512GB livres e 364GB disponíveis para o usuário, alguns jogadores pensarão em expandir o sistema. Porém os cartões de 1TB, feitos junto com a Seagate, são caros. Custam, em dólares, US$ 219,99. Quase que o preço do próprio console, US$ 299,00. Ainda assim, há boas notícias. A primeira é a de que o download dos games atendem apenas a demanda do console, sendo mais compactos e, assim, dando espaço razoável para armazenar alguns games.
Além disso, dá pra transferir os games, em caráter de backup, para um HD externo. Com muita facilidade de transferência e rapidez no processo, é uma boa solução para quem não vai querer baixar jogos a todo momento. 364GB de fato não é o maior dos espaços, mas é suficiente para ter alguns games preferidos para ter à disposição. O sofrimento maior, seria com alguns games de Xbox One, que passam dos 100GB, como Quantum Break, Forza 7, ou Red Dead Redemption 2. Mas, para a grande maioria, o tamanho, apesar de pouco, é suficiente para uma boa biblioteca instalada.
As evoluções de um excelente controle
É fato que os controles de Xbox sempre foram extremamente competente. Se não possuem novidades como outros sistemas, eles sempre foram de ótima qualidade e são aliados de quem curte jogar videogame por horas. O controle que acompanha o Xbox Series S vem com um novo botão Exibir, que tira print automaticamente da tela, e em um outro recurso novo muito bacana, manda o print diretamente para o seu celular, através do aplicativo Xbox.
Os gatilhos, com textura, deixam games como FPS e corrida ainda mais precisos. E os botões superiores, RB e LB, também estão com cliques mais precisos. Seus analógicos nunca estiveram melhores, e seu novo direcional é um ótimo amigo para jogos de luta. Como ele é híbrido, fica mais fácil fazer combinações nele, além de ser de fácil acesso para games que o usam como suporte.
E como disse, ele ainda é a pilhas. O que eu acho uma saída muito boa. Pois permite que o seu proprietário possa escolher qual a melhor opção, além de deixá-lo longe de cabos, para jogar recarregando. É possível colocar bateria, além de usar pilhas recarregáveis, o que amplia as possibilidades de gameplay. Um par de pilhas alcalinas foram o suficiente para uma semana de jogo, com um dia de aviso para o final delas, usadas até seu esgotamento total. O uso foi alternando entre apenas o controle, e o controle mais um headset, para jogatinas noturnas.
Além de que, se por um acaso as pilhas ou bateria recarregável dar algum problema, é abrir a porta e colocar uma bateria nova. Sem precisar ver tutorial na Internet e arriscar abrir você mesmo, ou levar para assistência, ou ainda, ter que comprar um novo controle. A oferta de opções é sempre bem vinda, e na família Xbox, elas continuam.
As limitações inteligentes do Series S
Quando a Microsoft anunciou o Series S, muito se pensou sobre os planos da Microsoft com o console. E em como seria seu hardware. A boa notícia, ao usar o Series S, é que você percebe que as limitações da Microsoft foram inteligentes. Afinal, mesmo em um console com proposta mais limitada, tudo o que a nova geração tem de melhor acompanha o pequeno videogame.
Suas especificações são de nova geração, com CPU Zen 2 personalizada de 8X Cores @ 3,6 GHz (3,4 GHz com SMT) e GPU RDNA 2 personalizado de 4 TFLOPS, 20 CUs @1.565 GHz. Isso garante uma resolução de até 1440p com até 120FPS. Seu som conta com tecnologias: L-PCM, até 7.1, Dolby Digital 5.1, DTS 5.1 e Dolby TrueHD com Atmos. Ou seja, tudo da nova geração, mas com diminuições para deixá-lo mais acessível.
O que se mostra uma ótima saída. E por uma razão simples: assim, a Microsoft conseguiu, ao menos no exterior, lançar um aparelho de nova geração, pelo menos preço da atual. E existe um público para esse console: o que quer ter os jogos atuais à disposição, mas não se importa tanto com o extremo em configuração. Sim, há pessoas que não se importam em não jogar em 4K (muitos ainda nem possuem TV com essa resolução), e nem querem gastar tanto com um console. Para estes, o Series S vai além das suas expectativas.
