Análise Arkade: Gelly Break Deluxe é divertido tanto sozinho quanto cooperativamente

28 de agosto de 2021
Análise Arkade: Gelly Break Deluxe é divertido tanto sozinho quanto cooperativamente

Se tem uma coisa que eu gosto de experimentar são jogos cooperativos. Tem aqueles bons para jogar com a namorada, ou em grupo, com os amigos. E agora tem Gelly Break Deluxe, um jogo que pode parecer qualquer coisa em uma primeira olhada, mas surpreende por oferecer experiências bem diferentes se jogado sozinho ou em coop!

Gosminhas heroicas

Gelly Break Deluxe tem uma premissa super simples e clichê: um vilão malvado — Blob — invadiu o planeta das gosminhas protagonistas — Gel e Lee. Eles, então, decidem unir forças para frustrar os planos do malfeitor. E é isso, basicamente.

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Essa simplicidade é bem típica dos jogos dos anos 90, na linha daqueles vilões que sequestravam princesas ou aprisionavam animaizinhos inocentes em robôs. Gelly Break Deluxe não tem, nem de longe, o mesmo carisma de Mario ou Sonic, mas meio segue essa mesma base — ação sem firulas.

Brincando com as cores

Gelly Break Deluxe é um jogo de plataforma 3D bem direto ao ponto. Seu “diferencial” brinca com uma mecânica de plataformas de cores diferentes. Os personagens devem caminhar/pular nas plataformas de suas respectivas cores.

Uma das gosminhas é amarela, a outra é verde. Se a criaturinha amarela pular sobre uma plataforma verde, não irá ficar sobre ela, mas irá atravessá-la, e vice-versa. Você já deve ter visto algo do tipo em outros jogos.

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A questão é que quase nunca vai haver um caminho para cada personagem, então uma delas vai ter que montar na outra — o que também é a única forma de atacar os inimigos: quando estão “empilhados”, Gel e Lee funcionam como uma espécie de tanque. Para superar os obstáculos de plataformas coloridas, cabe ao jogador “girar” as gosminhas no tempo certo, para que a gosma debaixo esteja da cor correspondente para não cair da plataforma.

Vou deixar um vídeo de gameplay que demonstra bem como isso funciona na prática:

Jogando Gelly Break Deluxe sozinho

No caso deste vídeo, eu estava jogando sozinho. Neste caso, os bichinhos estão o tempo todo montados um no outro — não é possível controlá-los separadamente, então o jogo meio que vira um twin stick shooter: com o analógico esquerdo controlamos o bichinho de baixo (movimento) e com o direito, miramos e atiramos com a geleia de cima.

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Ainda é necessário alternar entre eles para não cair das plataformas de cores opostas, mas como eles estão sempre “grudados”, isso não é necessariamente um problema, e o nível de desafio do game fica sempre bem equilibrado.

Jogando Gelly Break Deluxe em coop

Aqui é onde a coisa muda de figura: em modo cooperativo (apenas local), cada jogador assume o controle de um bichinho, e os dois se movimentam de forma totalmente autônoma um do outro. Um jogador precisa ativamente saltar sobre o outro para que, juntos, eles assumam a postura de “tanque”.

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Feito isso, o jogador que está embaixo controla a movimentação e os pulos, enquanto o de cima cuida do “canhão”. Até aí beleza, não é tão complexo. A questão é que, para acertar o pulo nas plataformas de cores alternadas, ambos precisam apertar o botão de troca ao mesmo tempo, para que as gosminhas troquem de lugar.

Este pequeno twist torna a jogatina cooperativa muito mais desafiadora e acidentada… mas também muito mais divertida. Dá um bocado de trabalho coordenar a ação nos trechos mais complexos — quando precisamos alternar a cor repetidas vezes, durante o pulo — mas quando conseguimos, a sensação de “dever cumprido” é muito mais intensa do que jogando sozinho.

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É um aspecto engraçado deste jogo: geralmente um jogo cooperativo jogado sozinho é meio que a mesma coisa, mas sem o player 2. Aqui não: jogar Gelly Break Deluxe sozinho ou acompanhado rende experiências completamente diferentes — e, felizmente, o jogo é bem legal dos dois jeitos!

Audiovisual

O visual de Gelly Break Deluxe é relativamente simples, mas, enquanto jogava, sofri com um problema curioso: o jogo sempre tinha um aspecto lavado e sem vida, como se um filtro em tons pastel tivesse sido aplicado sobre as imagens. É sem graça demais. Jogos desse tipo merecem cores vibrantes, vivas e saturadas.

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Esse é o visual do jogo no meu PS5

Curiosamente, quando procurei imagens do jogo pela internet, ele parece muito mais vibrante e colorido — é fácil notar a diferença nas imagens que ilustram este artigo. Não entendi se foi um bug específico da versão Playstation 4 (rodando no PS5), mas todas as vezes que rodei o jogo ele ficou com o visual lavado. Vai entender.

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E essa é uma imagem que peguei da internet. Diferente, né?

O departamento sonoro cumpre seu papel, sem necessariamente se destacar. Os personagens falam por meio de barulhinhos, e a trilha sonora está ali, fazendo a sua parte, sem realmente se destacar ou ser marcante.

Conclusão

Gelly Break Deluxe não é um jogo inovador, nem memorável. Porém, o que ele se propõe a fazer, faz muito bem. Se a mecânica de cores e plataformas não é revolucionária, pelo menos a execução foi bem feita, e entrega um bom nível de desafio.

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Então, seja para jogar sozinho ou com algum amigo, o jogo é uma boa pedida para quem curte plataforma 3D sem firulas.

Quando analiso jogos pensados para serem cooperativos — tipo Overcooked, por exemplo — sempre deixo procuro deixar claor que a diversão é afetada quando jogamos sozinho. Aqui, temos uma valorosa exceção: Gelly Break Deluxe é um caso raro de jogo que muda bastante seu tom se jogado sozinho ou cooperativamente, mas, em ambos os casos, consegue ser divertido.

Gelly Break Deluxe está disponível para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch. O game não foi localizado para o nosso idioma, mas, dada a simplicidade do conjunto, isso não é realmente um problema.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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