Análise Arkade: o divertido Sonic Superstars é mais um acerto do Sonic Team!

13 de outubro de 2023
Análise Arkade: o divertido Sonic Superstars é mais um acerto do Sonic Team!

Sonic Superstars só chega na semana que vem, mas nós tivemos acesso antecipado ao game, e podemos te contar, em primeira mão, tudo o que você quer saber sobre o jogo!

Para quem não lembra, Sonic Superstars foi anunciado ali pela metade do ano, prometendo uma experiência 2.5D capaz de agradar “aos fãs recentes e antigos” e trazendo o multiplayer para 4 jogadores como um de seus diferenciais — além de “novas habilidades” que são desbloqueadas conforme coletamos as Esmeraldas do Caos.

Eu sou um grande fã do Sonic desde os tempos do saudoso Mega Drive. Mas, né, justamente por ser fã, sei que a carreira do ouriço é cheia de altos e baixos, o que me faz tentar não “embarcar no trem do hype” sempre que um novo jogo é anunciado.

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Mas, confesso, que essa tela de abertura já me pega demais <3

Verdade que, nos últimos anos, tivemos jogos bons, como o nostálgico Sonic Mania e o esquisito (porém divertido) Sonic Frontiers. E, a boa notícia para você que está lendo isso agora é que, sim, Sonic Superstars é mais um ótimo jogo do personagem, ainda que, na prática, seja bem menos “inovador” do que parecia naquele primeiro trailer.

O Sonic “de sempre”, atualizado

Com isso, quero dizer que, Sonic Superstars até tem algumas novidades, mas elas não estão aqui para transformar a experiência. É um novo jogo do Sonic com visual 2.5D e gameplay 2D, que traz tudo o que um jogo do Sonic “deve” trazer.

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Isso parece bem familiar, né?

A primeira fase muito similar à Green Hill? Tem aqui. Uma fase com a mesma vibe da clássica Casino Night? Tem aqui também. Fase bônus psicodélica reimaginada, que a gente acessa ao a passar por um poste com mais de 50 anéis? Claro que tem aqui.

E, não falo isso como um demérito, muito pelo contrário. É só para ilustrar o quão “familiar” este Sonic Superstars é. Não é um remake, nem um remaster, mas um jogo novo que respeita, ao mesmo tempo em que se inspira e celebra os mais de 30 anos de história do personagem.

Entre um elemento familiar e outro, há novidades interessantes ao longo da campanha. Por exemplo: ainda que, no geral, cada zona possua 2 atos, algumas delas têm um ato extra, que deve ser jogado com um personagem específico. Tipo, há uma fase pensada para o Tails e sua habilidade de voar/planar, que não pode ser acessada por outros personagens.

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O voo do Tails segue sendo uma mão na rda

Há diversos chefes, incluindo, claro, algumas releituras de chefões clássicos. Verdade seja dita, algumas boss battles se alongam um pouco demais, com diferentes estágios que tornam o ato de morrer “na reta final” meio frustrante, pois aí temos que encarar todas as etapas novamente. Isso é especialmente pentelho no último boss do game, cujo embate é relativamente longo e divide-se em duas etapas. Morrer na segunda etapa nos obriga a enfrentar novamente a primeira, o que é meio chato.

O poder das esmeraldas

Embora Sonic Superstars tenha “o feeling” de um jogo clássico do Sonic, está claro que ele não foi criado apenas para emular a experiência dos anos 90. E uma de suas novidades mais interessantes é justamente o poder das Esmeraldas do Caos, que agora agregam novos elementos de gameplay, e não são apenas aquelas pedras mágicas que serve de plot device para o jogo.

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Coletar as esmeraldas nessas fases dá um bocado de trabalho

Cada uma das 7 Esmeraldas nos concede um poder único, que é selecionado em tempo real por meio de um menu radial. Claro que, primeiro, precisamos coletar cada uma das gemas — o que é feito por meio de uma fase bônus (nova!) acessada por aquele “anelzão” que pode ser encontrado na maioria das fases — spoiler: conseguir as últimas esmeraldas é bem desafiador.

Por exemplo: a pedra azul conjura uma série de clones do personagem escolhido, que correm loucamente pela tela coletando anéis, atingindo inimigos e causando dano em chefes (não deixe de usá-la nos chefes mais trabalhosos). Já a pedra roxa ativa uma “visão além do alcance” que revela plataformas e passagens secretas. A gema ciano, por sua vez, faz com que os personagens virem água e possam nadar por cachoeiras, alcançando novas áreas.

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O poder da esmeralda azul em ação!

É curioso que, até pelo fato da coleta das esmeraldas não ser “obrigatória” para o andamento da campanha, a utilização desses poderes também não é. Ou seja, o level design nunca vai obrigar você a ter o poder de determinada esmeralda para progredir. O que acontece é que, tendo determinada habilidade, podemos alcançar certas áreas que, de outra forma, seriam inacessíveis. Isso até estimula uma revisita às fases anteriores depois que obtemos as últimas gemas, para ver o que deixamos passar.

A pedra que nos concede o poder de nadar contra o fluxo das cachoeiras, por exemplo, é a quarta que conseguimos pegar… mas lá na primeira fase já tinha um monte de cachoeiras. Voltar lá de posse dessa habilidade sem dúvida pode revelar boas surpresas. O jogo é até honesto ao nos sinalizar os lugares onde o poder de cada pedra pode ser útil — mas só faz isso depois que já temos tal habilidade, então vale o backtracking.