Além disso, é uma ótima porta de entrada para o universo Xbox. Pois o dono do console já terá acesso a todas as gerações do console. De uma maneira mais limitada, em comparação ao Series X, pois o console não tem leitor de disco, e se limita ao que é oferecido na loja online e seus jogos digitais. Ainda assim, é possível jogar, além das novidades, todos os games Gears of War, Halo, e ainda alguns clássicos como Panzer Dragoon Orta ou Black, do primeiro Xbox, além de muitos games do Xbox 360, muitos deles com boas melhorias de desempenho.
Desempenho de nova geração
A rapidez do sistema operacional é excelente. Acessar games, administrar o aparelho ou acessar a loja do console é sinônimo de rapidez e praticidade. O sistema operacional segue o formato do Xbox One, que mostra que a Microsoft está totalmente confortável com a sua geração anterior, não se preocupando em trazer grandes novidades neste sentido para a sua nova geração. O menu inicial segue prático e intuitivo.
Algumas novidades incluem as já mencionadas configuração via celular e prints que vão direto para o seu smartphone. De fato, o celular tem função vital para um bom uso dos games, servindo, além disso, para jogar seu videogame de maneira remota, se você quiser, ou acessar seus games, incluindo os do Game Pass, que contam com aplicativo próprio.
Os games em si, também agradam. Sejam os novos games, como os jogos otimizados para a nova geração, jogos de Xbox One, ou os de gerações anteriores, todos rodam de maneira satisfatória. Com direito a print de jogos antigos, ou mesmo a gravação de partes do jogo. Para demonstrar, trouxe um vídeo com games de diversas gerações sendo executados no Series S.
Tem Assassin’s Creed original, tem Black, tem Forza Horizon 4, Gears 5 e mais games, dá só uma olhada:
Menos é mais em uma genuína experiência da nova geração
O que é fácil de perceber na nova geração de Xbox é que a Microsoft não trata a sua nova geração como sucessora, e sim como uma evolução de sua família. Tanto é que Xbox One e Xbox One X, consoles antecessores, seguirão recebendo suporte por um bom tempo, não sendo considerados defasados tão rápido, como a indústria costuma fazer. Assim, o Xbox One S é a solução mais acessível para o mundo Xbox hoje, enquanto o Series S é a solução que traz o meio termo: com ele você tem o melhor da nova geração, mas com as limitações que rende seu preço.
É comum dizer que o Xbox Series S é mais limitado em comparação com o Series X. Mas sendo muito sincero, seu consumidor não está preocupado com isso. Há, fora da nossa “bolha gamer”, pessoas que não tem o menor interesse em qualidade extrema. Estas pessoas não consomem notícias com regularidade, não tem conhecimento extremo do mundo dos games, seus jogos e sistemas, mas ainda assim, jogam. São pessoas que querem apenas chegar em casa e curtir seus jogos em um momento de entretenimento.
Ou há quem se interessa pelo mundo dos games de maneira mais profunda, mas não tem o interesse de gastar muito dinheiro com videogame. Para estes, os 1440p são mais do que suficientes para curtir os jogos, uma vez que, em suas configurações, o “modo desempenho” estará sempre ativo, trazendo tanto um jogo com qualidade, quanto os bons recursos da nova geração Xbox, como o Quick Resume e o Smart Delivery.
Além disso, não podemos esquecer do Game Pass mais o EA Play, que se uniram no início de novembro. O dono do console, mesmo que seja novato no mundo Xbox, tem acesso a centenas de games assim que abre o console e decide ser um assinante do serviço. O que faz do Series S como a melhor opção de custo-benefício da nova geração. Ainda mais no Brasil, um país que insiste, seja por política, por fabricante, cadeias de lojas ou por abusos de alguns vendedores em sites de markeplace, fazer os videogames serem tão caros.
Lembrando, também, que o fator jogo exclusivo não faz efeito para quem considera ter um Xbox. Ou faz, se seu interesse for maior por Gears, Halo, ou Forza. É um tanto estranho comentar sobre “jogos exclusivos” como fator decisivo de compra, como algo absoluto, se neste ponto, é o gosto que conta. Se o interessado em ter Xbox não liga para exclusivos de outras fabricantes, pra quê ele consideraria ter outro videogame? Exclusividades são sim armas de atração das fabricantes, mas jamais devem ser itens absolutos para definir se um console vale a pena ou não ser comprado.
Se você não se importa com 4K, desempenho extremo, e não liga em ter centenas de games instalados no console, mas quer uma experiência de nova geração, o Xbox Series S é a escolha ideal. Por menos, você tem uma genuína experiência de nova geração, que é mais do que o esperado.