Testamos – A potência do New Ford Fiesta e a tecnologia do SYNC 3

2 de abril de 2018

Testamos - A potência do New Ford Fiesta e a tecnologia do SYNC 3

Quando a gente era criança, ficávamos bobos vendo seriados como o Super Máquina, ou desenhos como o Pole Position, em que carros inteligentes faziam várias coisas, como se transformar em uma nave ou em um barco, além de conversar com seus passageiros. É claro que muito dessa ficção é apenas aventuras da nossa imaginação, porém é fato também de que os carros estão ficando cada vez mais inteligentes e trazendo com isso, segurança e praticidade para o nosso dia a dia, que acontece cada vez mais dentro de um automóvel.

E, para acompanhar o andar — e o correr — dos recursos de tecnologia dos automóveis atuais, pude conferir de perto o New Fiesta SEL 1.6, gentilmente cedido pela Ford, para que pudesse conhecer de maneira direta os seus recursos tecnológicos, o SYNC 3 e, é claro, acelerar — dentro dos limites da lei de trânsito — com o nosso amigo, que tem 1.6 Sigma TiVCT e conta com 128 cavalos o empurrando pelas ruas e estradas país afora.

Seja para fins de conforto, como a conexão com o smartphone, que permite mensagens diretas ao WhatsApp ou um telefonema, para recursos de segurança, como o telefonema de emergência que ele pode fazer, ou mesmo para fins de apoio na direção, como um sistema que auxilia a partida em rampa, de uma maneira geral, é bem interessante você ver o quanto um carro pode evoluir. Aqui iremos conversar sobre o carro em si, o que inclui o seu design, seus aspectos de direção e desempenho na pista, além de falar bastante sobre o SYNC, elemento que, apesar de estar já há dez anos no mercado e ter evoluído bastante desde sua primeira aparição, está cada vez mais nos carros mais novos e faz muita diferença no nosso dia a dia.

Um discreto mas útil banho de loja

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Com a pressão de seus concorrentes, a Ford precisava preparar algo que chamasse atenção para o seu Fiesta, e a escolha foi exatamente o design. O carro não traz mudanças drásticas em seu desenho, mas uma interessante atualização incluiu um novo para-choque, mais agressivo e esportivo, com grade inspirada levemente no novo Ford GT, além de contornos mais nervosos.

Por dentro, nada de muito diferente, em comparação aos Fiestas de anos interiores, mas o SYNC 3, do qual falaremos melhor mais tarde, é uma adição bem vinda, em um espaço prático, posicionado na parte de cima do painel de comandos, deixando um espaço abaixo para o tocador de CDs, o controle de ar condicionado e o câmbio. Duas portas USB conectam o smartphone e carregam sua bateria, porém senti falta de um espaço específico para acomodar o celular, uma vez que se trata de um carro que promove a conectividade. Não estou falando de um local para substituir a tela do SYNC, mas sim de um compartimento no qual possamos deixá-lo com o cabo USB sem ter medo de esbarrar acidentalmente a conexão.

O Fiesta se apresenta como um dos mais bonitos de sua categoria, aproveitando seus traços para propor esportividade e agressividade para atrair um público específico: jovens que podem comprar um automóvel neste valor (os preços variam entre R$56.690 e R$75.190, na versão Titanium) e que querem um toque a mais de exclusividade e esportividade, mesmo que pouco, comparado aos seus concorrentes.

Bom desempenho e boa direção, na estrada e na rua

Testamos - A potência do New Ford Fiesta e a tecnologia do SYNC 3

Com as novidades, é possível sim dizer que o Fiesta se comporta muito bem na rua. Usei a versão automática do SEL, e os aspectos principais de um carro, que são segurança, facilidades ao dirigir e consumo, se apresentam muito bem por aqui. Falando de segurança, além dos recursos do SYNC 3 e dos airbags e cintos de segurança, recursos práticos, como o controle de tração, e um assistente para saídas em rampa se mostraram muito eficientes, e aliados a direção elétrica que o acompanha, dá mais tranquilidade para dirigir, já que o carro interpreta e ajuda a evitar manobras mais bruscas em diversas situações.

Falando em consumo, o Fiesta oferece boa administração de combustível, seja ele com gasolina, que tem maior autonomia, ou mesmo com o álcool, que “bebe mais” mas entrega em compensação alguns cavalos a mais, úteis na estrada. É bom saber que sua autonomia permite que, com um tanque cheio, seja possível andar bastante, sem exigir tantas visitas ao posto, e mesmo com um motor um pouco mais bravo do que os convencionais 1.0. E, para ajudar um pouquinho mais, um sistema que garante partida a frio sem a necessidade de um reservatório também se faz muito útil.