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Revisitar as primeiras fases com novas habilidades pode render boas surpresas

Algumas coisas que foram mostradas nos trailers — como aquela habilidade dos personagens virarem lulas — é algo que acontece pontualmente em uma fase — que inclusive, tem uma estética toda própria, em voxels, e é cheia desses gimmicks, de transformar os personagens em outras coisas. Sonic Superstars arruma espaço até para meter uma fase shoot’ em up — aka “de navinha” — ali na reta final, e, ainda que breve, ela é bem divertida.

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Sonic de navinha

O que quero dizer com tudo isso é: os poderes das esmeraldas são interessantes e criativos, mas não são “revolucionários”, nem transformam a experiência de jogo. Há um poder novo aqui, outro ali, mas no geral, Sonic Superstars aposta no mix de velocidade + plataforma que são característicos dos jogos do ouriço.

Multiplayer e medalhas

O multiplayer é mais uma coisa meio que “nova”, e chega em dois formatos: a campanha em si pode ser jogada por até 4 jogadores, no bom e velho multiplayer “de sofá” (apenas localmente), o que agrega um potencial family friendly ao game. Ele é bem amigável, na verdade: sem limite de vidas ou tela de Game Over, a campanha claramente foi pensada para que todos possam se divertir.

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A fase com visual em voxels é muito legal <3

Confesso que ainda não tive a oportunidade de experimentar a campanha em modo cooperativo, mas pretendo fazer isso em breve. Embora goste da premissa, acredito que as coisas podem ficar um pouco caóticas, dada a velocidade do gameplay e os múltiplos caminhos que cada fase possui. Sonic, afinal, é muito mais acelerado do que jogos 2.5D do Mario ou o recente Disney Illusion Island.

Já o modo Batalha inclui partidas entre até 8 jogadores, com jogatina tanto local quanto online. Aqui temos rápidas disputas competitivas que agrupam desafios variados, desde tradicionais corridas até partidas “de arena” com foco em sobrevivência ou coleta de itens. Válido ressaltar que é possível brincar sozinho, jogando contra bots.

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Nesta fase ganha quem coletar mais estrelas

Sonic Superstars tem um novo tipo de colecionável: as medalhas. Em um primeiro momento, a gente não sabe bem para que elas servem, mas logo isso fica claro: as medalhas são usadas para customizar os personagens utilizáveis no modo Batalha.

Explicando melhor: no modo Batalha, não controlamos os personagens de verdade, mas robôs, que podem ser personalizados com diferentes cabeças, pernas, braços e cores. A loja serve basicamente para comprarmos e customizarmos estes robôs, usando as medalhas como moeda de troca.

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Customize seu robô usando medalhas

Joguei algumas partidas, mas confesso que o modo Batalha não me pegou muito. Porém, reconheço que não sou o público-alvo desse tipo de conteúdo. Como um esforço em acrescentar mais conteúdo e estender a longevidade e o aspecto multiplayer de Sonic Superstars, sem dúvida há potencial a ser explorado aqui para quem curte.

Audiovisual

A Sega e o Sonic Team não costumam errar muito nessa parte e, felizmente, Sonic Superstars é mais um acerto. O jogo é um deleite para olhos e ouvidos, traduzindo a estética clássica do Sonic para o 2.5D com esmero em cada detalhe.

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É nostalgia que fala, né?

Apesar de muita coisa ser derivativa e autorreferencial, o jogo traz diversos cenários realmente novos, e brinca com alguns conceitos interessantes. Há um momento estilo “castelo invertido” na reta final do jogo que é bem legal, e mesmo os bons e velhos loopings de Sonic receberam variações que brincam com a profundidade da tela.

Sonic Superstars é rápido e intrincado como um bom jogo do Sonic deve ser. É surpreendente a quantidade de caminhos e possibilidades que cada fase possui, e como tudo se integra e flui sem entraves. Ver o “mapa completo” de cada fase deve dar um nó na cabeça da gente. Um trabalho de level design incrivelmente elaborado e criativo.

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O departamento sonoro segue nada menos que impecável. Cada fase tem uma trilha sonora que se encaixa perfeitamente com sua temática, criando uma vibe muito única para cada estágio. Algo que, convenhamos, Sonic sempre fez bem. Os efeitos sonoros, por sua vez, são deliciosamente nostálgicos, e carregam décadas de história em cada anel coletado.

Válido ressaltar ainda que Sonic Superstars chega ao Brasil 100% localizado para o nosso idioma. Não que haja uma grande narrativa sendo desenvolvida, nem nada do gênero, mas né, sempre é bom vermos jogos chegando em português brasileiros por aqui.

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Válido ressaltar, com isso, que a Sega deve passar a localizar franquias como Yakuza e Persona, o que é bem mais relevante, em termos de narrativa.

Conclusão

Sonic Superstars é mais um acerto na carreira recente do ouriço, e mais um ponto positivo no currículo de um Sonic Team que parece entender o que faz um jogo do Sonic ser bom — ainda que deixe um pouco a desejar em alguns chefes.

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As novidades são pontuais, mas bem-vindas: as esmeraldas enfim têm um pouco mais de propósito (mecanicamente falando), e o multiplayer local tem tudo para propiciar ótimas sessões de jogo em família, enquanto o modo Batalha pode render algumas horas a mais de diversão (e customização) para quem busca isso.

Multiplayer competitivo não é bem o que eu busco em um jogo do Sonic. E, felizmente, Sonic Superstars não me deixou na mão. Com audiovisual caprichado e gameplay delicioso, este possivelmente é o melhor jogo totalmente 2.5D do personagem até o momento. Sem usar a nostalgia como muleta, Sonic Superstars é novo, mas familiar, e comprova que o mascote está mais vivo do que nunca!

Sonic Superstars será lançado em 17 de outubro, com versões para PC, Playstation 4, Playstation 5 (versão analisada), Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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