Editorial: GameXP 2018 apresenta o atual momento do videogame para o grande público
Apesar de ser um evento gamer, a GameXP recebeu um público bem amplo. Diferente de eventos com um público fiel aos videogames, ou torneios de eSport com torcida e fãs, o evento carioca, que nasceu dentro do Rock in Rio, tinha em suas arenas e áreas externas um público que mais lembrava os que frequentam parque de diversões, do que um evento de jogos.
É claro que haviam gamers. Cosplayers, pessoas com camisetas de seus jogos preferidos e uma arena Gameplay sempre lotada provam isso. Mas, em sua maioria, famílias eram vistas andando pelos corredores. Na arena de eSports, não era raro ouvir coisas como “olha filho, este é aquele joguinho de tiro que tem campeonato, legal né?”.
Games e experiência para os visitantes
E isso é excelente. Com seu formato de “parque gamer”, com diversas atrações, que incluem a mesma roda gigante do Rock in Rio, atrações como a pista real para brincar de Crash Team Racing, ou a área de brincadeiras da NBA, o evento foi convidativo até para aqueles que não jogam regularmente. Assim, a GameXP se transformou em um ótimo cartão de visitas para um público que conhece os videogames, mas não ainda de forma profunda.
Junto a estas brincadeiras, haviam jogos a serem conhecidos. Era a chance de ver PUBG rodando em sua excelência em 4K em um Xbox One X. Jogar Assassin’s Creed Odyssey antes do lançamento. Conhecer em primeira mão o novo jogo da Turma da Mônica. Ou ainda curtir o recém lançado Spider-Man, com direito a chance de escalar um prédio de verdade, para se sentir “realmente” como o amigão da vizinhança.
A presença de Mario Kart 8 para Nintendo Switch, assim como máquinas de arcade, e desafios de PES também foram muito bem vindos. Não havia tantos games que ainda não foram lançados, ou revelações inéditas, porém as filas para jogar todos os games disponíveis mostram o interesse do público, seja para conhecer as novidades, ou mesmo para ter algum contato com o videogame em si.
O eSport sendo apresentado ao grande público
E, quanto ao eSport, a situação é ainda melhor. Como a Oi Arena estava dentro das possibilidades do ingresso, bastava ir até lá, esperar na fila e curtir. Os torneios de CS:GO, Rainbow 6 Siege, Injustice 2 e Just Dance estavam todos lá. Assim como os que regularmente acontecem mundo afora. Mas aqui, como uma espécie de “amostra grátis”, permitia que este mesmo público, que não tem ideia do que são os jogos e equipes que fazem partes deste cenário, experimentar a experiência.
Assim, era possível curtir o clima da arquibancada, escolher um time e aproveitar o momento. A própria organização, percebendo isso, tratou de fazer suas transmissões de forma mais didática. Apresentando o game, as regras do competitivo e explicando os movimentos dos jogos. Com certeza, muitos ali conheceram e saíram fãs das meninas da Optic, da Black Dragons, ou da FaZe Clan.
Ao contrário do que muito gamer pensa, o videogame precisa ser inclusivo. As comunidades estão aí para que gostos e preferências tenham seus grupos específicos. Mas, pensando em mercado, quanto mais pessoas jogarem, mais investimentos, mais estúdios, e mais games. Apenas cabe a nós escolher o que gostamos (pois dá pra não curtir Battle Royale e entender que este gênero é sucesso). E respeitar os demais gêneros de games. E de jogadores também.
Os videogames não estão “crescendo”. Se compararmos com dez anos atrás, a indústria já teve esse crescimento, e este universo evoluiu muito. Por isso, eventos como a GameXP, que trazem o mundo do videogame de maneira mais acessível a um grande público. O formato, que fez sucesso ano passado no Rock in Rio, evoluiu neste ano. Assim, creio que, com observações e análises, as próximas edições do evento possam continuar esta missão. Apresentando, assim, este universo que gostamos tanto, para mais pessoas.