E, na direção, temos uma das melhores qualidades do carro. Com uma transmissão que dá mais confiabilidade ao carro, direção elétrica de respeito e um motor que é bem competente, foi possível andar com ele na estrada sem grandes dificuldades para acelerar, fazer ultrapassagens, aguentar algumas subidas um tanto íngremes e até sair em arrancada. Tudo isso com um conforto competente, o que mostra que é possível aliar um bom desempenho, design agressivo e conforto.

O SYNC 3 e as melhorias de uma direção inteligente

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Uma das grandes novidades deste novo Fiesta é a inclusão do SYNC 3, já que o sistema estava disponível apenas em carros mais caros da montadora, como o Focus, o Fusion ou o Edge — os modelos de entrada encontram versões anteriores do SYNC. O sistema, apesar de prático, pode assustar os mais inexperientes em um primeiro momento, mas não é nenhum bicho de sete cabeças.

O SYNC 3 permite a sincronização de seus contatos, para realizar e receber chamadas enquanto dirige, tem compatibilidade com o CarPlay da Apple e o Android Car e, um dos itens mais interessantes e importantes do sistema é a ligação automática para o SAMU, em caso de batida violenta, que acionam os airbags e/ou acompanha corte na bomba de combustível. Intuitivo, basta conectar o seu smartphone no automóvel por bluetooth e ir atualizando seus contatos, ativando sua playlist preferida e acompanhar os aplicativos do aparelho, básicos, mas úteis. Um importante modo manobrista bloqueia o acesso às configurações principais do carro e só é desativada por senha.

A coisa fica ainda melhor quando o smartphone é conectado no carro. Usando um iPhone, o CarPlay funcionou de maneira extremamente satisfatória, com os aplicativos compatíveis sendo espelhados na tela. Assim, o WhatsApp fica extremamente funcional com a possibilidade de ouvir e ditar mensagens, o Waze fica bem mais prático de ser utilizado e o Spotify funciona muito bem, seja com músicas previamente baixadas do Premium, ou tocadas via 4G. O mesmo vale pro TuneIn, que acompanha rádios de vários lugares.

Outra coisa a ser observada é a praticidade do uso. Sem um botão “liga e desliga”, o SYNC 3 é ativado com o simples ligar de chaves, e desliga com o carro parado e porta aberta. Ao abrir novamente a porta, o carro segue tocando sua música e retoma as atividades de forma bem rápida. Um porém aqui, além da já citada falta de um local mais amigável para deixar o celular, visto que para utilizar todos os recursos é preciso conectá-lo via USB, está na curva de aprendizado. O sistema é, de fato, intuitivo e fácil de usar, porém um tutorial simples de boas vindas, ou mesmo um modo de ajuda bem posicionado seria importante para quem decidiu adentrar no universo dos carros inteligentes.

De maneira geral, a Ford apresenta ótimos recursos com seu sistema, e ainda conta com um terreno incrível para explorar. Além das funções já apresentadas, elementos que acompanham o nosso dia a dia podem ser estudados, implementados e acompanhados. Como exemplo, posso mencionar pesquisas rápidas em sites de busca, funcionalidades espelhadas em sua tela para motoristas de serviços de carona por aplicativos, como o Cabify ou o Uber, maior cobertura nos relógios inteligentes (no momento apenas smartwatches Gear da Samsung são compatíveis), além da abertura que a empresa já oferece para que desenvolvedores explorem mais e mais o sistema, em busca de novos recursos.

Vale a pena?

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Cada vez mais, o virtual e o real ficam parecidos.

O Novo Fiesta, pelo menos para mim, tem um público específico: pessoas que querem recursos modernos em um carro, mas que não podem, ou não querem, pagar altos valores em carros mais completos. Seus recursos agradam, seu design é agressivo o suficiente para chamar a atenção dos mais jovens, porém ele fica no difícil espaço entre a qualidade e preço. No fim, temos um carro que custa mais do que poderia, mas que oferece conforto e qualidade que servem de justificativa para o seu valor.

Mas, este público específico acima mencionado, vai curtir bastante o carro. O SYNC 3, ainda pode ser melhorado, atualizado, e oferecer em breve novos e melhores recursos. O seu desempenho agrada e no fim, teremos carros cada vez mais conectados fazendo o nosso dia mais prático.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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